SC Beira-Mar, 1 - CD Trofense, 2
(0-0, ao intervalo)
A equipa de juniores do SC Beira-Mar sofreu a segunda derrota, no segundo jogo, da 2ª fase, do campeonato nacional da 2ª divisão e colocou as coisas muito mais difíceis no que toca à possibilidade de promoção ao escalão maior da categoria. Depois de batida na jornada inaugural pela Sanjoanense, a equipa de António Luís sofreu novo desaire, desta feita na recepção ao Trofense e viu complicado o seu futuro na prova. Não é caso para atirar a toalha ao chão, até porque a equipa continua a depender de si própria, mas a margem de erro, a partir daqui, passou a ser nula. Os auri -negros ainda estiveram em vantagem, mas, com alguma felicidade, os visitantes deram a volta ao marcador e o futebol terminou nesse momento. Foi lamentável o anti-jogo feito, a partir daí (20' da segunda parte), pela equipa da Trofa e dá pena que, num jogo de um escalão de formação, se assista a cenas que fariam corar de vergonha a equipa mais "batoteira" das provas profissionais. Tudo isto perante a permissividade de um árbitro que, valha a verdade, também não se pode substituir completamente ao papel do treinador no que ao "fair-play" diz respeito. Ficou ainda provado, mais uma vez, que o crime compensa, e foram os auri-negros que terminaram o jogo reduzidos a 9 unidades, por expulsões de Granja e Nuno Silva, na fase terminal da partida.
Numa tarde em que o calor convidava mais a uma visita à praia, as equipas evoluíram no Estádio Mário Duarte da seguinte forma:
SC Beira-Mar: Ricardo Barros (gr); Berna (cap), Beato, Mika e Bryan (Filipe Vieira, 75'); Granja, Nuno Silva e Ricardo Figueiredo (André Vaz, int); Nilson, Hugo Seixas e Nelson (Francisco Griné, int).
Suplentes não utilizados: Samuel (gr); Lobo, Ibrahima e Igor.
CD Trofense: Ricardo (gr); Trindade, Resende; Serra (Adriano, 75') e Mário; Néné (Rui Carvalho, 64'), Viana e Dany (cap); Ricardinho, Vilas e Laranja (Moura, 66').
Suplentes não utilizados: Cláudio (gr), João Luís, Nelson e André.
Ainda que a primeira parte não tenha sido muito bem jogada pelos aveirenses e tivesse dado para ver, nesse período, que defrontavam um adversário bem organizado, que fazia boa circulação de bola e que equilibrou o jogo em muitas das suas fases, foi o Beira-Mar que criou mais situações de perigo junto à baliza contrária, que poderiam ter dado outro colorido ao resultado, que não o nulo com que se atingiu o descanso. Logo no primeiro minuto, uma boa jogada de Seixas na direita, proporciona um centro tenso, com a bola a percorrer toda a área de baliza e Beato a chegar atrasado. Aos 5', um cruzamento de Nilson, também do lado direito, apanha solto Ricardo Figueiredo, do lado contrário, mas o médio auri-negro perdeu o tempo de remate e a oportunidade gorou-se. Aos 10', mais um bom trabalho de Hugo Seixas, na área, culmina com um remate, de pé esquerdo, com a bola a sobrevoar a baliza do guardião trofense. A única situação de algum perigo, junto da baliza de Ricardo Barros, ocorreu aos 12', no seguimento de um cruzamento, do lado esquerdo, do capitão Dany, que proporcionou um ligeiro desvio de cabeça de Vilas, bem no centro da área, mas a bola perdeu-se pelo lado contrário. Aos 22', numa incursão de Berna, a bola é metida pelo capitão auri-negro em Nelson, na direita, que cruza de primeira para uma entrada de cabeça de Hugo Seixas que faz a bola passar por cima da baliza do "outro" Ricardo. Antes do intervalo, aos 38', mais uma oportunidade perdida pelos auri-negros, com Nilson a falhar o golpe de cabeça à boca da baliza, no seguimento de um bom cruzamento de Berna, assistido na direita por Hugo Seixas.
O Beira-Mar entrou para o segundo tempo da melhor forma, já que logo no primeiro minuto chegou ao 1-0, através do inevitável Hugo Seixas, que recebeu a bola na esquerda, flectiu para dentro e desferiu um remate rasteiro, de fora da área, que bateu o guardião visitante. Não durou muito a alegria dos da casa, já que pouco tempo depois, aos 52', o Trofense chegava ao empate, na segunda oportunidade de golo que criou até então. A jogada começa num lançamento lateral, na esquerda, com Ricardinho a tirar um bom cruzamento, a que correspondeu Vilas, com uma entrada fulgurante de cabeça, rematando, à boca da baliza, para o 1-1, perante um impotente Ricardo. O Beira-Mar reagiu ao golo e foi em busca do resultado que lhe interessava, estando perto de o conseguir em algumas ocasiões. Aos 55', Seixas abre, na direita, em Nilson, que faz um cruzamento/remate, que leva a bola a embater, caprichosamente, na barra. No seguimento do lance, Nuno Silva volta ainda a rematar, mas o guarda-redes da Trofa desviou para canto. Na sequência deste, no meio da confusão criada na área, Francisco Griné tem a bola à sua frente e remata, mas um defensor contrário substitui o seu guarda-redes e desvia a bola do golo, novamente para canto. Passados dois minutos, Vaz bate um livre na direita e Nilson, de cabeça, remata com muito perigo, ao lado da baliza forasteira. Neste período de autêntico sufoco, aos 63', Seixas volta a escapar-se pela esquerda e remata cruzado, com muito perigo, fazendo passar a bola rente ao poste mais distante. Até que, aos 65', surge o momento decisivo do jogo, que se traduziu num autêntico balde de água fria para os homens da casa. A jogada é de Dany, pelo lado esquerdo, que ganha a linha de fundo e faz um cruzamento, já bem dentro da área, que é interceptado por Ricardo, sobrando a bola para a recarga pronta de Ricardinho, que faz entrar a bola junto ao ângulo superior direito da baliza aveirense, consumando o 1-2 e a derrota dos auri-negros.
Havia ainda 25 minutos (!) para jogar (fora as compensações), mas a verdade é que o futebol acabou aqui. Nem um só lance mais, digno de registo, até ao apito final do árbitro. Não que o Beira-Mar não tenha tentado, mas a verdade é que os rapazes da Trofa têm uma escola de anti-jogo do melhor que vimos até hoje. Nunca vimos, num jogo de jovens, tanto anti-jogo junto, tanta falta de "fair-play". E foi pena, porque tinham demonstrado, durante todo o período de jogo em que não estiveram em vantagem (65'), que são uma equipa organizada e que sabem praticar bom futebol. Como diria o outro - "não havia necessidade". Mas enfim, enquanto vamos vendo, noutros campeonatos, as equipas jogarem o jogo pelo jogo, cá em Portugal, valoriza-se imenso o jogo "rasteiro", que passa impune, e os jovens aprendem a fazê-lo desde muito cedo. Mas assim não vão longe! Ficam-se, apenas, por estas pequenas "vitórias".
A arbitragem do Sr. Tiago Antunes, da AF Coimbra não pode ter nota positiva, pois contemplou em demasia com o anti-jogo do Trofense e não foi bem auxiliado nos lances de fora de jogo, tendo abortado, pelo menos, duas situações de muito perigo (uma em cada período) do ataque aveirense.
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