sábado, 29 de maio de 2010

ESCOLAS B: Dois minutos fatídicos...

SC Beira-Mar, 2 - UD Mourisquense, 3
(1-0, ao intervalo)

Quando, a quatro minutos do final do encontro, o Beira-Mar ganhava por dois golos de vantagem, nada fazia prever a reviravolta que se viria a operar no marcador e que levaria à vitória a inconformada equipa que sempre mostrou ser o Mourisquense. Efectivamente, os três golos apontados pelos rapazes da Mourisca do Vouga, entre os minutos 21 e 23 da segunda parte, vieram mostrar, mais uma vez, que no futebol vale a pena lutar sempre até ao apito final do árbitro e que uma equipa, por muito confortável que a sua vantagem aparente ser, só deve dar o jogo por ganho no final do mesmo. O jogo foi muito bem disputado, com o equilíbrio como nota dominante e a derrota auri-negra é um castigo demasiado severo para os comandados de João Paulo que, mesmo assim, terminaram a 2ª fase do campeonato distrital no primeiro lugar da série E. Uma nota para o infortúnio que bateu à porta do nosso guardião Álvaro, que se magoou mesmo antes de começar o jogo, num acidente caseiro, que o impediu de dar o seu contributo à equipa. Como guarda-redes de recurso, foi chamado o nosso defesa Rui Ribeiro, que rubricou uma boa exibição, não se podendo invocar esse facto como argumento para a derrota sofrida. Ao Álvaro desejamos rápido restabelecimento.
O Beira-Mar entrou em campo com:
Rui (gr); Diogo Silva e Vieira; Rafa, João Morais (cap) e Miguel Vaz; Tiago.
Também jogaram: Samuel, Henrique, Luís Pita, Gustavo Cardoso.
O jogo teve um início repartido, tendo a primeira situação de perigo ocorrido, aos 7', junto da baliza defendida pelo nosso guarda-redes de recurso, Rui Jorge. Foi na sequência de um pontapé de canto apontado do lado esquerdo, aparecendo um jogador da Mourisca a cabecear à vontade por cima da barra. A este lance, respondeu o Beira-Mar com uma soberana ocasião para abrir o marcador, aos 9', quando João Morais tira um adversário do caminho e remata, já dentro da área, levando a bola a embater na barra e, caprichosamente, a não entrar. No Mourisquense começava a destacar-se o seu jogador nº 80 (Francisco), um esquerdino possuidor de grande capacidade técnica e que se revelou um executante muito acima da média. Aos 12' e 15', o referido jogador da Mourisca teve o golo no seu pé esquerdo, mas o guardião Rui esteve à altura dos seus perigosos remates cruzados e negou-lho com duas valentes defesas, a primeira desviando para canto e a segunda de recurso, com os pés.
E foi numa fase do jogo em que o Mourisquense se estava a revelar mais perigoso que o Beira-Mar chegou à vantagem. Foi aos 16', numa jogada de contra-ataque, com Henrique a fugir ao seu marcador directo e a rematar cruzado para o 1-0, com o guardião contrário a tocar ainda na bola, que entra muito lentamente na baliza. Em desvantagem no marcador, os visitantes procuraram chegar ao empate antes do intervalo, mas por uma só vez, aos 17', isso esteve perto de acontecer, quando Vieira desarma no momento exacto o perigoso Francisco, que se preparava para alvejar a baliza de Rui.
A segunda parte começou movimentadíssima e, ainda não se tinha esgotado o primeiro minuto de jogo, já o perigo havia rondado as duas balizas, primeiro por João Morais, na sequência de um canto e, depois, através de um remate de longe do inevitável Francisco. Aos 3', o Beira-Mar chega ao 2-0, na sequência de uma boa jogada de Rafa pela direita, com um cruzamento para a boca da baliza, onde apareceu, ao segundo poste, Miguel Vaz a finalizar com êxito. Com dois golos de desvantagem, nem por isso o Mourisquense baixou os braços e o seu jogador Francisco era um perigo permanente para o último reduto aveirense. Aos 7' e 11', mais duas ocasiões em que o nº 80 forasteiro pôs à prova os bons recursos de guarda-redes do Rui, que lhe levou a melhor pela duas vezes. No primeiro lance, o potente remate de pé esquerdo é desviado para canto, tendo defendido o segundo remate com muita segurança.
O Beira-Mar poderia, pouco depois, em dois lances, ter "matado" definitivamente o jogo, mas a sorte não esteve com a equipa auri-negra. Aos 12', uma boa iniciativa individual de João Morais, desde o meio-campo, termina com um forte remate, já dentro da área, que levava o selo do golo, que uma soberba intervenção do guardião do Mourisquense negou. Aos 16' é Samuel que isola Henrique, que ainda finta o guarda-redes, mas fica sem ângulo para fazer o golo.
O jogo prosseguiu e tudo parecia decidido, mas, em dois minutos, aconteceu o improvável, ou seja, a "cambalhota" completa no marcador. Tudo começou a quatro minutos do fim, aos 21', numa perda de bola perto da grande área, que isola o jogador nº 5 da Mourisca, que faz um remate feliz, com Rui ainda a tocar com as pernas na bola e quase a ir a tempo de evitar o 1-2, já que a bola entra na baliza muito devagarinho. No minuto seguinte surge o empate, que resulta de uma reposição de bola do guarda-redes do Mourisquense, com Francisco a ficar na cara de Rui e a rematar para o 2-2. Com a equipa do Beira-Mar completamente surpreendida e o Mourisquense galvanizado pelo feito alcançado, aos 23', novo golo para os da Mourisca, um bonito tento, por sinal. O 2-3 definitivo resultou de um remate em arco, desferido de fora da área, apanhando Rui ligeiramente adiantado. O guardião aveirense ainda toca na bola, mas esta acaba por anichar-se na baliza, perante o gáudio dos miúdos do Mourisquense e a incredulidade dos auri-negros.
Sobre o apito final, Francisco protagonizou mais uma das suas excelentes jogadas e esteve à beira de marcar de novo, mas a tentativa de "chapéu" que fez à saída de Rui, foi gorada pela enérgica e decidida intervenção do guardião do Beira-Mar. Se a derrota tangencial dos auri-negros já se questiona, uma diferença maior de golos seria muito injusta. Por tudo o que fizeram as duas equipas ao longo dos 50 minutos de jogo, o empate seria o resultado mais justo, sendo certo que o Beira-Mar teve tudo para sair com os três pontos do Campo do Seminário.

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