domingo, 29 de janeiro de 2012

INICIADOS A: Vitória justa, com mácula...

AD Taboeira, 4 - SC Beira-Mar, 1
(1-1, ao intervalo)

A primeira nota desta crónica, para que não restem dúvidas, vai para o mérito que a equipa do Taboeira teve na vitória alcançada neste jogo do campeonato nacional de iniciados. Efetivamente, o nosso adversário foi um vencedor justo, já que mostrou, no cômputo geral dos 70 minutos da partida, ser a melhor equipa, evidenciando maior maturidade, maior ambição, melhor coletivo e maior entrega ao jogo. É com inteiro merecimento que os "verde e brancos" terminam no comando da série C e não é obra do acaso o facto de ainda se manterem imbatíveis ao cabo de 21 jornadas.
Mas... aquele lance do segundo golo (que foi a alavanca para os 4-1 finais) fica para este jogo como uma nódoa para o melhor pano. Como dizia o outro, não havia necessidade. Ou ainda, o "fair-play" é realmente uma treta. O jogo estava empatado, naquele momento da partida a vitória poderia pender para qualquer dos lados, quando João Pedro é carregado na pequena área e cai, agarrado à bola, contorcendo-se com dores (viria a ser substituído, por incapacidade, mais tarde). O árbitro da partida, em vez de dar proteção ao jogador e interromper a partida para que lhe fosse prestado apoio médico, assiste indiferente às queixas do nosso guardião e, inacreditavelmente, assinala livre indireto. Este erro crasso do Sr. António Resende poderia não ter tido consequências se houvesse técnicos do outro lado (já não falo dos jogadores, que são muito jovens e precisam de ser educados para isso) com sentido de "fair-play" e que dessem instruções para que a bola fosse devolvida a quem pertencia naquele momento do jogo. Cegos com a possibilidade de tirarem dali vantagem, aproveitaram o lance para o transformar no segundo golo e, a partir daí, com os auri-negros à deriva, justificaram claramente o triunfo, que até já poderiam ter construído na primeira parte, onde mostraram desde logo ser superiores. As atitudes ficam com quem as pratica e, ao Beira-Mar, só resta trabalhar mais para conseguir chegar ao nível que o nosso adversário evidenciou.
No Parque de Jogos José O. Santos, em Frossos, sob uma arbitragem do juiz aveirense, Sr. António Resende, que revelou falta de sensibilidade para dirigir jogos das camadas jovens, os auri-negros apresentaram:
João Pedro (gr) (Diogo, 65'), Bruno Matos (João Neves, 60'), Nuno Silva, Ramon Nolasco e Ricardo Mango; Nuno Rgêncio (cap), Rui Ladeiro e André Santos; Jorge Rodrigues, Lane e Manu (Rafa, int).
Suplentes não utilizados: Gi, Marcos Dias, Miguel Bastos e Tiago Azenha.
A primeira parte mostrou um Taboeira superior, mais objetivo e que antes de ter chegado à vantagem já tinha deixado avisos, por Filipe, aos 3', e por Juan, aos 15', ambos os lances resolvidos com defesas de João Pedro. Foi, pois, com naturalidade que os donos da casa chegaram ao 1-0, aos 17', com Filipe, até aí muito em evidência, a receber na área, de costas para a baliza, a rodopiar, a ficar na cara de João Pedro e a rematar colocado para o golo.
O Beira-Mar mostrava grande incapacidade para chegar à baliza do tranquilo Igor e apenas aos 27' houve alguma sensação de perigo, quando Jorge chegou ligeiramente atrasado a um cruzamento da esquerda, enviado por Manu para o segundo poste. Foi mesmo o Taboeira, à passagem da meia hora, que esteve perto do segundo golo, quando João Pedro, por duas vezes no mesmo lance (primeiro Filipe e depois Hugo), executou magníficas defesas na cara dos adversários. Na sequência do canto resultante da jogada, Bruno Matos volta a evitar o golo sobre a linha, safando um cabeceamento do "capitão" André Dias. Aos 33', foi ainda Juan, descaído sobre a esquerda, a tirar mal as medidas ao "chapéu" executado a João Pedro, com a bola a passar muito perto da barra.
Foi claramente contra a corrente do jogo e de uma forma algo feliz que, em cima do apito para o descanso, Rui Ladeiro aproveita um ressalto na área para ficar com a baliza deserta à mercê, limitando-se a empurrar para o 1-1, resultado deveras lisonjeiro para a equipa hoje orientada no banco pelo Prof. António Luís.
Aquilo que os auri-negros não tinham justificado durante 35 minutos, fizeram-no nos 4 primeiros da etapa complementar. Logo aos 37', André e Lane atrapalham-se mutuamente à boca da baliza e falham um golo certo na cara do guarda-redes e, aos 39', é Jorge, em velocidade pela esquerda a desviar de Igor e a fazer a bola roçar o poste contrário, com toda a gente a gritar golo.
O Taboeira reagiu a esta melhor entrada do Beira-Mar e, aos 46', Filipe tem nos pés também a possibilidade de desempatar a partida, mas João Pedro opõe-se muito bem e defende para canto, na sequência do qual Gonçalves cabeceia ao lado, igualmente com muito perigo.
Com o jogo equilibrado, chegou o minuto 55, momento do 2-1 no lance polémico já descrito e que se revelou decisivo. A partir daí os nossos atletas acusaram o golpe, desuniram-se e acabaram por sofrer mais 2 golos, o 3-1, aos 63', numa iniciativa individual de Fábio que culminou num potente remate e num tento de belo efeito, e o 4-1, já em período de compensação, por Pedro Matos, que se limitou a encostar à boca da baliza um remate cruzado da direita. Pelo meio, Igor negou a André, aos 69', a possibilidade do Beira-Mar ter encurtado distâncias.

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