domingo, 18 de março de 2012

INICIADOS B: Acreditar até ao fim

SC Beira-Mar, 4 - FC Arouca, 3
(3-1, ao intervalo)

Um excelente golo de Tiago Goulart, obtido já em período de compensação, fez a equipa de iniciados B do Beira-Mar regressar às vitórias no campeonato distrital da 1ª divisão e conferiu justiça ao marcador de um jogo muito bem disputado e que mostrou à evidência, mais uma vez, a qualidade desta nossa equipa sub-14. Depois de ter chegado a uma vantagem de 2 golos, ao intervalo, a formação orientada por Hugo Gonçalves e Tiago Pereira consentiu o empate a pouco tempo do final do tempo regulamentar, mas uma grande vontade de vencer fez os nossos intrépidos atletas acreditarem que ainda era possível corrigir a injustiça e alcançaram uma épica e brilhante vitória no cair do pano do encontro.
Desfalcada de 3 peças basilares que marcaram presença em Vizela, no jogo do campeonato nacional, a coesão deste grupo superou todas as dificuldades e mostrou que a união do coletivo, a solidariedade, a crença e uma enorme força mental são os segredos do êxito de uma equipa que deixa para segundo plano a valia individual dos seus elementos.
Numa manhã que teve sol e também muita chuva, a nossa equipa apresentou-se no sintético de São João de Loure da seguinte forma:
Henrique (gr); João Gonçalo (cap), Rafa, Guga e Portugal; Edu, Diogo António (Pedro Xavier, 51') e Fábio Marques (Luca, 67'); Didi (Francisco Nolasco, int), Tiago Goulart e Ricardo Lima.
Suplentes não utilizados: Marcelo (gr infantil A), Amaral, João Ferreira e  Jorge.
O jogo foi excelentemente disputado entre duas equipas que apresentaram argumentos diferentes mas igualmente válidos para poderem alcançar o triunfo. Motivados pela vitória sobre o líder do campeonato na última jornada, o também candidato Arouca fazia da boa compleição física dos seus atletas o principal trunfo, causando sempre enormes embaraços aos aveirenses na disputa dos duelos individuais. Por seu turno, os auri-negros privilegiavam a posse e circulação de bola para fazer o adversário correr, cansar-se e abrir brechas que a qualidade técnica da nossa equipa pudesse aproveitar. E, como na lenda, mais uma vez o David venceu o Golias.
Foi assim que o jogo começou e se desenrolou de uma forma equilibrada, tendo sido o Arouca a primeira equipa a causar perigo em lances aos 3' e 9'. Diremos até que foi com alguma justiça que, aos 15', na marcação de um livre direto, os visitantes se adiantaram no marcador, com o remate do seu "capitão" de equipa a sobrevoar a barreira e a entrar na baliza, com Henrique ainda a tocar na bola.
Os aveirenses, hoje a equipar de branco, não se desuniram e continuaram a praticar o seu futebol de pé para pé, num rendilhado de passes que chega, em alguns momentos, a ser estonteante. E, num ápice, deu-se a reviravolta no marcador. O empate surgiu, aos 18', com a colaboração do guardião do Arouca, que deixou escapar a bola para dentro da baliza após canto na esquerda de Ricardo Lima. O mesmo Ricardo Lima, em jogada de insistência, aos 20', fez o 2-1 e Tiago Goulart, aos 24', num remate espetacular e indefensável colocou o marcador no 3-1 com se chegaria ao intervalo, não sem que Henrique, aos 28', tivesse negado ainda novo golo aos contrários, com a defesa da manhã, desviando para a barra um remate forte desferido na marcação de mais um livre direto e frontal.
No segundo tempo assistiu-se a uma natural reação dos forasteiros, que entraram forte e conseguiram, logo aos 40', reduzir para 3-2, num remate cruzado do jogador nº 9, que surgiu solto na direita. O mesmo jogador, pouco depois, num lance a papel químico, esteve em vias de chegar à igualdade. A pressão do Arouca levaria ainda, aos 49', a um lance em que o corte de Portugal foi providencial, anulando à boca da baliza um cruzamento perigoso do lado esquerdo.
Após cerca de um quarto de hora inicial de maior domínio do Arouca, o Beira-Mar serenou e voltou a assentar o seu jogo, afastando o perigo da zona da baliza defendida por Henrique e colocando a bola a ser jogada mais perto da área contrária. O Arouca deixou de ter a bola e, sem ela, deixou de criar perigo. Foi mesmo Rafa, aos 61', na sequência de um canto, que esteve a ponto de "matar" o jogo, mas o seu remate à queima-roupa bateu no corpo de um defesa, já com o guarda-redes fora do lance.
Pouco depois, aos 65', o árbitro da partida, que até estava a fazer um excelente trabalho, deixou por marcar uma grande penalidade que deveria castigar um claro derrube (abalroamento) do guardião do Arouca a Tiago Goulart e, com isso, manchou o seu trabalho e deixou em aberto a incerteza do resultado até final.
Quando, aos 67', o Arouca chegou ao 3-3, num lance em que o seu marcador se antecipou a Henrique, poucos acreditariam que, com este rude golpe a tão pouco tempo do fim, os nossos "baixinhos" tivessem força anímica para reagir e quiçá, evitar até algo de pior. Mas eles acreditaram, lutaram até ao fim e mostraram aos incrédulos que o jogo só termina após o derradeiro apito do árbitro. Decorria já o período de compensação, quando Tiago Goulart, excelentemente servido na direita, enceta magnífico lance individual em que ultrapassa inclusivamente o guarda-redes e atira para a baliza deserta a bola do 4-3, para gáudio de todos os adeptos auri-negros que assistiam à partida.
Vitória justa, sofrida, mas que premeia  a enorme lição de vontade que estes jovens nos dão a cada jogo. São estas as que sabem melhor.

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