(2-0, ao intervalo)
A equipa de iniciados do SC Beira-Mar alcançou esta manhã, frente ao São Romão, equipa dos arredores de Seia, a sua 7ª vitória, nos 7 jogos até agora disputados no campeonato nacional. Ainda que os números sejam claros (4-0), o feito não teve correspondência na exibição realizada pelos pupilos de Alberto Raínho, muito longe daquilo que já deram mostras de ser capazes. A vitória é merecida, apesar de tudo, mas o técnico aveirense teve de proceder a uma alteração logo aos 12 minutos de jogo para mudar o rumo dos acontecimentos. Henrique, saído do banco de suplentes, foi efectivamente a figura do jogo (2 golos, 1 assistência), a par de André Silva, o incansável médio defensivo auri-negro que, mais uma vez, voltou a encher o campo. Quando o colectivo não funciona, valham-nos as individualidades para resolver os problemas.
Curiosamente, o melhor período dos aveirenses aconteceu na 2ª parte, quando jogou com 10 unidades, devido à expulsão de Tiago Gomes, mesmo no final do 1º período.
No relvado molhado do Estádio Mário Duarte e sob a arbitragem do árbitro de Coimbra, Sr. Paulo Pinheiro, o SC Beira-Mar apresentou:
Hugo (GR); Ruben Marques, Gui (cap), João Rafael e Filipe; André Silva, Diogo M. Carvalho (Vítor, 61') e Tiaguinho (Pedro Aparício, 52'); Ricardo Tavares (Renato, int.), Duílio (Henrique, 12') e Tiago Gomes.
Suplentes não utilizados: André Fernandes, Diogo H. Carvalho e Zazu.
A 1ª parte foi um pesadelo para quem tem visto a nossa equipa jogar bom futebol. O jogo começou muito morno, o futebol colectivo andava ausente e até, em termos de empenho, alguns jogadores ficavam aquém do minimamente exigível. Da parte do São Romão, começava a notar-se que era uma equipa com alguma escola e alguns bons executantes, ainda que não conseguisse criar muito perigo. Alberto Raínho aguentou este estado de coisas durante 12', ao fim dos quais fez saltar Henrique do banco.
Se o bom futebol continuou ausente a verdade é que, passados apenas 2 minutos, aos 14', o nº 9 auri-negro já estava a facturar. Foi uma das poucas jogadas, no 1º tempo, com princípio, meio e fim. A abertura é feita na direita, Ruben progride alguns metros com a bola controlada e faz um excelente cruzamento ao qual Henrique corresponde, na zona do ponta-de-lança, com uma fulgurante entrada de cabeça, encaminhando a bola para o 1-0, junto ao poste mais distante. Bingo! Na 1ª oportunidade do jogo o Beira-Mar chegava à vantagem, mas pode dizer-se que foi, praticamente, um oásis no deserto de ideias da equipa da casa. Ainda que inconsequentemente, era o São Romão que praticava o futebol mais apoiado, com boas trocas de bola, mas as situações de perigo também não apareciam. O momento de maior alarme para a baliza de Hugo aconteceu aos 22', na sequência de uma boa jogada pela esquerda da equipa serrana, donde partiu um cruzamento que terminou num remate de ressaca, à entrada da grande área, que levou a bola a passar ao lado.
Mas hoje a sorte pareceu estar do nosso lado e, aos 26', brindou-nos com o 2-0. Não queremos, nem devemos, tirar o mérito ao marcador (Ricardo Tavares), mas a verdade é que o golo resulta de um ressalto, com a bola a bater no goleador auri-negro e a encaminhar-se para a baliza deserta. A jogada que lhe deu origem, essa sim, merecia o desfecho. Uma boa combinação (coisa rara), no lado direito, entre Ruben e Henrique, é concluída com um cruzamento daquele que hoje foi a "arma secreta" do mister Raínho, para uma finalização escandalosamente falhada, à boca da baliza, por Tiago Gomes. Segue-se o ressalto e o golo fortuito, já descrito.
Até ao descanso, nota para a única oportunidade de golo que o Beira-Mar teve na 1ª parte e que não concretizou. Foi aos 30' quando Henrique, assistido por Tavares, fica isolado mas é contrariado pelo guarda-redes. Destaque também para a expulsão de Tiago Gomes, aos 34', por ter pontapeado, segundo o entendimento do árbitro, um adversário que disputava com ele, no chão, uma bola presa.
Este factor foi decisivo para o desenrolar dos acontecimentos na 2ª parte, com o Beira-Mar a dar a iniciativa de jogo aos visitantes, procurando surpreendê-los em rápidas transições para o ataque, após a conquista da bola. Estavam decorridos apenas 30 segundos da 2ª parte, quando assistimos a um falhanço indiscritível de um golo, onde o mais difícil (acreditem!) era não marcar. Renato, o protagonista, também não deve saber explicar muito bem. A jogada começa no esquerdino ala do Beira-Mar (entrado ao intervalo, por Tavares), que foge ao seu marcador e faz um cruzamento para Henrique atirar, de primeira, bem dentro da grande área visitante. O guarda-redes nega o golo ao goleador aveirense, com uma soberba defesa, mas a bola segue para a baliza, paralelamente à linha de golo. E é praticamente em cima do risco fatal que Renato, que continuara a acompanhar a jogada, aparece sozinho para empurrar a bola para o fundo das redes. Como é que a bola foi ao poste? São as coisas que só quem anda lá dentro pode explicar.
Tirando esta oportunidade logo no dealbar do período complementar, o jogo desenrolava-se como descrito acima. O São Romão tomava a iniciativa, trocava bem a bola entre os seus jogadores em zonas recuadas, longe da baliza de Hugo, que nunca se viu em situação de verdadeiro apuro (apenas bolas paradas colocavam o jogo dentro da grande-área auri-negra). O Beira-Mar ficava na expectativa e procurava jogar no contra-golpe. Mas não se passava para lá do plano de intenções, nada de importante acontecia, e esta história só se alterou após a entrada de Pedro Aparício. Aos 20', finalmente, algo de novo. Excelente jogada de entendimento entre Aparício e Henrique, com este a assistir o Pedro. O nº20 aveirense penetra na grande área contrária e remata rasteiro. A bola, caprichosamente, bate no poste, mas Henrique aproveita a devolução e fuzila a baliza do São Romão, elevando a contagem para 3-0. Foi o melhor período do Beira-Mar que, aos 24', volta a criar uma situação de perigo, novamente num lance de assistência de Henrique para Pedro Aparício, com este a chegar ligeiramente atrasado à finalização. Também Vítor (o nosso pequeno "Kanito") teve o seu momento, em cima do tempo regulamentar de jogo, com um bom remate de cabeça, concluindo ao lado da baliza mais um cruzamento de Ruben. Decorria o 1º minuto dos 2 de compensação dados pelo árbitro, quando o marcador final foi fixado. Num livre em posição frontal à baliza de São Romão, André (mais uma boa exibição) remata forte, rasteiro, o guarda-redes detém para a frente e, oportuno, vindo de trás, Renato desta vez não perdoou e fez o 4-0.
A vitória é justa porque hoje o Beira-Mar, se não jogou bem, foi pelo menos eficaz e o São Romão, pese embora o seu agradável futebol, nunca criou verdadeiras oportunidades para marcar. Os números parecem-nos, no entanto, um pouco exagerados.
O árbitro de Coimbra esteve tecnicamente bem, mas pareceu-nos que, em termos disciplinares, foi muito rigoroso. Em seu abono, o facto de ter exibido um critério uniforme.
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