domingo, 29 de novembro de 2009

INICIADOS A: Primeiros pontos perdidos na lama...


SC Beira-Mar, 0 - Lusitano FC (Vildemoínhos), 0

Era incontornável, um dia isto tinha de acontecer! Por isso, a 12ª vitória consecutiva da equipa de iniciados A no campeonato nacional, não passou de uma intenção, que o Lusitano de Vildemoínhos, com o nulo obtido hoje, no encharcado relvado do Estádio Mário Duarte, não deixou concretizar, "roubando" os primeiros pontos à equipa de Alberto Raínho e festejando, no final, o resultado alcançado como se tivesse conquistado o título. O feito é ainda mais assinalável se considerarmos que o Lusitano luta pelos lugares da manutenção, encontrando-se actualmente em lugar de descida, o que também só prova, como sempre defendemos, que os jogos só se ganham no fim, não havendo vencedores antecipados. À atenção dos próximos jogos...
Mas convém não esquecer que a equipa auri-negra apenas empatou um jogo, continua sem perder ao fim de 12 jornadas, e permanece líder destacado da sua série. Nada de dramas, apenas aconteceu...futebol.
E não se pode falar deste jogo sem que o estado do relvado seja protagonista. Foi por demais evidente a desadaptação do futebol que a equipa do Beira-Mar procurava fazer com a lama e água existentes e que, em muitas zonas, prendiam completamente a bola. Era impossível trocar a bola, conduzi-la com controlo e, no pontapé para a frente, o Lusitano foi de longe superior. Isto sem tirar o mérito ao adversário, que soube, efectivamente, armar-se com os trunfos que o estado do terreno pedia. Tiveram muita atitude, muita vontade e o futebol directo era o que o estado do terreno pedia. Diz-se, muitas vezes, que um relvado em mau estado é para as duas equipas. Assim é, mas também já sabemos de há muito, que jogar em campos em mau estado, beneficia sempre a equipa que defende. Destruir é muito mais fácil de fazer que construir. E, neste jogo, claramente que o Lusitano saiu beneficiado com o mau estado do campo, mas também fez por isso, valha a verdade.
No jogo da desilusão, Alberto Raínho apresentou:
André Fernandes (gr); Diogo H. Carvalho, Pedro Salgado, João Rafael e Filipe (Bruno Filipe, int.); André Silva, Diogo M. Carvalho e Rafa (cap); Tiago Gomes, Henrique (Tiaguinho, 51') e Ricardo Tavares.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), Timóteo, Didi e Vítor.

Mesmo antes do jogo começar se percebeu que não iria ser fácil jogar num terreno em condições muito críticas. Mas daí até adivinhar que isso provocaria a quebra da série vitoriosa desta equipa, ia uma grande distância. Até porque, logo nos primeiros minutos de jogo, concretamente aos 3', os auri-negros conseguiram uma jogada de envolvimento pelo lado direito, com um excelente cruzamento de Diogo H. Carvalho, que encontrou Ricardo Tavares na boca da baliza a atirar por cima e a falhar o golo que poderia ter mudado a história do jogo. Este lance foi quase um oásis no meio do futebol de luta, de bolas presas na água e é difícil de encontrar outros lances que tenham tido princípio, meio e fim. Os viseenses defendiam-se muito bem, a sua robusta defesa estava como peixe na água e iam destruindo com pontapés longos as iniciativas aveirenses. Estes procuravam chegar à área contrária com a bola controlada, mas nunca se adaptaram ao estado do relvado. Podia ser que, num lance de bola parada, o golo pudesse surgir. Os auri-negros dispuseram de 10 pontapés de canto na 1ª parte (0 para os viseenses) e, em dois deles, o golo esteve iminente. Aos 11', André Silva surge sozinho ao 2º poste mas atira para fora uma bola que parecia de golo fácil e, aos 22', Ricardo Tavares proporciona, com um bom remate de cabeça, a defesa da manhã ao guarda-redes forasteiro. Outra hipótese, para vencer as dificuldades, poderia ser o remate de longa distância. Mas esta variante foi muito pouco utilizada e só uma vez, já no final da 1ª parte, aos 34', Diogo M. Carvalho ensaia a sua sorte e quase era feliz, pois esteve muito perto de inaugurar o marcador. O Lusitano, que à medida que o tempo ia passando mais ia acreditando e empolgando a sua ruidosa falange de apoio, só por uma vez criou algum perigo para a baliza de André, aos 21', mas o único remate efectuado esbarrou na defensiva aveirense.
Na 2ª parte, nada de novo! O período complementar também começa, logo aos 2', com uma boa oportunidade de golo para os auri-negros, proporcionada por Bruno Filipe a Henrique, que atira para as mãos do guarda-redes a bola cruzada da esquerda. Depois, largos períodos sem chegar com perigo à baliza contrária, pois o Lusitano continuava a dar mostras de saber defender-se num terreno destes e os aveirenses não tinham futebol que a isso se adaptasse. Curiosamente, foi só após a entrada de Tiaguinho que tivemos um curto período de tempo em que parecia que o golo viria a acontecer. Aos 17', Tiago Gomes arranca em jogada individual pela direita, mas vê o seu remate ser desviado para canto. No minuto seguinte, também pela direita, é Tiaguinho que ganha a linha de fundo, bem dentro da área, e dá atrasado para o remate de Diogo M. Carvalho que, mais uma vez, é defendido pelo guarda- redes viseense. Aos 24', invertem-se os papéis e é Diogo que abre na esquerda, em Tiaguinho, que ensaia o remate, à figura do guardião de Vildemoínhos.
O tempo escoava-se, a pressão aumentava, o coração começava a falar mais alto e o adversário acreditava cada vez mais que ia ser possível roubar pontos ao 1º classificado. André Silva ainda teve uma derradeira oportunidade para desfazer o nulo, mas faltava o discernimento na hora da decisão. E para mais não deu, quando o árbitro apitou pela última vez, os festejos viseenses tomaram conta do encharcado relvado do Mário Duarte, perante o desalento dos jogadores do Beira-Mar que, pela 1ª vez esta época, em jogos oficiais, ficaram a saber o que é não ganhar. Agora, venha o próximo jogo depressa, porque não há nada melhor do que as vitórias para fazer esquecer os resultados menos bons.
O Sr. Sérgio Soares, da AF Porto, realizou um bom trabalho, num campo cujas condições também colocavam algumas dificuldades a quem tinha missão de dirigir a partida.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Lusitano foi buscar a equipa tecnica e um jogador ao Academico de Viseu ainda no decorrer do campeonato. Surpreedeu-nos nada tem a ver com a do 1º jogo e o Beira-Mar entrou demasiado confiante, nao esperavam esta atitude.