domingo, 22 de novembro de 2009

JUNIORES A: No nevoeiro da Covilhã, "D. Sebastião" não apareceu...


SC Covilhã, 1 - SC Beira-Mar, 1
(1-0, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar voltou a perder terreno na luta pelos primeiros lugares da série B do campeonato nacional da 2ª divisão, ao ceder um empate a uma bola na deslocação efectuada ontem à Covilhã, onde à tarde defrontou, no Estádio Municipal Santos Pinto, o Sporting local. O jogo fica marcado pelas condições muito difíceis em que a partida foi disputada, com o frio, a chuva, a lama e o nevoeiro a dificultarem a tarefa dos contendores e a não deixarem que o espectáculo proporcionado fosse de nível elevado. Os aveirenses tiveram de recuperar de uma desvantagem no marcador ao intervalo, mas os seus esforços para chegar à vitória não surtiram efeito, já que para além do adversário, das condições pouco propícias à prática do futebol, mais uma vez acabaram o jogo reduzidos a 9 unidades.
Sob a arbitragem do árbitro da AF Portalegre, Sr.Carlos Alexandre, o SC Beira-Mar apresentou:
Samuel (gr); Berna, Renato, Beato e Bryan; Granja, Nuno Silva e André Vaz (cap); Seixas, Igor (Nelson, 65') e Nilson (Mathieu, int).
Suplentes não utilizados: Marcelo, Filipe Vieira e Francisco Griné.
Ainda não se tinha esgotado o primeiro minuto do jogo, quando Igor, a centro da direita, corresponde com um golpe de cabeça à barra, perdendo uma oportunidade que poderia ter transformado a história do jogo. Esse lance poderia prenunciar bons augúrios para a partida acabada de se iniciar, mas depressa se percebeu que o futebol bem jogado iria andar arredio deste jogo. Depois de os juvenis terem jogado, da parte da manhã, num relvado em boas condições, ninguém esperaria que a chuva, que no final desse jogo começou a cair, iria transformar o Santos Pinto num campo muito difícil para a prática do bom futebol, tornando-se extremamente escorregadio para os jogadores e incerto para a circulação da bola que, consoante as zonas, ora acelerava, ora ficava presa. Houve muita luta, muita entrega, mas as equipas não se adaptavam ao terreno e o futebol era muito maltratado. Ainda assim, aos 12', registo para um lance onde chegou a haver troca de bola, com Seixas a cruzar da direita, para Igor, mais uma vez, não aproveitar a ocasião e falhar o golo, numa posição vantajosa para o fazer. Na sequência do pontapé de canto que resultou deste lance, André Vaz, em lance estudado, surge em posição frontal a rematar forte mas à figura do guarda-redes serrano. Cada vez mais as condições se proporcionavam para o jogo poder ser resolvido num lance de bola parada e foi na marcação de um pontapé livre, sobre o flanco esquerdo, que o Covilhã criou o seu primeiro lance de perigo. O cruzamento parte com boa conta e aparece um jogador a fazer um desvio de cabeça que faz passar a bola com muito perigo rente ao poste mais distante da baliza de Samuel. Respondia o Beira-Mar e, aos 23', numa rara jogada de combinação entre Igor e Nilson, o perigo ronda as balizas visitadas, mas a bola perde-se pela linha de fundo. Foi um período de jogo em que os auri-negros ameaçavam mais, perante um Sporting da Covilhã que tinha menos a perder com o empate do que os aveirenses. Mas aos 29' de jogo os serranos chegam à vantagem. Foi num lance de bola parada, claro! O árbitro castiga os aveirenses com a marcação de um livre directo, em posição frontal, não muito longe da linha limite da grande área e, com uma transformação exemplar, Samuel vê a bola entrar ao ângulo superior direito da sua baliza. Se o empate já era mau, com 1-0 no marcador, o Beira-Mar viu-se mais uma vez em posição muito ingrata e, para além de um adversário galvanizado pelo golo, teria ainda de ultrapassar as dificuldades do terreno, que cada vez mais beneficiavam a equipa que defendia. Até ao intervalo, registo para um lance, aos 39', em que os auri-negros poderiam ter chegado ao empate. Nilson recebe uma bola dentro da grande área contrária, de costas para a baliza, e atrasa para Nuno rematar, em posição frontal, contra as pernas dos adversários.

Com a 2ª parte chegou também o nevoeiro, que agravou as condições já existentes, tornou a visibilidade diminuta, por vezes quase nula, havendo momentos em que parecia que o jogo se desenrolava em ambiente fantasmagórico. Mas o período complementar até começou bem para a nossa equipa que, logo aos 3', chegou à igualdade, através da marcação de uma grande penalidade, que castigou derrube a Mathieu (entrado ao intervalo). André Vaz não tremeu na marcação e, com um remate forte e bem colocado, fez o 1-1. Este golo galvanizou os jogadores aveirenses que passaram a dominar mais e a ser mais pressionantes. No entanto, este domínio era inconsequente e não se materializava em oportunidades de golo. Foi, aliás, o Covilhã que, aos 15', desenvolveu uma jogada perigosa que terminou com um remate em zona frontal a rasar a barra da baliza de Samuel.
Passava-se por uma fase em que se jogava já com luz artificial, a visibilidade era quase nula, os jogadores pareciam patinadores no gelo com pouca prática (escorregavam sozinhos) e o árbitro começava a carregar os nossos atletas com sucessivos cartões amarelos. Aos 20', na sequência da marcação de um livre, o Covilhã volta a criar perigo, com um pontapé de ressalto a fazer a bola passar não muito longe da barra. Respondia o Beira-Mar, aos 23', e André Vaz, num pontapé de ressaca após um cruzamento da direita, atira a bola ao poste (dizem uns, porque outros o nevoeiro não deixou ver). Ambas as equipas tiravam "bilhete" para a lotaria em que este jogo se estava a tornar e, aos 24', o Covilhã quase era premiado, quando tem uma oportunidade de golo após a marcação de um canto. Verdade se diga que ambas as equipas tentavam a sorte e, aos 30' e 32', o Beira-Mar tem também dois momentos em que poderia ter chegado à vantagem. Primeiro foi Seixas com um remate intencional, de fora da área, muito bem colocado, a proporcionar a defesa da tarde ao guardião covilhanense. Depois, foi Mathieu, com remate em jeito, a atirar ao lado uma bola centrada por Nelson.

Até final registo para as expulsões de Bryan (35') e Granja (42') que limitaram as ambições auri-negras e fizeram acreditar os homens da casa que a vitória era possível. Mas não foi e, na última jogada do encontro, num "chuveirinho" para a área do Covilhã, Mathieu, consegue dominar, enquadrar-se com a baliza, mas a responsabilidade do momento condiciona-lhe a execução e o remate é falhado. No nevoeiro da Serra da Estrela, Mathieu quase era o D. Sebastião da equipa de Aveiro mas, afinal, o "salvador da pátria" não apareceu...
Com um critério exagerado na amostragem de cartões amarelos, o árbitro, que esteve bem no aspecto técnico, errou, na nossa opinião, no capítulo disciplinar.

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