(0-2, ao intervalo)
A equipa de iniciados do SC Beira-Mar deslocou-se, na manhã de ontem, domingo, ao Estádio Municipal de Águeda, onde defrontou a equipa do Recreio, em jogo da 13ª jornada do campeonato nacional da categoria. Havia alguma expectativa para este encontro, já que era o primeiro a realizar-se após o empate cedido em casa na jornada anterior, frente ao Lusitano de Vildemoínhos, que valeu os primeiros pontos cedidos pelos auri-negros e a interrupção da série consecutiva de 11 vitórias registadas até então. E se há oito dias se falou muito da chuva e lama que condicionaram a exibição dos aveirenses face ao precário estado do relvado do "Mário Duarte", a chuva que caiu antes e durante a partida de Águeda trouxe à memória os efeitos nefastos provocados anteriormente. Contudo, apesar de ter chovido copiosamente, sobretudo durante a primeira parte, o Municipal de Águeda, apresentando muita água no relvado, permitia uma melhor circulação de bola do que no jogo de Aveiro.
A partida foi completamente dominada pelo Beira-Mar, que marcou cedo, mas tardou a adaptar-se às condições de muita água no relvado. Com dois golos obtidos numa primeira parte com sabor a pouco, só no período complementar os pupilos de Alberto Raínho fizeram jus ao estatuto de comandante incontestável da série C e presentearam os espectadores com momentos de bom futebol, 4 golos mais e inúmeros outros desperdiçados. André Fernandes, na 1ª parte e Hugo, na 2ª, não fizeram uma defesa digna de registo.
Alberto Raínho fez subir ao encharcado relvado do Estádio Municipal de Águeda os seguintes jogadores:
André Fernandes (gr) (Hugo, int); Ruben Marques, Pedro Salgado, João Rafael e Filipe (Bruno Filipe, int); André Silva (Zazu, int), Rafa (Tiaguinho, 47') e Pedro Aparício; Tiago Gomes, Duílio e Ricardo Tavares (Henrique, 51').
Suplentes não utilizados: Diogo M. Carvalho e Gui.
Sob chuva ininterrupta, com maior ou menor intensidade, o jogo principiou e não poderia ter acontecido de melhor maneira para os auri-negros já que, logo aos 3', se adiantaram no marcador e puderam, com este golo, "esconjurar os espíritos malignos" do último jogo. Rafa, no centro do terreno, recebe um passe da direita de Duílio e, de muito longe, decide-se por um pontapé em arco, de pé esquerdo, que leva a bola a entrar junto ao ângulo superior esquerdo da baliza do Recreio de Águeda.
O jogo disputava-se no meio-campo dos donos da casa, mas o futebol atacante dos aveirenses não era muito produtivo, havia algumas dificuldades em chegar com perigo à baliza de Paulo e só esporadicamente isso acontecia. O terreno estava difícil, a bola ganhava velocidade nalgumas zonas do campo, enquanto noutras a água acumulada não a deixava rolar. Ainda assim, aos 7', Filipe combina com Tiago Gomes, que se decide pelo remate de longe para uma defesa segura do guardião da casa. Só aos 13' é que os auri-negros voltam a criar perigo, e foi na sequência da marcação de um pontapé de canto, com João Rafael a ter tempo de dominar a bola na área e de rematar forte para uma defesa com o corpo do guarda redes dos jovens "galos do Botaréu". O jogo era mais de luta do que de futebol jogado. Assim se justifica que o seguinte lance digno de registo, tenha acontecido apenas aos 24' de jogo. Foi resultante de um remate perigoso de Duílio desviado para canto, correspondendo a um passe vindo da esquerda de Ricardo Tavares. Na marcação do canto, efectuada por Tiago Gomes na direita, apareceu Pedro Salgado ao 2º poste a encostar para o 0-2.
A partir deste golo e talvez porque a chuva tenha diminuído também de intensidade, a qualidade do jogo aveirense melhorou bastante e passou-se a assistir a alguns bons lances de futebol ligado, que originaram situações para ampliar o marcador. Aos 26', numa boa jogada, Pedro Aparício solicita Duílio que, de primeira, isola Tiago Gomes. O "chapéu", à saída de Paulo da baliza, é bem feito, mas a bola, caprichosamente, sai rente ao poste. No minuto seguinte, Pedro Aparício, num pontapé de ressaca após a marcação de um canto, remata, à entrada da área, um pouco por cima da baliza. Aos 30', soberana ocasião de Tiago Gomes, que se isola após passe longo de Ruben e vê o golo ser negado por uma grande defesa de Paulo. No minuto seguinte, novamente Paulo a manter inalterável o marcador, defendendo com os pés, para canto, um remate de Rafa, sobre a esquerda.
A 2ª parte deu continuidade à melhoria do futebol praticado pelo SC Beira-Mar na parte final da etapa inicial, surgindo, finalmente, mais golos e oportunidades em catadupa. Voltou Rafa a ser o primeiro jogador em destaque, primeiro com um remate, aos 3', a rasar a barra e, no minuto seguinte, fugindo pela esquerda e cruzando com conta, peso e medida, para o cabeceamento de Duílio rente ao ferro. Aos 7', surge o já merecido 0-3. Rafa aponta um livre na esquerda, no enfiamento da grande área, a bola sobra para Tiago Gomes que, à entrada da área, faz golo com um remate colocado. Passados dois minutos, na sequência de um canto marcado à maneira curta, Rafa coloca a bola na área e solicita o bom cabeceamento de Duílio para o 0-4. O mesmo jogador poderia ter dilatado a vantagem, aos 12', mas perdeu a oportunidade quando, isolado, atirou para a defesa de Paulo. Duílio volta a estar na jogada do 0-5, aos 13', solicitando na direita Ruben, que faz um cruzamento para o coração da área, onde Ricardo Tavares domina e remata de pronto, não dando quaisquer hipóteses de defesa. O caudal ofensivo dos beiramarenses não afrouxava e, no minuto seguinte, nova grande oportunidade. O centro da direita é de Duílio e é correspondido com um pontapé acrobático de Ricardo Tavares, que daria um golo de "bandeira". O guarda-redes nega uma primeira vez e, na recarga, Tiaguinho desperdiça novamente, atirando ao lado. Aos 17', um centro da esquerda de Tiago Gomes não tem a melhor correspondência já que Henrique, no centro da área, falha o remate. O 0-6 chegaria aos 21' e começa numa boa assistência de Pedro Aparício para Henrique, que estava descaído na esquerda. O remate pronto e forte do nº 9 do Beira-Mar faz a bola bater com estrondo na barra e sobrar para o lado contrário, onde aparece Duílio, quase em cima da linha de fundo, a centrar para... golo!Estava feito o resultado, mas as oportunidades que se desperdiçaram até ao apito final, a serem aproveitadas, davam quase para outros tantos golos. Pedro Salgado (23'), João Rafael (28'), Tiago Gomes (29'), Pedro Aparício (30') e novamente Tiago Gomes (mas que perdida, aos 34'!), não tiveram arte ou engenho para dilatar o score e foram os símbolos do desperdício nesta parte final do jogo.
A arbitragem do Sr. Nuno Ventura, da AF Viseu, foi muito boa mas, para lá disso, foi muito bem disposta e de muita simpatia para todos os intervenientes.
À margem do jogo, permita-se a referência a outro gesto de simpatia e de amizade, este protagonizado pelo pai do nosso atleta Ruben Marques, que convidou para almoçar no seu restaurante em Rio Côvo, Águeda (Jorge Marques dos Leitões), toda a comitiva auri-negra. No final do jogo, aí se reuniram com grande amizade e muito apetite, atletas (foram todos convocados), treinadores, massagista, dirigente, motorista, pais e alguns outros familiares dos atletas, estreitando laços de união que só poderão ser benéficos para todo o grupo. Ao Sr. Jorge Marques, o nosso muito obrigado!
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