segunda-feira, 11 de outubro de 2010

JUVENIS: Dragão sofreu para vencer em Aveiro!

SC Beira-Mar, 0 - FC Porto, 2
(0-0, ao intervalo)

A equipa de juvenis do SC Beira-Mar esteve muito perto de travar a reconhecida superioridade do FC Porto e de conquistar um ponto precioso num jogo que, à partida, todos dariam como perdido. Durou 71' a resistência aveirense, que ruiu no momento em que Diogo, com um pontapé colocado, à entrada da área, desatou o nó que fixava o nulo no marcador. Frederic, aos 77', confirmaria uma vitória que foi muito suada, que esteve longe das facilidades que o resultado pode deixar transparecer e bastaria que tivesse havido um pouco daquilo a que se costuma chamar de "futebol" para que uma surpresa das grandes pudesse ter acontecido na manhã de ontem, no Estádio Mário Duarte. A verdade é que a primeira grande oportunidade de golo do encontro pertenceu aos auri-negros, equipa que respeitou o poderio do adversário, mas que nunca deixou, sempre que pôde, de jogar no campo todo e de incomodar as redes defendidas por Luís.
Aguinaldo Melo apresentou, para um jogo que teve excelente arbitragem do Sr Nuno Vaz, da AF Viseu, os seguintes elementos:
Samuel (gr); Rúben Marques, Manuel, Miguel e Iúri (Nito, 29'); André Silva (cap), Rafa (Diogo Carvalho, 71') e Pité; Marc (Henrique, 63'), Ricardo Tavares e Danny.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), João Meireles, Wilson e Tiago Gomes.
A estratégia que o técnico aveirense traçou para esta partida consistiu numa entrega deliberada da iniciativa do jogo à equipa do FC Porto, que teve sempre muito mais posse de bola, mas encontrou na boa organização defensiva da equipa do Beira-Mar, com as suas linhas bem juntas e recuadas, um obstáculo muito difícil de ultrapassar. E não se pense que a equipa de Aguinaldo Melo se limitou apenas a defender, já que, amiúde e sempre que recuperava a bola, lançava contra-ataques muito perigosos, que puseram, numa ou noutra situação, a defesa azul-e-branca em sobressalto.
Pertenceu à equipa da casa, aliás, a primeira grande oportunidade de golo, quando, aos 10', Danny, servido na esquerda, fez uma diagonal para dentro, desferindo, já de dentro da grande área e excelentemente enquadrado com a baliza, um forte remate que ficou a centímetros de ter dado origem ao primeiro golo do encontro. A este lance respondeu o FC Porto, criando, aos 13', o primeiro lance de verdadeiro perigo para as redes beiramarenses. A jogada é pela direita, com um cruzamento ao primeiro poste, solicitando um cabeceamento, que aconteceu, muito perigoso, obrigando a difícil intervenção de Samuel, que defendeu para canto.
Aos 22', voltou o Beira-Mar a estar perto de marcar, na sequência de um livre frontal, apontado por Marc, cujo remate forte obrigou a defesa de recurso do guardião Luís. O FC Porto, aos 25', dispôs daquela que, porventura, terá sido a sua melhor ocasião para ter chegado ao golo durante a primeira parte. Gonçalo, do lado direito, faz um cruzamento ao segundo poste, onde surgiu, livre de marcação, Frederic, a cabecear à vontade, valendo mais uma magnífica intervenção de Samuel para evitar o pior para os da casa.
Os azuis-e-brancos procuravam acentuar o seu domínio, exercendo uma pressão alta que, aos 28', obrigou Rúben a atrasar a bola para Samuel, com o guardião aveirense a não ser lesto a despachar e a permitir a intercepção de um jogador visitante, com a bola a tomar o caminho da baliza, valendo a pronta intervenção de Miguel para afastar o perigo.
Até ao apito para o descanso, nota para um cruzamento/remate de Rúben, aos 38', que obrigou a uma defesa em dificuldade de Luís, que, com um bom golpe de rins, evitou que a bola entrasse na sua baliza, desviando-a para canto. O resultado ao intervalo aceitava-se perfeitamente, pois se o FC Porto tinha exercido maior domínio territorial, as equipas haviam-se equilibrado em lances de perigo junto das balizas.
Na segunda parte o "guião" do jogo foi o mesmo, ainda que, ao contrário do sucedido na etapa inicial, foi o FC Porto que dispôs da primeira grande oportunidade para abrir o activo. Ainda decorria o primeiro minuto, a bola é metida nas costas da defensiva aveirense, onde apareceu isolado Frederic (nº 7), que, na cara de Samuel, viu o guardião aveirense negar-lhe o golo com uma corajosa intervenção que amorteceu a marcha do esférico para a baliza, onde surgiu Nito a aliviar definitivamente. O Beira-Mar respondeu pouco depois, aliás como fez ao longo de todo o jogo, mantendo sempre em sentido as linhas mais recuadas da equipa nortenha. Estavam decorridos 45', Marc é encarregado da marcação de um livre, colocando a bola na área, que sobrou para o pé direito de Miguel que rematou de pronto, mas viu, in-extremis, a bola ser interceptada e gorar-se esta grande oportunidade de golo.
Aos 53' foi a vez de Leandro, numa boa incursão pelo meio, rematar cruzado, à baliza de Samuel, com a bola a sair muito perto do poste. A iniciativa continuava a pertencer aos portistas, mas o Beira-Mar nunca deixou também de procurar o golo e, aos 60', num rápido contra-ataque dos aveirenses, Pité coloca a bola em Ricardo Tavares, descaído sobre a esquerda. O avançado auri-negro, oriundo de Oliveira de Azeméis, flectiu para dentro e rematou rasteiro para uma defesa segura mas difícil de Luís.
Aos 63' surge um lance que atesta bem das dificuldades por que o Porto estava a passar. O defesa direito azul-e-branco Baldaia, vendo Danny escapar-se pela esquerda, comete falta sobre o extremo auri-negro e recebe ordem de expulsão por acumulação de cartões amarelos. Tudo parecia agora mais facilitado para que a equipa da casa atingisse os seus objectivos para este jogo, mas foi precisamente na fase do encontro em que tudo parecia mais controlado que o FC Porto chegou ao golo, com Diogo a arrancar um remate, após uma jogada de insistência pelo lado esquerdo, para o qual a estirada de Samuel foi infrutífera.
A jovem formação auri-negra acusou profundamente o golpe, sentindo que desabava, num só instante, tudo o que fora construído com muito esforço ao longo de mais de 70 minutos. Disso se aproveitou a mais experiente equipa do FC Porto, que, já depois de as equipas terem de novo ficado em igualdade numérica (Manuel foi expulso, aos 72', também por acumulação de cartões amarelos), acabaria por apontar o segundo golo, que castiga em demasia a briosa equipa do SC Beira-Mar, cujos jogadores fizeram um jogo pleno de coragem, valentia e entrega à camisola que envergam. O 0-2 resulta de uma boa combinação pela direita, com tabelas ao primeiro toque, limitando-se Frederic, à boca da baliza, a empurrar para as redes. No período de descontos, Rúben receberia também justa ordem de expulsão (as pernas já não respondiam), por agarrar um adversário que se isolava para a baliza, resultando da marcação do livre mais uma grande intervenção de Samuel a evitar o terceiro e injustificado golo.
A todos os atletas do Beira-Mar uma palavra de apreço pelo bom jogo que fizeram, tendo lutado até à exaustão e mostrado que, a jogar sempre assim, os nossos objectivos serão, de certeza, alcançados.

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