segunda-feira, 29 de novembro de 2010

JUVENIS: Golos, precisam-se!

SC Beira-Mar, 1 - Académico Viseu FC, 1
(1-0, ao intervalo)

Pela segunda semana consecutiva, a equipa de juvenis do SC Beira-Mar perdeu pontos na luta com dois adversários directos e em condições em tudo semelhantes, não conseguindo, em ambos os jogos, manter a vantagem alcançada no marcador e acabando por deixar os seus adversários chegar ao empate através da marcação de grandes penalidades. Foi assim há oito dias em Oliveira de Azeméis e o "filme" voltou a repetir-se ontem, no Estádio Mário Duarte, na partida disputada frente ao Académico de Viseu. A partida com os viseenses deixa uma enorme amargura nos beiramarenses, que dispuseram de inúmeras situações flagrantes para terem resolvido o jogo a seu favor, podendo ter "matado" o jogo na primeira parte, quando venciam por 1-0, ou já depois de os academistas terem chegado ao 1-1, no período complementar. Em qualquer dos meios tempos, o segundo golo não surgiu e o resultado final acaba por castigar a ineficácia finalizadora dos aveirenses, premiando a bem organizada equipa do Académico de Viseu, que tem sido, neste campeonato, uma verdadeira "besta negra" do Beira-Mar (5 pontos "roubados"). A verdade é que se torna muito difícil ganhar jogos, falhando as oportunidades que a equipa aveirense tem falhado em várias ocasiões e disso os adversários não têm nenhuma culpa.
Para tornar ainda mais triste a fria manhã de domingo, e nisso os academistas estão irmanados connosco, há a lamentar um lance acidental entre Rafa e um jogador academista, que chocaram as cabeças com alguma violência, tendo havido necessidade de os transportar ao hospital de Aveiro, onde permaneceram longas horas em observação, provocando muita preocupação e ansiedade em quem viveu a situação de perto. Aos dois atletas, e permitam-nos uma palavra particular para o Rafa, desejamos uma rápida e completa recuperação. Força, aí campeões!
Foram os seguintes os atletas eleitos por Aguinaldo Melo para a partida com o Académico de Viseu:
Samuel (cap); João Rui, Manuel, João Rafael e Bruno Filipe; André Silva, Diogo M. Carvalho e Rafa (Rúben Marques, 50'); Marc, Ricardo Tavares (Tiago Gomes, 63') e Danny.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), Diogo H. Carvalho, Henrique, Balacó e João Valente.
O jogo começou, praticamente, com uma excelente ocasião para o Beira-Mar se adiantar no marcador, quando estavam decorridos apenas 2' de jogo, com o golo a ser negado pelo guardião academista Popó, que esteve em particular evidência nesta partida. Na sequência de uma boa circulação de bola por parte da equipa da casa, Bruno Filipe executa um bom cruzamento da esquerda, proporcionando a Marc um remate em arco que é superiormente defendido pelo guardião viseense para canto.
Este lance, contudo, não teve sequência e seguiu-se um longo período de equilíbrio, com a bola a ser jogada quase sempre longe das balizas. Via-se um Académico muito bem organizado no modo como defendia, dificultando a tarefa do Beira-Mar, que não conseguia fazer circular a bola com muito à-vontade, devido, em grande parte, a uma pressão ligeiramente alta exercida pela equipa viseense.
Só a partir do meio da primeira parte o Beira-Mar começou a exercer algum ascendente e isso depressa se traduziu em lances de perigo junto da baliza do Académico viseense. Aos 22', o Beira-Mar dispõe, na mesma jogada, de duas soberanas oportunidades para chegar ao golo, que só não aconteceu por autêntico "milagre". O lance é muito bem gizado pela direita do ataque aveirense, com Rafa a ir à linha e a cruzar para o meio, onde surge Marc a rematar à queima-roupa, para uma primeira defesa por instinto de Popó (impressionante!) e a esbanjar incrivelmente a recarga, atirando por cima da barra sem ninguém a defender os postes (inacreditável!).
Aos 25', nova oportunidade para os auri-negros, que finalmente criavam um caudal ofensivo capaz de fazer chegar a equipa ao golo. Rafa está outra vez na jogada, com o cruzamento a surgir, desta feita, do lado esquerdo, com um defesa viseense a desviar de cabeça para a sua baliza, fazendo a bola sair rente ao poste esquerdo. Estes avisos culminariam no golo inaugural, que surgiu aos 32', com Danny, do "meio-da-rua", a decidir-se por um pontapé directo à baliza, com a bola a descrever um arco pronunciado e a sobrevoar o guardião academista, que foi surpreendido pelo disparo e não conseguiu evitar o 1-0.
Este era o melhor período do Beira-Mar no jogo e os auri-negros, aproveitando a embalagem que o golo lhes dera, poderiam ter sentenciado a partida ainda antes do intervalo, tivessem os seus jogadores concretizado as oportunidades flagrantes que tiveram ao seu dispôr. Aos 37', na sequência de uma bela jogada de futebol colectivo, Ricardo Tavares faz um cruzamento da direita para a pequena área, proporcionando um cabeceamento a Marc que saiu ao lado. A primeira parte acabava com o Beira-Mar claramente por cima e, aos 38', mais uma defesa incrível de Popó (só visto!), negando por instinto o golo a Marc, que cabeceia na cara do guardião academista uma bola surgida de um cruzamento da esquerda de Danny.
A velha máxima do futebol - quem não marca arrisca-se a sofrer - haveria de aplicar-se logo no início da segunda parte, com o Académico a chegar à igualdade, aos 43', na transformação de uma grande penalidade indiscutível, mas cujo lance foi precedido de uma irregularidade não assinalada pelo árbitro, que não viu o jogador academista jogar a bola com a mão.
A equipa do Beira-Mar acusou o golo e passou a actuar de forma algo nervosa, situação que ainda mais se agravou com a saída, aos 50', de Rafa, vítima da lesão já referida. Estas ocorrências fizeram o Beira-Mar perder o fio condutor do jogo com que tinha acabado a primeira parte e Samuel, aos 58', negaria mesmo novo golo ao Académico, desviando para canto um remate cruzado da direita, desferido por um adversário que surgiu livre de marcação após cruzamento do lado contrário.
Este lance como que despertou a equipa da casa, que partiu, finalmente, em busca da vitória, que só não aconteceu devido à conjugação de uma série de factores que fazem parte de um jogo de futebol - guarda-redes em dia sim, avançados em dia não e a sorte que umas vezes protege uns e desampara outros. É disso exemplo o lance, aos 60', em que Marc recolhe a bola na área viseense e remata de pronto para uma defesa (mais uma) inacreditável do guarda-redes forasteiro, que nega mais um golo, defendendo com o pé para canto. Popó voltaria a ser o salvador da sua equipa, aos 67', quando Tiago Gomes, entrado minutos antes, lhe surgiu pela frente, com a bola controlada, ganhando este duelo o guardião academista, que faz mais uma defesa de recurso, quando o avançado auri-negro procurou desviar a bola para a baliza, negando, desta forma, um golo que já estava quase a ser festejado. Carregava o Beira-Mar e, aos 75', um cruzamento teleguiado de João Rui encontra Danny, solto no centro da área, com o extremo aveirense a elevar-se muito bem para um cabeceamento, feito sem oposição, que rasou o travessão. O manancial de oportunidades perdidas terminaria, aos 78', com a derradeira hipótese que os auri-negros tiveram para desfazer a igualdade. A jogada é excelente, pela esquerda, com Tiago Gomes a evitar vários adversários e a dar atrasado, tirando o guarda-redes da jogada, para Danny, que falha o golo à boca da baliza, com a bola a ser desviada para canto por um defesa viseense, passando milagrosamente a roçar o poste. Incrível!
Resultado lisonjeiro para o Académico de Viseu, que, sendo uma equipa que revelou alguma organização, teve em Popó o seu grande esteio e foi protegida pela "estrelinha" que é necessária para ganhar jogos, ou, pelo menos, para não os perder. Dois pontos foram quantos o Beira-Mar perdeu e, pior do que isso, só o drama vivido pelo Rafa e pelo seu colega de infortúnio viseense. Melhores dias virão.
Não temos sorte com os árbitros que nos apitam os jogos com o Académico de Viseu mas, deste facto, o clube viseense não tem qualquer responsabilidade. Com efeito, não gostámos da arbitragem do Sr. José Pedro Laranjeira, da AF Coimbra, ainda que não lhe imputemos directamente a responsabilidade pelo semi-desaire auri-negro. Mas a sua gritante dualidade de critérios (deixou seguir uma mão na bola de um jogador viseense no lance da grande penalidade e anulou, na segunda parte, um golo a Danny, alegando mão na bola do avançado aveirense), a penalização permanente do Beira-Mar em lances duvidosos e a falta de bom-senso nos 3 minutos que deu de compensação, quando o jogo esteve mais tempo parado só no lance em que os dois jogadores já referidos chocaram de cabeça, são motivos mais do que suficientes para lhe atribuirmos nota negativa e para desconfiarmos da sua neutralidade.

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