segunda-feira, 14 de março de 2011

INICIADOS A: Derrota cruel

SC Beira-Mar, 1 - FC Porto, 4
(1-2, ao intervalo)

É certo que em futebol são os resultados que ficam para a história, mas manda a verdade que se diga que esta derrota dos iniciados do Beira-Mar, frente ao FC Porto, por 1-4, é um castigo demasiado severo para aquilo que os pupilos de Alberto Raínho fizeram durante o jogo, sobretudo na primeira parte, jogada olhos nos olhos com os azuis e brancos, que tiveram a sorte do jogo pelo seu lado. Nesses primeiros 35 minutos, os jovens auri-negros deram fundadas esperanças de poder discutir o resultado com o seu teoricamente mais poderoso adversário, mas a eficácia portista e os golos cirurgicamente obtidos em momentos cruciais da partida, fatais sob o ponto de vista psicológico, foram agruras em demasia para quem luta com armas tão desiguais.
Sob uma arbitragem complicativa do juiz leiriense, Sr. Carlos Amado, as equipas apresentaram-se da seguinte forma no relvado principal do estádio Mário Duarte:
SC Beira-Mar: Rafa (gr); Sousa, Ricardo Pinto, Fábio (cap) e Ricardo Melo; Miguel, Tiago Ramalho e Hugo Custódio; Aurélio, João Miguel (Steven, 49') e Bruno Ribeiro (Lucas, 65').
Suplentes não utilizados: Canha (gr), Yusuf, Nuno Abreu, Tiago Marques e Ricardo Esteves.
FC Porto: João Costa (gr); Joel (Emanuel Alves, 52'), João Cunha, Bruno Duarte e Raúl; Diogo Barbosa, Clever e Rui Moreira (cap); Sérgio Ribeiro (Luís Malta, 64'), Tiago Garcia e Ruben Macedo.
Suplentes não utilizados: João Gurtner (gr), Tomás Mota, Sérgio Cardoso, Emanuel Davide e Rui Silva.
Apesar de se apresentarem com estatutos completamente diferentes na prova, isso não se notou quando a partida começou, com o Beira-Mar a responder sempre com muita objectividade e perigo ao maior e natural controlo de bola por parte do seu adversário, que, no entanto, o fazia sempre longe das zonas de perigo. A equipa de Alberto Raínho disporia mesmo da primeira e flagrante oportunidade para chegar ao golo, à passagem do minuto 6, num lance de "laboratório" quase perfeito, com Aurélio a falhar a baliza por milímetros, rematando em posição frontal após duas simulações sucessivas, na sequência de um canto, que o deixaram com a baliza à sua mercê. Que falta de sorte!
Quiçá deslumbrados com a hipótese de poderem ter-se adiantado no marcador, os aveirenses foram surpreendidos, no minuto seguinte, com um rápido contra-ataque, que proporcionaria o 0-1. Tiago Garcia é lançado em velocidade, com a bola a ser metida no espaço vazio, e o rápido e talentoso avançado portista evita a saída de Rafa e dá para a boca da baliza, onde a defensiva aveirense falhou a intercepção, aproveitando-se disso Sérgio Ribeiro para atirar por entre os postes abandonados.
Este foi o primeiro golpe sofrido pelos auri-negros, que viram o seu adversário marcar na jogada seguinte ao momento em que poderiam eles ter festejado. Mas os braços não caíram e a reacção ao golo fez-se sentir, aos 18', numa boa jogada de combinação, pelo corredor esquerdo, entre Ribeiro e Melo, com este a colocar na área para uma entrada de cabeça de Hugo, que vê o seu remate ser desviado para canto. Na sequência deste, a bola sobra para Miguel, descaído na esquerda, que a coloca na área para nova entrada de cabeça, desta vez de Aurélio, que não dá golo por muito pouco.
A insistência do Beira-Mar, que em termos defensivos anulava por completo as iniciativas dos azuis e brancos, viria a dar os seus frutos, aos 32', depois de uma série de cantos conquistados. Foi precisamente num deles, apontado da direita por Bruno Ribeiro, que Ricardo Pinto aproveitou uma sobra de bola para a pontapear de pronto para o fundo das redes, obtendo o já muito merecido e justo 1-1.
Quando se pensava que as equipas recolheriam aos balneários igualadas no marcador, que era o mínimo que os aveirenses poderiam exigir para si em termos de justiça no resultado, em cima dos 35', o FC Porto volta a ganhar de novo vantagem e a mostrar uma tremenda eficácia em termos de finalização. Para além de mais um momento revelador de a sorte do jogo estar do seu lado, o FC Porto também mostrou, no lance do 1-2, que tem bons executantes. O golo é obra de Tiago Garcia, que recebe de costas para a baliza, rodopia e desfere um remate cruzado que surpreende Rafa pela sua potência e velocidade de execução.
Foi mais um golpe duro na moral dos auri-negros, que vêem o adversário ganhar vantagem pouco depois do empate e em cima do intervalo, com tudo o que isso representa em termos psicológicos. Mas o pior ainda estava para vir! Logo no início da 2ª parte, aos 38', noutro momento crucial do jogo, o FC Porto chega ao 1-3 e dá, praticamente, a estocada final na partida. Rafa ainda evita o golo num primeiro momento, saindo aos pés do isolado Tiago Garcia, mas a bola sobra para Ruben Macedo, que atira para a baliza deserta.
Foram demasiados golpes em tão curto espaço de tempo (golo a fechar, golo a abrir) e isto reflectiu-se no que veio a seguir. O Porto, mais tranquilo com a vantagem de dois golos, partiu para o seu melhor período no jogo, enquanto o Beira-Mar sentia agora maiores dificuldades em chegar à baliza de João Costa como o houvera feito na etapa inicial.
Assim, aos 45' e 55', os azuis e brancos estiveram muito perto de ampliar a vantagem. A primeira oportunidade resulta de sucessivas trocas de bola à entrada da grande área aveirense, com Ruben Macedo a surgir na cara de Pedro Rafael, "picando-lhe" a bola por cima do corpo, mas errando o alvo por milímetros. O segundo lance é uma jogada de contra-ataque feito em superioridade numérica, com Tiago Garcia a ser servido na direita e a rematar cruzado, com a bola a rasar o poste mais distante.
Com o FC Porto a controlar a vantagem e a ser mais dominador desde o momento do terceiro golo, o Beira-Mar viria ainda a reagir no último quarto do jogo, em que voltou a equilibrar as operações.O momento mais perigoso deste período, protagonizado pelos aveirenses, aconteceu, aos 57', quando Bruno Ribeiro se escapou pela esquerda e rematou à figura de João Costa.
E foi já no 5º minuto de compensação dado pelo árbitro, quando já não havia dúvidas quanto ao vencedor da partida, que o marcador voltou a funcionar, castigando com um severo 1-4 uma equipa do Beira-Mar que esteve largo tempo na disputa do resultado. Mas o futebol é um jogo cruel e foi desse modo que, na sequência de um livre na direita, marcado no enfiamento da grande área da casa, Tiago Garcia bisaria na partida marcando um belo golo de cabeça.
Foram boas as indicações (se mais precisas fossem...) deixadas pela equipa de Alberto Raínho, que mostrou ter condições para discutir todos os jogos nesta 2ª fase, onde, aconteça o que acontecer, fechará uma brilhante época.

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