JUNIORES B: A justiça dos golos

SC Beira-Mar, 1 - CF União Lamas, 3
(0-1, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar sofreu, no passado sábado, a primeira derrota no campeonato distrital da 1ª divisão, ao perder, no relvado secundário do estádio Mário Duarte, por 1-3, com a sua congénere do União de Lamas. Num jogo em que os aveirenses tiveram maior posse de bola e mostraram melhor futebol, valeu o aproveitamento, materializado em golos, de algumas debilidades defensivas dos aurinegros por parte da equipa visitante, que se apresentava com um "onze" fisicamente mais forte. E os golos são a justiça do futebol, pelo menos aquela que vale pontos.
Aguinaldo Melo apresentou uma equipa em que pontificava apenas um atleta com idade júnior, tendo o Beira-Mar alinhado com:
José Vítor (gr); Diogo H. Carvalho, Gui, Fábio e Filipe Melo; Miguel Campos, Rúben Oliveira (Tiago Ramalho, int), Rúben Marques (Steven, 72') e Pedro Aparício (cap); Tiago Azevedo (Balseiro, int) e Henrique.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr).
O Beira-Mar entrou praticamente a perder no jogo, resultado de um golo obtido, logo aos 2', na sequência de um lançamento de linha lateral em que foram postas a nu algumas facilidades defensivas dos donos da casa.

Os aveirenses reagiram bem ao golo e passaram a ser a equipa com sinal mais no encontro, instalando-se no meio campo adversário, ainda que, valha a verdade, sem muitos resultados práticos. A defender com um bloco muito "alto", os aveirenses expunham-se mesmo às investidas do opositor que, por duas vezes (12' e 26'), esteve à beira de ampliar o marcador. O primeiro lance resultou de um mau atraso que isolou o nº 9 e no segundo, numa transição rápida, é o nº 8 (que já marcara o 1º golo) que surge na cara de José Vítor  que, em ambas as jogadas, merece nota de destaque, já que evitou com outras tantas boas intervenções males maiores para a sua equipa.
Apenas já no declinar da etapa inicial, aos 43', Pedro Aparício, na marcação de um livre frontal, levou algum perigo à baliza do Lamas, mas o seu remate saiu por cima do travessão.
Os aurinegros tiveram uma boa entrada no segundo tempo e aliaram ao domínio territorial exercido já na primeira parte algumas boas oportunidades para fazer funcionar o marcador a seu favor. A primeira delas surgiu logo aos 48', numa boa combinação de ataque da equipa do Beira-Mar em que Henrique, servido por Pedro Aparício, aparece a rematar dentro da área, em muito boa posição, fazendo a bola passar muito perto do alvo.

Mas, aos 60', cruelmente contra a corrente do jogo, o Lamas chega ao 0-2, num lance em que a bola é literalmente despejada nas costas da defesa da casa, com José Vitor, traído pelo sol, a deixar-se antecipar pelo nº 18 visitante, que caminhou com a bola para a baliza deserta e fez facilmente o golo.
Dois minutos volvidos, novo erro defensivo dos aveirenses, que o nº 8 não soube aproveitar para "matar" definitivamente o jogo. O jogo entrava numa fase em que o Beira-Mar arriscava tudo e, se é verdade que esteve a ponto de marcar por mais do que uma vez, a sua retaguarda mostrava-se fragilizada e, também por mais de uma vez, os lamacenses poderiam ter sentenciado a partida. Neste período de jogo, registo de oportunidades para o Beira-Mar, aos 67' (Rúben Marques, na cara do golo, atira contra o corpo do guarda-redes), 68' (remate de Pedro Aparício, da meia-lua, por alto) e 74' (Henrique, na pequena área, desvia de cabeça, ligeiramente ao lado, um cruzamento da direita de Steven). Do lado do Lamas, nota para uma defesa de José Vítor a um remate traiçoeiro, aos 70' e para um contrapé, aos 75', defendido com a cabeça pelo guardião aveirense, quando o nº 13 lhe surgiu isolado pela frente.

Tantas ocasiões haveriam de resultar em golos e o 1-2 que relançou a partida surgiu, aos 81', por Pedro Aparício, na transformação de uma clara grande penalidade.
Esperava-se emoção para o que restava do jogo e ela aconteceu, sem dúvida! Se, aos 84', o Lamas dispôs de mais uma flagrante ocasião para arrumar com a questão, quando o nº 9 se escapou à muito adiantada defesa aurinegra e proporcionou, na cara de José Vítor, mais uma boa intervenção deste, o empate andou por muito perto, aos 87', num remate de Pedro Aparício à barra, na sequência de um lance em que ficou por marcar uma grande penalidade favorável ao Beira-Mar.
Em cima dos 90' regulamentares, após livre de Pedro Aparício, foi Miguel a ter na cabeça, com o guarda-redes fora da baliza, nova ocasião para repor a igualdade, mas a bola saiu por alto. E foi já em período de compensação, depois de Gui (90+1') ter salvado em cima da linha um golo certo, que, aos 90+4', os visitantes fixaram o 1-3 final, num lance de reposição de bola em jogo pelo seu guarda-redes que isolou (!) um colega.
Ganha quem marca e não quem tem mais posse de bola ou que evidencia melhor "nota artística"...