sábado, 16 de maio de 2009

JUVENIS: Vitória da técnica sobre o "músculo"!

AD Taboeira, 0 - SC Beira-Mar, 4
(0-1, ao intervalo)
Era mais um jogo de extraordinária importância para as duas equipas que, separadas à partida por apenas um ponto, lutam pelo título distrital e pela promoção ao campeonato nacional. Confirmando o bom momento que atravessa, o SC Beira-Mar bateu, sem apelo nem agravo, por 0-4, o seu rival aveirense, assumindo o 1º lugar da prova, à condição, ficando a aguardar o que acontecerá na deslocação a Oliveira do Bairro do, até há pouco, líder Oliveirense. A equipa auri-negra conquistou a sua 4ª vitória consecutiva num jogo em que foi claramente superior ao adversário e o resultado não pode sofrer qualquer espécie de contestação.
Para a "final" disputada no Parque de Jogos José Oliveira Santos, em Frossos, Aguinaldo Melo, que foi coadjuvado por Bruno Canha, fez alinhar:
Diogo (GR); Mika, Renato, Lobo e Wilson (Bryan, intervalo); Francisco, Granja e André Vaz; Nelson, Paulo Sousa (Pedro, intervalo) e Cassamá (Lucas, 71').
Suplentes não utilizados: Samuel, Rui, Nuno e Erivaldo.

Os momentos iniciais da partida deram para mostrar aquilo que se confirmou ao longo de todo o jogo. De um lado uma AD Taboeira que assenta o seu futebol na base de uma equipa muito poderosa fisicamente, construída a partir de uma defesa muito forte (só tinha 12 golos sofridos e era a menos batida do campeonato), que faz do corpo-a-corpo a sua principal arma, que disputa cada lance no limite (e para lá...) do legalmente permitido, mas que só de bola parada chegava à baliza do quase tranquilo Diogo. Do outro lado, o SC Beira-Mar mostrava um futebol muito mais vistoso, com a bola a sair jogada a partir da defesa, com os diferentes sectores a ligarem muito bem e a chegar muitas vezes com perigo à zona de finalização. Futebol agradável, de fino recorte, mas nunca perdendo o sentido prático e a conjugar, frequentemente, a técnica com a velocidade dos homens da frente.
Neste confronto de estilos, os primeiros 20' foram totalmente dominados pelos auri-negros e, logo aos 5', o oportuno Paulo Sousa falha flagrante oportunidade de golo, quando, na pequena área, cabeceia rente à barra e com o guarda-redes Rodolfo batido, um cruzamento da direita de Mika, após jogada de entendimento com Francisco Griné. Que pena! O Beira-Mar continuava a jogar muito bem, tinha o jogo controlado e poderia, outra vez, ter feito funcionar o marcador, quando, aos 14', novamente Paulo Sousa aparece em zona de finalização, mas deixa-se antecipar ao cruzamento efectuado da esquerda por Wilson, que ganhou a linha após jogada bem gizada pela nossa equipa. Duas grandes oportunidades perdidas mas, o que mais ficava na retina, era o bom futebol da nossa equipa, que fazia correr atrás da bola a equipa adversária. Costuma dizer-se que à terceira é de vez! E foi! Decorriam 15' de jogo, quando, numa transição rápida, Nelson é lançado na direita e cruza para o coração da área, onde apareceram Cassamá e Paulo para a finalização. Atrapalharam-se mutuamente, mas a bola sobra para a marca de grande penalidade onde, vindo de trás, surge André Vaz a rematar colocado para o 0-1. Estava aberta a porta do êxito e este período de franco domínio dos rapazes de amarelo e preto vestidos teria, aos 21', outro momento em que André Vaz voltou a criar perigo para a baliza do Taboeira, rematando com a propósito, para defesa de Rodolfo, uma bola que sobrou para a entrada da área, na sequência de um livre apontado por Francisco, na direita.
Seguiu-se um período de jogo mais repartido, em que o Taboeira foi à procura do empate, mas só em lances de bola parada chegava a incomodar Diogo, sendo disso exemplo escasso um remate de longe, aos 26', na sequência de um livre, facilmente parado pelo nosso guardião. Foi uma fase de bastante querer do adversário, que punha tudo em cada lance e, como consequência dessa agressividade, viu dois dos seus jogadores serem admoestados com cartões amarelos, aos 32' e 33'. Chegava o intervalo, estávamos na frente, mas no fundo sentíamos que o resultado era escasso para tão grande diferença mostrada entre as duas equipas.
A 2ª parte, surpreendentemente, mostrou um Beira-Mar um pouco encolhido na fase inicial, com algumas perdas de bola inusitadas e os nossos jogadores a mostrarem algum nervosismo, perante um Taboeira que sentia que um golo poderia mudar a história do jogo. A verdade é que continuaram apenas a incomodar Diogo através de lançamentos longos para a área, na marcação de livres e cantos. Foram 10' de jogo incaracterístico, que terminou, precisamente, quando Pedro pega na bola, na esquerda, flecte para dentro e remata forte e colocado com o pé direito ao poste mais longe, fazendo o 0-2 mais tranquilizador.
Bom, a partir daqui voltou o jogo ao filme de quase toda a 1ª parte, sobretudo da primeira metade, ou seja, o bom futebol praticado pela nossa equipa. Foi um regalo para os olhos a jogada encetada aos 17' por Chico Griné no nosso meio-campo e continuada por Cassamá, que assistiu de calcanhar, na zona de finalização, alguém que chegou atrasado. Aos 19 e 20' é Nelson que tem oportunidades para ampliar, após cruzamentos de Pedro e André Vaz. Lobo, aos 21', também cabeceia à baliza com perigo.
A "equipa-maravilha" estava de volta e, sem surpresas, acontece o 0-3, aos 23'. Mais uma boa jogada pela esquerda, Bryan faz um cruzamento largo, Cassamá remata de cabeça, na zona do ponta-de-lança, para defesa incompleta de Rodolfo, surgindo Nelson, oportuno, a rematar para dentro da baliza.
Sentiu-se, neste momento, que a vitória já não nos fugiria e que o objectivo deste jogo estava alcançado. Mas a equipa de Aguinaldo Melo não se deu por satisfeita e continuou a mostrar as suas capacidades à boa assistência que presenciou o jogo. Francisco aos 25', depois de mais uma jogada em progressão, remata à figura do guardião da casa, gorando-se a hipótese de mais um golo. O Taboeira, já sabemos, só de bolas paradas. E aos 27' dispôs de um livre directo, na meia-lua da grande área. Foi o remate mais perigoso de toda a partida, mas a bola, desviada pela barreira, segue para canto, do qual resultou mais um cabeceamento que levou algum perigo às redes de Diogo. Foi o "canto do cisne" já que, aos 35' e a culminar jogada de antologia iniciada em Bryan, continuada por Francisco e finalizada por Pedro com um remate forte e colocado, o Beira-Mar chegou ao festejado 0-4.
Foi uma vitória inteiramente justa, em que a habilidade venceu a força, o futebol-inteligência se superiorizou ao futebol-físico, a técnica, enfim, levou a melhor sobre o "músculo"!
Num jogo nem sempre fácil de apitar devido à agressividade mostrada pelo nosso adversário (viu 3 cartões amarelos contra um mostrado a Bryan, em jeito de compensação), o árbitro não esteve mal e o resultado ajudou a que não fosse protagonista. Se protagonistas houve (e houve), eles foram os jogadores do SC Beira-Mar.
Faltam 3 finais!

Sem comentários: