domingo, 27 de dezembro de 2009

JUNIORES B: Derrota comprometedora em Anadia


Anadia FC, 2 - SC Beira-Mar, 1
(1-1, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar deu um passo atrás na luta pelos lugares que dão acesso à série dos primeiros, na 2ª fase do campeonato distrital da 1ª divisão da AFA, ao ser derrotada ontem, em Anadia, por 2-1, caindo para um indesejável e inesperado 7º lugar, quando estamos apenas a 3 jornadas do final desta 1ª fase da prova. O jogo era de importância fundamental para as aspirações auri-negras e a paragem do campeonato nacional até deu uma ajuda, permitindo apresentar, na cidade bairradina, uma equipa mais adulta do que vem sendo habitual nesta competição. O resultado até pode ser injusto, sobretudo pelo que se passou na 1ª parte, mas os aveirenses tinham obrigação de fazer melhor, perante um adversário que, desde o início, dava mostras de ficar satisfeito com um empate.
António Luís apresentou, no sintético do Complexo Desportivo de Anadia, os seguintes elementos:

Ricardo Barros (gr); Ibrahima, Marcelo, Abreu e Berna (cap); Granja, Francisco Griné, André Aranha (Filipe Vieira, 55') e Seixas; Nelson e Igor (Ricardo Melo, 71').

Após um início de jogo equilibrado, o Beira-Mar mostrou algum ascendente, tendo dado o primeiro sinal de perigo, aos 8', por Seixas, numa arrancada individual, desde trás, que termina num remate para as mãos do guarda-redes do Anadia. Os aveirenses controlavam as operações, mas só voltaram a criar verdadeiro perigo para as redes contrárias, aos 29', após um período de futebol bem jogado. Foi no seguimento de uma boa jogada de entendimento, com trocas rápidas de bola e com um cruzamento de Nelson, da esquerda, com a parte exterior do pé direito, a ver Seixas, à boca da baliza, chegar ligeiramente atrasado. Aos 32', nova situação de golo para os auri-negros, no seguimento de um canto à maneira curta, com o cruzamento-remate a ser superiormente defendido pelo guardião da casa. Foi com inteira justiça, pois que, aos 33', o Beira-Mar chegou à vantagem. O lance começa em Nelson, que abre, a rasgar na esquerda, em Francisco Griné. O médio ofensivo do Beira-Mar isola-se contorna o guarda-redes adversário e, já sem ângulo, serve no meio da baliza a entrada de André Aranha que, vindo de trás, não tem dificuldade em fazer o 0-1.
A justiça no marcador não durou mais do que 2 minutos e foi aqui que o Anadia começou por ter a sorte do jogo. Uma equipa que dava mostras, desde o início, pelo modo pausado como repunha sempre a bola em jogo, em situações de paragem, que o empate lhes satisfazia, alcançou esse seu primeiro objectivo, poucos momentos após estar em desvantagem, na primeira situação em que o poderia ter feito. Num lance que foi um misto de hesitação e desentendimento, na zona central da defesa aveirense, que se viria a repetir na 2ª parte e que seria fatal, o guardião Ricardo sai da sua área e, na zona da meia-lua, faz falta sobre um jogador do Anadia (valeu-lhe, de resto, um cartão amarelo). Para quem tinha assistido, em Aveiro, ao jogo da 1ª volta, certamente que veio à memória o modo como o Anadia tinha obtido um dos seus golos e da importância que o nº 10 (Ricardo Baptista) tem na execução das bolas paradas. Pois o "carrasco" dos aveirenses voltou a fazer das suas e, numa execução exemplar, chega ao 1-1, que nada tinha, até então, justificado. Antes do intervalo, o Beira-Mar ainda poderia ter voltado à vantagem, mas Francisco Griné, só com o guarda-redes pela frente, perde uma das oportunidades mais soberanas e atira contra o corpo do "keeper" bairradino. Chegava o intervalo e o resultado era tremendamente injusto para os rapazes do Beira-Mar e um prémio imerecido para quem já tinha começado a fazer anti-jogo.

A 2ª parte começou com um lance, logo aos 3', que foi o prenúncio do que iria acontecer mais tarde. Num lance em que a zona central do último reduto aveirense mostrou muita "cerimónia" para resolver, é Ricardo que evita o golo, defendendo para canto o remate de um opositor que os defesas aveirenses lhe deixaram surgir na frente. Após este lance, o jogo ficou repartido, com o Beira-Mar a praticar um futebol mais apoiado (mas com os passes a saírem, muitas vezes, transviados) e  o Anadia um futebol directo, sem "rodriguinhos" junto à sua área e procurando, com passes longos, lançar a confusão na excessivamente nervosa e hesitante zona central da defesa do Beira-Mar. Ocasiões de golo, nem vê-las, a produção aveirense tinha caído a olhos vistos e o Anadia continuava a mostrar satisfação pelo resultado que estava a alcançar. E, se calhar, foi isto que adormeceu a formação auri-negra, talvez convencida que, pelo menos, a derrota seria impossível de acontecer, perante a postura dos donos da casa. Mas, aos 25', numa hesitação mais, na zona central, o Anadia chega ao 2-1, através de um remate muito colocado, desferido à entrada da área, ao qual a estirada de Ricardo de nada valeu.
Após a vantagem do Anadia, o jogo "acabou"! Se já não tinham pressa, a partir daí os visitados demoravam uma eternidade para colocar uma bola em jogo e, à medida que o tempo ia passando, os beiramarenses mostravam , cada vez mais, uma incapacidade gritante para inverter o rumo dos acontecimentos. Só aos 41', após um cruzamento da esquerda de Seixas, Nelson, com um remate de cabeça, deu a sensação de algum perigo, mas a bola passou por cima. Foi muito pouco, para quem vinha disposto a ganhar e, a partir de agora, tolerância zero para os 3 jogos em falta.
Boa arbitragem em termos técnicos, mas muito contemplativa para o anti-jogo do Anadia.

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