domingo, 28 de fevereiro de 2010

INICIADOS A: Invencibilidade perdida!

SC Beira-Mar, 0 - CF "Os Marialvas", 1
(0-0, ao intervalo)

A derrota tangencial (0-1) sofrida hoje de manhã pela equipa de iniciados do SC Beira-Mar, no jogo que disputou no emprestado Estádio da Gândara, na Oliveirinha, frente ao Marialvas, acabou com a invencibilidade da equipa de Alberto Raínho no campeonato nacional, que durava há 20 jogos e impede os jovens auri-negros de cumprir um objectivo que ficaria na história do clube - terminar a prova sem perder. A vitória da equipa de Cantanhede tem de se aceitar, porque soube aproveitar muito bem a desinspiração dos aveirenses, que foi por demais evidente. À semelhança do jogo da 1ª volta, o Marialvas partiu de novo na frente do marcador, na transformação de uma grande penalidade, que voltou a deixar a equipa do Beira-Mar reduzida a 10 unidades. Desta feita, porém, nem o jogo colectivo, nem a inspiração individual, foram capazes de dar a volta ao marcador.
Sob a direcção do árbitro da AF Viseu, Sr. Nuno Silva, que realizou um bom trabalho, as equipas apresentaram:
SC Beira-Mar: Hugo (gr); Ruben Marques, João Rafael (Renato, 64'), Gui e Bruno Filipe (Zazu, int); André Silva, Diogo M. Carvalho e Rafa (cap); Tiago Gomes, Henrique e Duílio (Ricardo Tavares, int).
Suplentes não utilizados: André Fernandes (gr), Pedro Salgado, Tiaguinho e Vítor.
CF Marialvas: Costinha (gr); João Griné, João Neves, João Luís e Pedro Lopes; Pedro Marques, Manuel Neves, André Jaria, Júlio Costa e Rodrigo Tomé; Tiago Bispo.
Suplentes não utilizados: Diogo Santos, Bruno Fernandes, Miguel Reis, Daniel Jesus, Luís Santos, Diogo Teixeira e Rodrigo Monteiro.
O nulo que se registava no resultado, ao intervalo, poderia ser extensivo à qualidade do jogo apresentado nos primeiros 35 minutos, sobretudo pelo Beira-Mar que, como líder incontestado da série C, deixou uma pálida imagem daquilo que é como equipa. Quem visse os jovens auri-negros pela primeira vez, não acreditaria que estava perante a equipa que comanda a série C do campeonato nacional, que não perdia há 20 jogos e tinha 13 pontos de avanço sobre o 2º classificado e 25 (!) sobre o adversário que defrontava. E nem há desculpas para o sucedido, o campo estava em óptimas condições, não havia lesões, nem castigos e, durante o jogo, não houve falta de sorte, nem erros da arbitragem. Jogou-se mal!
O primeiro remate no jogo aconteceu (pasme-se!), aos 18', por André Silva a passe de Diogo Carvalho, ainda assim, de fora da área e sem muito perigo. A grande oportunidade de golo pertenceu, aliás, ao clube visitante, quando estavam decorridos 21' de jogo, com Manuel Neves a aproveitar uma confusão na área aveirense, resultante de um cruzamento rasteiro da direita, para rematar, da marca de grande penalidade, para as mãos de Hugo, que agarrou com segurança. Por parte dos auri-negros nem sequer se pode falar de oportunidades de golo, apenas registo para um lance com algum perigo, aos 20', na sequência de um centro largo, da direita, que Henrique, nas costas da defesa, domina para rematar cruzado, fraco e ao lado. De bola parada, Gui, aos 29', em boa posição, cabeceia a bola ao lado, no seguimento de um canto da direita.
O início da 2ª parte trouxe mais do mesmo, ou seja, nada, em termos de qualidade de futebol praticado. A bola não circulava, as acções individuais saíam mal, erravam-se imensos passes, as opções, normalmente, não eram as melhores e, de tudo isto, resultava um futebol sensaborão, que não augurava nada de bom. Aos 8', o Marialvas deu o aviso prévio, numa transição rápida em que Manuel Neves se escapa entre Gui e Zazu, optando por rematar, à entrada da área, para uma defesa segura, de recurso, do guardião Hugo. Lançado o aviso, no minuto seguinte, passou-se aos factos. O árbitro assinala grande penalidade contra o Beira-Mar, castigando um derrube de Gui a Tiago Bispo. Do lance resultaram duas desvantagens para os auri-negros. Primeiro a numérica, uma vez que Gui, na sequência da falta, vê pela segunda vez o cartão amarelo (tinha sido admoestado aos 34' da 1ª parte) e é, por conseguinte, expulso do terreno de jogo. Na marcação da grande penalidade, Tiago Bispo não falha o 0-1, rematando forte, sem hipóteses para Hugo e deixando o Beira-Mar, também, com a desvantagem no marcador.
Soaram as campainhas nas hostes aveirenses e, a partir daqui, houve, efectivamente, muita entrega, muita luta, muito querer. Mas tudo isto feito mais com o coração do que com a cabeça. O tempo jogava a favor dos visitantes, que defendiam muito bem a preciosa vantagem alcançada. E, mais uma vez, nem se pode falar de lances onde o golo tenha sido perdido de forma escandalosa. Houve algum perigo sim, mas longe de se tratar de golos feitos. Aos 23', uma boa jogada de Tiago Gomes (este jogo, como a toda a equipa, não lhe correu bem) pela direita, permite um cruzamento atrasado para um remate de primeira de Diogo Carvalho, que faz a bola sair ao lado. Aos 28', o mesmo Tiago Gomes, na marcação de um livre, faz passar a bola rente ao poste, quase apanhando de surpresa toda a defesa do Marialvas. Rafa, aos 30', num remate em jeito, de fora da área, também cria algum perigo. Sem estar a jogar bem, poderíamos, no entanto, dizer, que os aveirenses estavam a funcionar melhor com 10 do que com 11, mas com o tudo por tudo dado no final do encontro, foi o Marialvas que, por duas vezes, esteve perto de "matar" o jogo, em lances de contra-ataque onde não souberam aproveitar a vantagem numérica.
Foi apenas um jogo que se perdeu, nada mais do que isso, estamos todos tristes, mas não podemos deixar que a equipa passe, de repente, de "melhor do mundo" para a pior à face do planeta. Houve, com certeza, razões para o acontecido, é necessário discuti-las e evidencia-las, para não se cometerem os mesmos erros nos jogos da 2ª fase.

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