segunda-feira, 26 de abril de 2010

JUNIORES A: O jogo da "vitória" que não valeu!

SC Beira-Mar, 1 - AD Sanjoanense, 1
(0-1, ao intervalo)

Duarte André Silva Oliveira, árbitro da AF Braga, nomeado para arbitrar um jogo decisivo para as aspirações da equipa de juniores do SC Beira-Mar, será um nome que ficará para sempre ligado às carreiras futebolísticas dos atletas da nossa jovem equipa. O seu nome, poucos o irão recordar daqui a algum tempo, mas a decisão por si protagonizada, quando decorriam já 7 minutos do período de compensação (tinha dado 6), essa será recordada por muitos e muitos anos e contada aos vindouros por quem a viveu de perto, sempre que o tema de conversa seja o das arbitragens polémicas (para não lhe chamar outra coisa) e das frustrações e perdas que elas causaram.
O jogo estava muito difícil, a Sanjoanense tinha ganho vantagem no marcador desde os 14' da primeira parte, num lance que resultou numa perda de bola de Bryan, na zona do meio-campo, que permitiu um ataque rápido dos visitantes, com a bola a ser metida na direita (Mika falhou o corte), isolando o jogador de São João da Madeira, que atirou para o golo à saída de Ricardo. Essa vantagem foi muito bem defendida pela equipa da Sanjoanense, que colocava, quase sempre, 11 jogadores atrás da linha da bola, apostando no erro do adversário (como no golo) para lançar a contra ofensiva. O futebol do Beira-Mar, pese embora a vontade e aplicação dos seus jogadores, sobretudo na segunda parte, não mostrava antídoto para contrariar essa boa organização defensiva. Foi já na parte final do jogo, aos 87', que o Beira-Mar, que jogava desde o minuto 78 contra dez (o guarda-redes da Sanjoanense havia sido expulso), chegou ao empate, na sequência de uma boa iniciativa pela esquerda de Francisco Griné, um dos jogadores mais esclarecidos neste jogo, que solicitou, atrasado, o remate de André Vaz, que ainda sofreu um desvio e só parou no fundo das redes forasteiras.
O 1-1 não satisfazia ninguém, mas o golo deu um alento suplementar para, no pouco tempo que restava, acreditar que era possível chegar à vitória, único resultado que interessava para continuarmos a depender apenas de nós na luta pela subida à 1ª divisão nacional. E a verdade é que, aproveitando os 6' de tempo de compensação dado pelo malfadado juíz que veio de Braga ( tempo escasso para tantas e interrupções e anti-jogo praticado), os auri-negros dispuseram de duas soberbas ocasiões para desfazer o indesejado empate. No primeiro minuto, o guarda-redes, que substituíra o colega expulso, faz uma defesa do "outro mundo", negando o golo a Hugo Seixas, que lhe apareceu na cara e, aos 90+5', é Nelson que se isola e desperdiça a flagrante ocasião. Sucediam-se cantos e, quando já estava mesmo esgotado o tempo de compensação, aconteceu o inacreditável! Só visto! André Vaz cobra um canto, do lado esquerdo, e coloca a bola ao segundo poste, onde aparece, soberbo no ar, como ele tão bem sabe fazer, Beato, que cabeceia de cima para baixo, sem oposição, e faz entrar a bola na baliza da Sanjoanense. Era o 2-1 que se perseguia e que seria o resultado final, porque já não havia tempo para mais. Foi o delírio! Dentro e fora do campo. O marcador do golo e todos os seus colegas festejaram efusivamente, num cacho de jogadores amontoados no chão, dois deles já sem camisola. Nas bancadas, os adeptos beiramarenses davam largas à sua alegria e deixavam escapar a pressão que, também eles, haviam acumulado durante um tão sofrido jogo. Do lado contrário era a tristeza e o desespero. O guardião sanjoanense, que tão boa conta tinha dado até então, punha as mãos à cabeça, em sinal de desespero. Um seu colega pegou apressadamente na bola e colocou-a no centro do terreno, na esperança de que, após o reatamento, ainda houvesse tempo de chegar à baliza do Beira-Mar. O árbitro, cujo primeiro gesto após a bola ter entrado foi o de estender o seu braço direito, na horizontal, na direcção oposta à da baliza (centro do terreno, não?), dirige-se para a zona da "festa" auri-negra, junto à bandeirola de canto e, correctamente, mostra o cartão amarelo aos 2 jogadores do Beira-Mar que haviam despido a camisola. Quando, de repente, nos apercebemos de uma inversão no estado anímico dos jogadores e verificamos que, passados entretanto cerca de 2 minutos desde que Beato introduzira a bola na baliza, são os jogadores da Sanjoanense que festejam e os do Beira-Mar, incrédulos, a porem as mãos na cabeça em sinal de desespero, porque, afinal, o golo...não valia! Não houve um protesto por parte da Sanjoanense, aquando do golo, não se ouviu um apito, mas afinal o golo era de "faz-de-conta"!
E pronto, esta é a história, se calhar não muito bem contada, do jogo que teve uma equipa que ganhou, mas que não valeu, porque o árbitro decidiu (e só ele o pode fazer) que um golo que foi mais limpo que a água pura, deveria ser anulado depois da equipa que o marcou ter festejado efusivamente e da que o sofreu ter interiorizado que aquilo representava o fim das suas aspirações. Num golpe de mágica, o Sr. Duarte Oliveira, inverteu as situações e disse, para quem o ouviu, que tinha anulado o golo desde o primeiro instante. Com o pormenor de que ninguém se apercebeu, nem pelo apito, nem pelo gesto, nem pela sua atitude de passividade, assistindo "sadicamente" aos festejos prolongados dos jovens aveirenses. Resta sublinhar, mais uma vez e para que não restem dúvidas, que a trajectória da bola é limpa, o marcador do golo salta sem oposição, sozinho, e não há ninguém a estorvar o guarda-redes. Beato, perdoa-lhe, porque ele não sabe o que fez...
Está tudo mais complicado, mas ainda é matematicamente possível, por isso, vamos preparar-nos para a Trofa!
Para a história, os nomes dos jogadores que viveram, no local, o triste episódio do tal Duarte Oliveira:
Ricardo Barros (gr); Berna, Beato, Mika e Bryan (Nelson, int); Granja (Ricardo Figueiredo, 82'), André Vaz (cap), Francisco Griné e Filipe Vieira; Hugo Seixas e Mathieu (Nuno Silva, 63').
Suplentes não utilizados: Samuel (gr); André Aranha, Renato e Igor.

1 comentário:

Paulo Martins disse...

Não há palavras para descrever o que se passou neste encontro, ou melhor, o que um senhor a quem chamam de juiz fez, e que o comentário ao jogo retratou e bem o que se passou. Esse senhor arbitro, brincou com coisas muito serias, esforço, dedicação, sentimentos de jovens, a quem todos os dias se tenta ensinar principios de justiça e de lealdade, perante isto o que dizer, não é facil. É ver a reacção do auxiliar, quando os jogadores festejam o golo, como a fotografia mostra, parece-me tudo menos de anular o golo. Esse trio fez de todos nós palhaços, assistiu sadicamente aos festejos normais de quem estava a viver intensamente um jogo, repleto de importância e de intensidade, mas a realidade é esta nua e crua. Resta levantar a cabeça, continuar a trabalhar, porque tudo é possivel, demonstrar a esses senhores que somos mais fortes e principalmente mais honestos, e que a verdade vem sempre ao cima. Apelo a que o clube na defesa da honra e do bom nome, exponha o caso a quem de direito, para que outros não se riam, como fez este senhor arbitro, quando abandonava a instalações do clube. Força pessoal, continuar a trabalha, a lutar, não é gente como esta que nos vai parar. Força Beira-Mar.
P.A.