domingo, 26 de setembro de 2010

JUNIORES A: Contra-ataque do Padroense põe Beira-Mar KO!

SC Beira-Mar, 1 - Padroense FC, 3
(0-1, ao intervalo)

Quando Filipe Vieira, aos 84', conseguiu, finalmente, o golo do empate, após um jogo inteiro de tentativas várias dos auri-negros, que esbarravam, quase sempre, na boa organização defensiva da equipa do Padroense, pensou-se que o mais difícil estaria feito e que esse golo seria, apesar do pouco tempo que restava, o ponto de partida para a recuperação completa. Puro engano! A equipa visitante, com alguns requintes de "crueldade", e "cinismo" quanto baste, pareceu estar à espera que isso acontecesse para, no final do jogo (86' e 90'+1), em dois lances de puro contra-ataque, servir-se de uma das suas armas mais fortes para fazer mais dois golos e aniquilar as pretensões dos aveirenses.
A equipa matosinhense deu, desde o início, a iniciativa do jogo à equipa do Beira-Mar, apresentando as suas linhas bem recuadas e muito juntas, o que dificultava imenso a penetração dos auri-negros para zonas de finalização e apostava no erro do Beira-Mar para, após a recuperação da bola, fazer transições rápidas, situação de jogo em que mostraram ter boas rotinas e bons executantes. Foi assim que a equipa de António Luís entrou no jogo com mais posse e boa circulação de bola, jogando um futebol de bom recorte técnico, mas com as suas iniciativas a serem permanentemente neutralizadas pelo esquema táctico contrário, não se registando, nos primeiros vinte minutos, nenhum lance de verdadeiro perigo para as redes da equipa do Padrão da Légua. Estes surgiram, aos 19' e 20', mas na baliza contrária. O primeiro, no seguimento de um livre marcado a meio-campo, com a bola a ser metida na área aveirense, onde surgiu solto o longilíneo nº10 do Padroense a cabecear para as mãos de Diogo. Poderia ter feito muito melhor, assim como, no minuto seguinte, e numa primeira amostra do que viria a ser o veneno do contra-ataque padroense, o extremo (nº11) dos visitantes, quando rematou cruzado, do lado esquerdo, fazendo a bola roçar o poste do lado contrário.
O Padroense não tinha pressas, esperava pela equipa do Beira-Mar no seu meio-campo e a verdade é que, apesar de todo o "tricot" do futebol auri-negro, a bola não rondava com perigo as redes visitantes. Foi só de bola parada que a equipa de António Luís andou perto do golo na primeira parte. Primeiro, aos 23', num lance em que Bryan, na execução de um livre frontal e com uma boa dose de colaboração do guarda-redes do Padroense (que deixou fugir a bola das mãos) viu o seu remate terminar com a bola a sair rente ao poste, para canto. Na sequência deste, marcado ao segundo poste, Lobo surgiu solto e tem tudo para abrir o marcador, mas o seu golpe de cabeça saiu sem direcção. Depois, aos 40', o mesmo Lobo dispôs, novamente, de flagrante oportunidade para chegar ao golo, quando, sozinho, atirou para as nuvens uma bola defendida para a frente pelo guarda-redes adversário, após uma "bomba" de André Vaz, saída da marcação de outro livre em posição frontal. Parecia que as equipas recolheriam ao intervalo com o nulo no marcador, mas a verdade é que houve ainda tempo para que, aos 44', o Padroense se adiantasse no marcador, numa recuperação de bola no meio-campo aveirense, que aproveitou para fazer uma tabela rápida, onde é de destacar a boa execução técnica dos seus jogadores, surgindo o marcador do golo isolado frente ao indefeso Diogo, que nada pôde fazer para evitar o 0-1, resultado algo injusto para os da casa no momento em que as equipas recolheram às cabinas para o descanso.
A segunda parte começou praticamente com dois lances de perigo para a baliza de Diogo. Logo aos 48', Lobo é obrigado a fazer uma falta em zona perigosa (viu cartão amarelo), parando uma jogada de contra-ataque que isolava uma das duas "torres" do ataque do Padroense. Na sequência do livre, os visitantes ainda chegam ao golo, anulado por aparente fora-de-jogo. Foi o primeiro aviso, que seria repetido dois minutos depois, numa tabela em tudo semelhante ao primeiro golo, mas, desta vez, o remate forte acabou por rasar o poste e sair ao lado.
Passados estes lances, o Padroense voltou a fechar-se no seu meio-campo, que povoou densamente, mostrando o Beira-Mar imensas dificuldades para levar a bola com perigo até à baliza contrária. Apenas aos 65', a insistência da equipa aveirense, que tentou sempre virar o resultado, esteve perto de dar os seus frutos. O lance parte de uma boa iniciativa de Berna, que serviu Ibrahima na direita, com o extremo auri-negro a cruzar muito bem para a área, onde surgiu o "capitão" André Vaz, em posição para fazer golo, a rematar mal de cabeça, gorando-se soberana ocasião para chegar ao empate. Diga-se que, entretanto, já se iniciara a fase em que os jogadores do Padroense optaram pelo anti-jogo em detrimento do futebol que deram mostras de saber jogar. Estavam em confronto duas belíssimas equipas e o jogo não merecia que uma delas abdicasse de jogar. O que é que faz que jovens, com alguma habilidade para a prática deste jogo, gostem de copiar o que de pior vêm fazer nos seus ídolos mais velhos? Ou será que os mais velhos fazem isto porque, quando eram novos, lhes incutiram estas práticas? Não sabemos, sinceramente, responder, parece-nos mais um caso da velha história do ovo e da galinha - quem surgiu primeiro?
O Beira-Mar continuava a fazer o que lhe competia, isto é, jogar a bola e procurar o golo do empate.Golo que poderia ter surgido, mais uma vez por André Vaz, aos 77', quando rematou contra uma floresta de pernas, "plantada" em frente à baliza, uma bola que lhe surgiu à frente dos pés, na confusão gerada após a marcação de um pontapé de canto. Dois minutos depois, é André Aranha que falha por muito pouco a igualdade, também na sequência de mais um lance de bola parada, neste caso um livre do lado direito. Igualdade mais que justa que surgiu a seis minutos do fim, como já relatado, num excelente golo de Filipe Vieira, que recolheu uma bola à entrada da área, evitou um adversário e rematou colocado, com o pé esquerdo, ao ângulo superior direito da baliza do Padroense, não dando quaisquer hipóteses de defesa ao seu guarda-redes.
O mais difícil estava feito, mas o pior estava para vir. Em dois lances de contra-ataque puro, em que o nº 7 visitante fez explodir toda a sua capacidade técnica e física, o Padroense chegou à vitória, com o 1-2 a surgir aos 86', num remate de ressaca muito feliz do nº 10, à entrada da área, que é ainda desviado por um defesa aveirense, traindo Diogo e o 1-3 definitivo a ser obra do nº7, que surge isolado na cara de Diogo e não perdoou.
Vitória feliz de uma equipa que revelou qualidade, mas que mostrou estar ao alcance do Beira-Mar, que teve no resultado um castigo demasiado severo para a frontalidade com que encarou o jogo e para a vontade que mostrou em o querer ganhar. A matreirice e o saber esperar do lado contrário acabaram por dar os seus resultados.
À arbitragem do Sr Carlos Macedo, da AF Braga, não estando isenta de erros, não podem ser assacadas responsabilidades na derrota da equipa do Beira-Mar, que se apresentou para este jogo com:
Diogo Lopes (gr); Berna, Lobo, Renato e Bryan; Granja (Paulo Sousa, 65'), Filipe Vieira, Ricardo Figueiredo (André Aranha, int) e André Vaz (cap); Sílvio (Ibrahima, int) e Nelson.
Suplentes não utilizados: Samuel (gr), Leandro e Mica.

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