domingo, 26 de setembro de 2010

JUVENIS: A vitória que caiu do céu...

SC Beira-Mar, 1 - CF Repesenses, 0
(0-0, ao intervalo)

A equipa de juvenis do SC Beira-Mar foi muito feliz na forma como alcançou a vitória no jogo de hoje, tendo chegado ao triunfo já em período de compensação, num jogo em que realizou a sua pior exibição da época, frente a um adversário (Repesenses), que, apesar de último classificado da série B do campeonato nacional, também acreditou na vitória, que até poderia ter alcançado, não fossem algumas boas intervenções do nosso guardião Samuel, que manteve invioláveis as redes auri-negras.
A equipa apresentava-se pela primeira vez com os novos equipamentos, mas a entrada foi muito nervosa e indiciadora daquilo que se passaria durante praticamente todo o jogo. Ainda assim, aos 4' e 5', a bola rondou com perigo a baliza de Repeses. No primeiro lance, Tiago Gomes recolheu uma bola na esquerda, cruzada do lado contrário pelo outro Tiago (Azevedo), mas depois de amortecer no peito, rematou de ângulo muito apertado às malhas laterais. No segundo, foi Tiago Azevedo o perdulário, rematando defeituosamente, em muito boa posição, dentro da área, uma bola cruzada por Pité.
Estes foram lances que não tiveram seguimento e passou-se a assistir a constantes perdas de bola, fraca circulação, algum individualismo, por vezes, e futebol muito directo, quase sempre condenado ao fracasso. Em suma, jogava-se mal e perante aquilo a que se assistia, tudo era possível, porque o adversário perdeu o respeito que eventualmente pudesse ter por uma equipa muito melhor situada na tabela e foi-se aventurando, ainda que lances de perigo para a baliza de Samuel não tivessem sido registados. A bola chegava à área aveirense apenas em lances de bola parada, mas estes são sempre um potencial de perigo para quem defende. Nada de importante acontecia, o jogo chegou a tornar-se monótono e só voltou a sentir-se algum perigo para os guarda-redes, à passagem da meia hora, quando Tiago Gomes, na esquerda, faz uma diagonal para dentro e remata para uma defesa apertada a dois tempos do "keeper" repesense. Pité, aos 39', também procurou o golo num remate forte, de fora da área, mas a bola sobrevoou o travessão. Aliás, a parte final da primeira parte foi pródiga em emoção. Em cima dos 40' regulamentares, Samuel evita o "escândalo", opondo-se com uma saída firme ao adversário que lhe surgiu isolado, gorando a melhor oportunidade de golo até então. Golo que, no seguimento da jogada, poderia, de novo, ter acontecido, no remate de ressaca, que deve ter tirado tinta ao poste da baliza aveirense. Já em período de compensação, Tiago Azevedo teve tempo, ainda, para esgueirar-se pela direita, progredir na área e cruzar da linha de fundo para uma boa intervenção do guardião viseense, que tirou o "pão" da boca a Ricardo Tavares, que se preparava para finalizar.
A segunda parte foi uma cópia fiel da primeira, mas com o Repesenses a acreditar cada vez mais, à medida que o tempo ia passando e o nulo se mantinha, criando, neste período, mais perigo para as redes defendidas pelo Beira-Mar do que havia feito anteriormente. À semelhança do primeiro tempo, a equipa auri-negra voltou a entrar mal, mas pertenceu-lhe, logo na fase inicial (44'), a primeira situação de perigo. Tiago Gomes, na direita, recolhe um cruzamento largo de Marc, do lado contrário, e remata, cruzado, em arco, ficando muito perto da abertura do marcador.
Aos 56', Samuel voltou a mostrar os seus dotes, desta vez com uma saída aos pés de um jogador que se isolou no seguimento de um lançamento do guarda-redes e de uma falha da nossa defensiva.
O tempo passava e a equipa aveirense não dava mostras de poder assentar o seu jogo, pelo que, só de longe, aos 60', Pité volta a levar algum perigo às redes contrárias, errando por muito pouco o alvo. No minuto seguinte, a melhor ocasião de golo para o Beira-Mar até então, num lance em que Ricardo Tavares recebeu na área uma bola centrada da esquerda e, de costas para a baliza, amorteceu no peito e rematou, em "voley", ligeiramente por cima da barra. Era o tudo por tudo aveirense, muitas vezes sem o discernimento necessário e Danny, que entretanto fora lançado no jogo, aos 65', faz uma diagonal na esquerda e remata em arco, com muito perigo, falhando a baliza por um triz. O mesmo jogador, aos 71', recebe solto na esquerda, mas não tem a calma precisa para finalizar com êxito, rematando a bola rente ao poste. Nesta fase, em que tudo se arriscava, o jogo ficou partido, com o Repesenses a sentir que também poderia arriscar a vitória, aproveitando a descompensação que, em muitos lances, se verificava na retaguarda aveirense. Foi assim que, aos 75', Samuel evita um "chapéu" que levava a bola para a baliza e, aos 78', no seguimento de um contra-ataque rápido, o guardião auri-negrol se opõe, mais uma vez, a um remate muito perigoso.
Estava-se num período louco e, no minuto seguinte, é Danny que, na boca da baliza, completamente sozinho, cabeceia ao lado uma bola endossada por Marc na marcação de um livre. O golo poderia surgir em qualquer das balizas, mas o tempo estava a esgotar-se. Faltavam os 4 minutos de compensação dados pelo árbitro da AF Coimbra, Sr João Miguel Henriques, que realizou uma boa arbitragem. No segundo minuto dessa compensação é o Repesenses que volta a estar perto de marcar, quando, após a marcação de um livre na direita, a bola é rematada às malhas laterais, provocando um grande susto nas hostes da casa. E, no minuto seguinte, o momento do jogo, uma bênção divina, porque poucos na Terra (os jogadores, de certeza) acreditavam que a vitória ainda fosse possível. Danny faz um cruzamento para a área, onde surge Pité a rematar, de pé direito (!), para o fundo das redes contrárias. Milagre que voltou a suceder, em cima do apito final, mas protegendo, desta vez, a equipa do Repesenses, num lance em que Danny, primeiro, e Pité, depois, ainda não sabem como não conseguiram chegar ao segundo golo.
Deste jogo, com um final feliz (mas que poderia não ter acontecido) e que valeu pelos três pontos, fica a certeza de que não há equipas fáceis neste campeonato, que é, como já se sabia, muito competitivo e que teremos de melhorar muito se não quisermos vir a ser surpreendidos, no futuro, por equipas, teoricamente, inferiores a nós.
Aguinaldo Melo fez evoluir no relvado do Estádio Mário Duarte a seguinte equipa:
Samuel (gr); Diogo Hipólito Carvalho (Balacó, 68'), Manuel, Miguel e Iuri; Diogo Carvalho, Wilson e Pité (cap); Tiago Azevedo (Marc, int), Ricardo Tavares e Tiago Gomes (Danny, 47').
Suplentes não utilizados: Hugo (gr); Guilherme, João Meireles e Renato.

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