domingo, 31 de outubro de 2010

INICIADOS A: Derby (deu) nulo!

SC Beira-Mar, 0 - AD Taboeira, 0
(0-0, ao intervalo)

Ficou muito aquém das expectativas o jogo disputado esta manhã, no Estádio Mário Duarte, entre os 1º e 3º classificados da série C do campeonato nacional de iniciados, sobrando apenas alguma (pouca) emoção, como consequência da incerteza do resultado até final e do facto de estarem em confronto duas equipas da mesma cidade. Beira-Mar e Taboeira, com efeito, protagonizaram um jogo pobre, em termos da qualidade do futebol praticado e nem as difíceis condições do terreno, fruto do mau tempo que se tem feito sentir um pouco por todo o país, poderão justificar, por si só, o fraco espectáculo proporcionado por ambas as equipas. Espera-se sempre mais do derby aveirense, sobretudo quando as equipas são candidatas assumidas aos lugares da frente. Por aquilo que (não) jogaram, se calhar, o resultado é um justo castigo para os dois rivais, embora, depois de uma primeira parte pautada por algum equilíbrio, os auri-negros fossem a única equipa que tentou chegar à vitória no período complementar, o que, a ter acontecido, também teria de aceitar-se.
Sob a arbitragem do Sr. Ricardo Pinho, da AF Aveiro, que, sem estar completamente isento de erros, fez um trabalho globalmente positivo (dúvidas num penalty sobre Tiago Ramalho), a equipa do SC Beira-Mar apresentou-se com:
Canha (gr); Sousa, Ricardo Pinto, Fábio (cap) e Filipe Melo; Miguel (Lucas, int), Nuno Abreu (Bruno Reis, 55') e Tiago Ramalho; Bruno Ribeiro, João Miguel (Aurélio, 31') e Rui (Steven, int).
Suplentes não utilizados: Rafa (gr), Ricardo Esteves e Sérgio.
Na primeira parte o jogo foi repartido, mas cedo as equipas mostraram não estarem em dia de exibirem grandes habilidades. Somadas às más condições do terreno, do lado do Beira-Mar, notavam-se bastante as ausências forçadas do seu organizador de jogo a meio-campo (Hugo Custódio cumpriu um jogo de castigo) e do goleador Aurélio, que não se sentiu bem durante o aquecimento, tendo sido poupado de início. Ainda assim, pertenceram ao Beira-Mar as primeiras situações de relativo perigo junto da baliza do Taboeira, com uma incursão pela direita de Bruno Ribeiro, aos 4', que cruzou para a boca da baliza, proporcionando uma intervenção em dificuldade, com os punhos, ao guardião visitante. Aos 10', é Tiago Ramalho que ganha um ressalto à entrada da área e dispara com força, fazendo a bola passar muito perto do poste direito. O Taboeira respondia por Aidos, aos 12', que tentou a sua sorte de longe, mas o seu remate, que desviou ainda num defesa, foi facilmente parado pelo atento Canha.
A primeira grande oportunidade de golo surgiu aos 13', na sequência de um livre batido por Sousa, ainda no meio-campo auri-negro, com Tiago Ramalho a ganhar de cabeça e a isolar Rui, que rematou de pé esquerdo, mas sem a melhor direcção. Animados por esta ocasião, no minuto seguinte, os donos da casa voltam a estar perto do golo, quando, numa transição rápida, o ataque auri-negro ganha vantagem numérica, com a bola conduzida por João Miguel a ser servida em Tiago Ramalho, isolado na esquerda, mas a recepção do médio beiramarense não foi a melhor, perdeu ângulo de remate e a oportunidade perdeu-se, ainda que se tenha visto neste lance um claro agarrão de um defesa do Taboeira ao jogador do Beira-Mar, que o árbitro não sancionou.
Numa altura do jogo em que o Taboeira já tinha equilibrado mais a posse de bola e a partida estava mais repartida, depois de um ligeiro ascendente inicial do Beira-Mar, a equipa visitante dispôs de uma excelente oportunidade de inaugurar o marcador. Estavam decorridos 17' de jogo, quando, uma magistral abertura de Aidos, o jogador mais esclarecido da equipa que visitava o "Mário Duarte", colocou a bola no espaço vazio, nas costas dos defesas da casa, isolando Mika, que perdeu o mano-a-mano com Canha, rematando contra o corpo do guardião auri-negro.
O Beira-Mar só voltou a responder com perigo, aos 24', na sequência de uma bola parada. Livre na direita batido pelo pé esquerdo de Filipe Melo, que colocou a bola ao segundo poste, onde Fábio chegou ligeiramente atrasado para o cabeceamento que se afigurava letal. Também de bola parada, aos 33', a equipa orientada por Alberto Raínho voltou a criar perigo para a baliza do Taboeira. Desta vez foi Tiago Ramalho a bater um livre do lado esquerdo, com o guarda-redes do Taboeira a corresponder com uma defesa muito apertada, com Aurélio, recém-entrado na partida, à espreita da recarga.
O nulo ao intervalo ajustava-se ao desenrolar dos acontecimentos, num jogo que, como já se disse, não foi brilhante, teve no terreno encharcado um obstáculo suplementar, mas em que, verdade seja dita, as defesas nunca facilitaram e quase sempre destruíram à nascença as pretensões do lado contrário.
Na segunda parte, com as alterações produzidas, o jogo foi dominado pelo Beira-Mar, a bola jogou-se quase sempre no meio-campo do Taboeira, ainda que a qualidade do futebol praticado se tivesse mantido a um nível inferior ao desejável e não tivessem abundado as flagrantes oportunidades de golo. Ainda assim, os comandados de Alberto Raínho fizeram o suficiente para se dizer no final, que, a ter havido um vencedor, esse só poderia ter sido a equipa da casa.
Logo no início, aos 36', Filipe Melo aponta um pontapé de canto do lado direito, para Aurélio cabecear ao lado da baliza contrária. Aos 47', uma arrancada de Steven, que ganha na luta ao seu adversário directo, deixa-o em boa posição para visar a baliza, mas o seu remate, perigoso, sai também ao lado. O Taboeira, neste período complementar, só viria a dar sinal de si, aos 59', após um cruzamento da esquerda ter originado um mau alívio para a entrada da área, com Aidos a aparecer e a rematar para as nuvens. No entanto, o sinal mais era claramente do Beira-Mar e, no minuto seguinte, Steven, lançado em profundidade, deixa-se antecipar ligeiramente pela saída oportuna do guarda-redes do Taboeira e perde, por muito pouco, uma boa ocasião para adiantar a sua equipa. Lucas, aos 62', também tentou o remate de longe, mas o disparo saiu rasteiro para defesa segura do guardião adversário.
A pressão auri-negra intensificou-se na parte final e, no espaço de um minuto, o Beira-Mar dispôs de mais duas oportunidades para chegar à vantagem, que lhe permitiria a manutenção da liderança da série C do campeonato nacional. Aos 68', Filipe Melo bate um livre de pé esquerdo, colocando a bola na cabeça de Ricardo Pinto, que, em muito boa posição e livre de marcação, proporcionou uma defesa segura ao guardião do Taboeira. O nº 1 visitante, aos 69', voltaria a salvar a sua equipa da derrota, quando saiu decidido da sua área e impediu que Aurélio, isolado, atirasse para o golo. A ele se deve uma grande quota-parte deste nulo.
O final chegaria pouco depois, sendo visível que o resultado satisfez mais a equipa do Taboeira do que o líder Beira-Mar, que viria a ser apeado desta condição, fruto da vitória da Oliveirense em Anadia. Há dias assim, em que as coisas não nos correm pelo melhor, mas não se esqueçam, rapazes, há ainda muita água para passar debaixo da ponte e o vento não sopra sempre do mesmo lado. Ou ainda, por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera...
Até à próxima vitória!

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