sábado, 23 de outubro de 2010

JUNIORES B: Uma Kavilha na engrenagem...

SC Beira-Mar, 1 - UD Oliveirense, 1
(0-0, ao intervalo)

Um grande golo do nº 17 da Oliveirense (Kavilha é o seu nome de "guerra"), pouco tempo depois do Beira-Mar se ter adiantado naturalmente no marcador, impediu os auri-negros de chegar à sua segunda vitória consecutiva no campeonato distrital de juniores da 1ª divisão e conferiu ao marcador uma igualdade que satisfez mais os forasteiros, penalizando os aveirenses com a perda de dois pontos, que justificaram amealhar por tudo quanto fizeram ao longo da partida.
Sob uma boa arbitragem do juiz da partida e numa manhã esplêndida para a prática da modalidade, o professor António Luís fez evoluir, no relvado secundário do Estádio Mário Duarte, os seguintes jogadores:
Samuel (gr); Wilson Rubio, Guilherme, Rui Santos e Bruno Filipe; André Silva (cap), Pedro Aparício (Marc, 65') e Ricardo Castro; Sérgio Chipelo, Paulo Sousa (Wilson Campos, 74') e Pedro Ribeiro (Tiago Gomes, int).
Suplente não utilizado: Francisco.
O Beira-Mar entrou melhor no jogo e realizou um primeiro quarto de hora de bom nível, ainda que esse domínio não se tivesse traduzido em claras oportunidades de golo. Foram, no entanto, 15' de bom futebol, com boa circulação de bola e uma boa ligação entre sectores, que empurraram o adversário para o seu meio-campo.
Passada esta fase de domínio inicial do Beira-Mar, a Oliveirense equilibrou e disse presente com dois remates, desferidos de fora da área, aos 15' e 17', que passaram longe da baliza, mas que deixaram um claro sinal de aviso. E a primeira oportunidade de golo surgiria, aos 20', precisamente para a Oliveirense, na sequência de uma jogada pelo flanco esquerdo do seu ataque, com um cruzamento atrasado, rasteiro, a solicitar o remate com muito perigo, já dentro da área, em posição frontal, do médio defensivo Lúcio (nº 19), que fez a bola sobrevoar o travessão. Respondeu o Beira-Mar, aos 22', com uma bola a ser lançada em Paulo Sousa, que, depois de ganhar o lance de cabeça, ficou em posição de almejar a baliza da Oliveirense, com o guardião visitante perdido, fora dos postes, mas o ponta-de-lança auri-negro perdeu tempo e a ocasião gorou-se.
O jogo estava numa fase repartida e, depois de Chipelo, aos 27', ter posto à prova o guardião oliveirense, com um bom remate desferido de fora da área, que saiu à figura, foi a vez de Samuel, no minuto seguinte, se arrojar aos pés de Lúcio, que lhe surgiu isolado, roubando-lhe a bola e evitando o pior para as suas redes.
O último quarto-de-hora da primeira parte voltou a ter o sinal mais da equipa de António Luís, com Castro a tentar a sua sorte, aos 31', através de um remate de longe, para mais uma defesa do guarda-redes de Oliveira de Azeméis. Pouco depois, aos 35', uma grande oportunidade para o Beira-Mar inaugurar o marcador, com Pedro Aparício a assistir Paulo Sousa, que, de primeira, em rotação, rematou dentro da área para mais uma boa intervenção do guardião visitante. Em cima do apito para o descanso, os aveirenses dispuseram de nova chance para marcar, na sequência de uma boa jogada de Chipelo pela direita, que ganhou a linha e centrou ao poste mais distante, onde surgiu Pedro Ribeiro, livre de marcação, a rematar enrolado e ao lado da baliza.
Na segunda parte, o Beira-Mar acentuou mais o seu domínio e, logo aos 49', no seguimento de um pontapé de canto marcado por Chipelo, do lado direito, André Silva entrou de rompante, de cabeça, tirando ainda tinta ao travessão da baliza da Oliveirense, mas fazendo a bola passar ligeiramente por cima. Que grande oportunidade! Esta pressão viria a resultar, aos 58', na conquista de uma grande penalidade, a castigar um corte com a mão de uma bola conduzida com perigo, por Chipelo, pelo corredor direito. Encarregado da marcação, Ricardo Castro, que rubricou boa prestação, rematou colocado, para o lado esquerdo do guarda-redes, mas o seu adversário adivinhou-lhe as intenções e evitou o primeiro golo com uma grande estirada, enviando a bola para canto.
Os auri-negros não desanimaram com esta contrariedade e, aos 61', uma boa jogada pela esquerda termina num cruzamento, que proporcionou a Chipelo um remate pronto, que fez a bola passar por cima da baliza. A Oliveirense, nesta segunda parte, daria um ar da sua graça, aos 63', criando uma soberana oportunidade para marcar, na sequência da marcação de um pontapé de canto. A bola é batida na esquerda, para o segundo poste, onde surgiu solto, a cabecear, o lateral direito Diogo (nº 40), proporcionando segura e difícil defesa a Samuel. Mas o Beira-Mar intensificava o domínio e viria a colher os seus frutos, aos 68', com a obtenção do merecido 1-0. Ricardo Castro, que desperdiçara o castigo máximo, redimiu-se, ainda que com a colaboração do guarda-redes da Oliveirense, na marcação de um livre directo, bem longe da baliza, com a bola a bater no chão antes de entrar junto ao poste direito, ainda tocada pelo guardião contrário, que não ficou muito bem na "fotografia".
Parecia estar feito o mais difícil, mas a verdade é que a vantagem dos auri-negros durou muito pouco, já que, sem que nada o fizesse prever, dois minutos depois, após ter ganho um lance dividido na intermediária, o nº 17, Kavilha, com o seu pé esquerdo, desferiu um forte remate de fora da área, muito bem colocado, tornando infrutífera a estirada de Samuel, que tudo fez para impedir a bola de entrar. Esta tocou ainda no poste direito e anichou-se nas redes, colocando o resultado em 1-1, números de facto penalizadores para os da casa, tendo em conta a produção das duas equipas até então.
Até final, o Beira-Mar foi a única equipa que procurou chegar à vitória, com a equipa da Oliveirense a dar-se por satisfeita com a divisão de pontos, jogando na tentativa de surpreender em contra-ataque, o que nunca aconteceu. Os aveirenses dominavam, mas também não criavam situações de verdadeiro apuro para as redes contrárias, excepção feita ao último lance do jogo, em que Tiago Gomes desperdiçou a mais flagrante oportunidade de golo de todo o encontro. Decorria já o último minuto dos três de compensação dados pelo árbitro, quando, após uma boa jogada de combinação do ataque beiramarense, pelo corredor direito, Marc oferece, na boca da baliza, o golo a Tiago Gomes, que, sozinho, na cara do guarda-redes, falhou a recepção, adiantando em demasia a bola, errando por pouco, depois, a tentativa de "chapéu".
Do ponto de vista dos objectivos dos aveirenses, era o lance ideal para ter fechado o encontro, que terminou de imediato, com as duas equipas a regressarem aos balneários com sentimentos perfeitamente antagónicos: o Beira-Mar, sentindo que tinha desperdiçado dois pontos, a Oliveirense, com a sensação do dever cumprido e de um ponto conquistado. É assim o futebol...

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