quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

JUNIORES A: Auri-negros mereciam e justificavam a vitória

SC Beira-Mar, 1 - AD Sanjoanense, 1
(0-0, ao intervalo)

Ainda que não tivesse sido quebrada a longa série de resultados sem derrotas que a equipa de juniores do SC Beira-Mar já leva no campeonato nacional da 2ª divisão, passando agora a ser de 11 (uma volta completa) o número de jogos consecutivos sem perder, o empate a uma bola verificado ontem, no Estádio Mário Duarte, frente à Sanjoanense, deixou algum amargo de boca nos atletas de António Luís, que realizaram uma exibição deveras suficiente para terem justificado mais do que a divisão de pontos. Os auri-negros foram, sem dúvida, a melhor equipa sobre o terreno, praticamente ao longo de todo o encontro, superiorizando-se largamente a um adversário que, apesar de 2º classificado da prova, nunca mostrou andamento para os aveirenses, acabando por ser feliz no momento (87') em que chegou ao empate, que, na verdade, não merecia.
No jogo entre os 2º e 3º classificados da divisão secundária do nacional de juniores, o SC Beira-Mar apresentou-se com:
Diogo Lopes (gr); Berna, Lobo, Renato e Mika; Granja, André Aranha e Filipe Vieira; Sílvio (Cassamá, 60'), André Vaz (cap) e Nélson (Ibrahima, 81').
Suplentes não utilizados: Cirineu (gr), Pedro Ribeiro, Sérgio Chipelo, Rui Santos e Pape.
Os primeiros minutos foram verdadeiramente elucidativos daquilo que se viria a passar ao longo de quase todo o jogo, com o Beira-Mar a mostrar-se fortíssimo nas transições para o ataque, com mudanças constantes de flanco, que baralhavam, por completo, o equilíbrio defensivo da Sanjoanense, com esta equipa na expectativa, chegando essencialmente à área do Beira-Mar através de livres e até mesmo de lançamentos de linha lateral. Foi assim que, aos 3', num contra-ataque rápido conduzido por Sílvio, este muda de flanco para Nélson, que, solto na esquerda, remata forte mas ligeiramente ao lado, perdendo a primeira grande ocasião para abrir o marcador. E foi através de um livre na intermediária, aos 5', ainda que com a colaboração de Diogo, que calculou mal a saída, que a Sanjoanense respondeu com perigo, com a bola a sobrevoar o guardião auri-negro, valendo que não levava a direcção da baliza.
Nélson, que estava muito activo na esquerda, fazendo a cabeça em água ao lateral direito da Sanjoanense, com o treinador visitante a ter mesmo de o "sacrificar" face ao desacerto na marcação do extremo auri-negro, aos 14', cria uma grande oportunidade de golo, depois de ganhar mais uma vez a linha e cruzar para Aranha, com este, ao segundo poste, a assistir André Vaz, para o "capitão" auri-negro rematar, na pequena área, por cima do travessão. Este bom período do Beira-Mar, que já merecia o golo, continuaria e, aos 17', uma extraordinária incursão de Berna pela direita, em velocidade e com a bola sempre bem controlada, termina com um cruzamento para a área, onde Filipe Vieira ganha um ressalto e serve André Aranha, que, bem enquadrado com a baliza, remata forte mas à figura do guarda-redes sanjoanense.
O jogo entraria numa fase de menor fulgor dos aveirenses e a Sanjoanense, depois de um centro/remate do seu nº 7, aos 23', que quase surpreendia Diogo, teve a sua melhor situação, aos 30', com o seu jogador mais adiantado (nº 9) a receber de costas para a baliza e a disparar, à meia-volta, para uma boa estirada de Diogo a desviar a bola para canto.
A equipa de António Luís voltaria, na parte final do primeiro tempo, a acelerar o andamento do jogo e esteve várias vezes à beira do golo, que na verdade já era mais do que justificado. André Aranha, assistido por André Vaz, aos 36', com um remate forte para uma defesa a dois tempos, após uma boa jogada de envolvimento colectivo, volta a ameaçar a baliza contrária. Mas as ocasiões mais flagrantes surgiriam aos 39' (Renato vê o seu cabeceamento, após canto, ser desviado em cima da linha pelo defesa esquerdo da Sanjoanense), aos 44' (Mika surge solto pela esquerda e vê o seu remate, em arco, roçar o poste contrário) e aos 45' (nova arrancada de Nélson pela esquerda, com uma solicitação para a boca da baliza, onde surge, em esforço, André Aranha, que atira por cima da baliza aberta, com o guarda-redes já batido), numa sucessão de oportunidades que, só por si, justificariam outro resultado, que não o nulo, ao intervalo.
Se, nos primeiros 45 minutos, o Beira-Mar já tinha sido claramente superior ao seu adversário, o início da segunda parte acentuou ainda mais o domínio auri-negro e, aos 49' (passe a rasgar na direita em Berna, cruzamento para Sílvio, que chega ligeiramente atrasado ao golpe de cabeça), 56' (mudança de flanco de André Vaz para Nélson, que serve atrasado o remate de Filipe, para boa defesa do guardião da ADS) e 64' (André Vaz, aberto na esquerda, recebe de Filipe Vieira e cruza para as mãos do guarda-redes, quando tinha Nélson à espera do passe atrasado), o Beira-Mar dispôs de três bons ensejos para chegar ao golo.
Mas mais flagrante seria a perdida, aos 68', de Cassamá, que falhou escandalosamente o golo, na cara do guarda-redes, completamente sozinho, rematando ao lado, quando tinha André Vaz solto na boca da baliza. Valeu que, no minuto seguinte, com toda a justiça, Filipe Vieira tivesse surgido isolado e chegado ao 1-0, desviando a bola para o fundo das redes à saída do guardião de São João da Madeira.
Foi enorme a festa do golo e os festejos quase que se repetiam, dois minutos depois, quando Lobo, ao segundo poste, cabeceia por cima da barra, uma bola vinda da marcação de um pontapé de canto. Aos 74', um cruzamento de André Vaz, do lado esquerdo, quase apanha Cassamá na boca da baliza, mas valeu à Sanjoanense a atenção de um defesa que tira a bola para canto, quando já se adivinhava o segundo golo.
A partir daqui o Beira-Mar baixou as suas linhas e a Sanjoanense despejava bolas na área, aproveitando todas as oportunidades que tinha para o fazer. Foi assim que, aos 81',na sequência da marcação de um canto, Lobo safa sobre a linha de golo e, aos 84', após uma confusão gerada na área do Beira-Mar, depois de um lançamento de linha lateral, a Sanjoanense volta a estar perto de marcar. Era um período de sofrimento para a equipa da casa, que apanha com um verdadeiro balde de água fria, aos 87', quando a Sanjoanense chega ao empate. O lance começa, outra vez, numa bola parada, com o esférico a seguir para a área aveirense, desde o meio campo, onde foi assinalado um livre duvidoso contra o Beira-Mar. Os auri-negros não são lestos no alívio e a bola sobra para a entrada da área, onde surge o defesa esquerdo da Sanjoanense a aplicar um magnífico pontapé, forte, cruzado e rasteiro, levando a bola a bater no poste mais distante antes de se anichar nas redes à guarda de Diogo Lopes, que não teve quaisquer hipóteses de defesa.
Havia pouco tempo para reagir, mas, ainda assim, a equipa de António Luís mostrou um grande carácter e foi à procura da vitória, que era inteiramente justa e merecida. E foi só por milagre que ela não aconteceu, já em período de compensação, num lance em que, inacreditavelmente, por duas vezes, a bola não entra, primeiro com um desvio em cima da linha de golo e, por, fim, com o "capitão" André Vaz, em desespero, a falhar na boca do golo, atirando por cima da barra. A prova evidente de que este resultado é injusto para o Beira-Mar, foi a forma como o treinador da ADS exteriorizou, após o apito final do árbitro, a satisfação pelo ponto conquistado em Aveiro.
A arbitragem do Sr. Rui Patrício, da AF Aveiro, num jogo de extrema correcção, não foi brilhante no capítulo técnico, tendo errado algumas vezes e quase sempre em prejuízo dos da casa, tendo ficado uma grande penalidade por marcar a favor dos aveirenses.

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