segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JUVENIS: Custa muito perder assim

SC Beira-Mar, 1 - CD Feirense, 2
(0-0, ao intervalo)

Quando faltavam 4 minutos para o final dos 80 regulamentares e a equipa do SC Beira-Mar vencia, por 1-0, o seu adversário, havia uma esperança muito forte que, no final desta partida com o Feirense, os auri-negros teriam dado um passo bem sólido na luta pelos seus objectivos e que ficariam praticamente a salvo do espectro da despromoção do campeonato nacional de juvenis. Mas, num ápice, e quando a equipa defendia galhardamente, reduzida a 10 unidades (expulsão de João Rui, aos 73'), a magra vantagem que detinha no marcador, os "fogaceiros", que têm justas e legítimas pretensões ao apuramento para a 2ª fase da prova, dão a "cambalhota" no marcador, gelando as hostes auri-negras com dois golos obtidos aos 76' e 80'+1. É a 6ª vez que, neste campeonato, a equipa de Aguinaldo Melo deixa fugir uma vantagem conquistada e, outra curiosidade, nunca recuperou de um resultado desfavorável!
O jogo começou com ascendente claro da equipa do Feirense, que dominou completamente o primeiro quarto de hora, período durante o qual os aveirenses se apresentaram com as suas linhas muito recuadas, parecendo os seus jogadores acusarem, mais uma vez, a responsabilidade do momento, mostrando muita ansiedade e não conseguindo segurar a bola. Depois de ter ameaçado, logo aos 2', quando o seu jogador nº 11 apareceu, solto na direita, a rematar perigosamente ao lado, o Feirense, aos 15', a culminar esta sua fulgurante entrada no jogo, viria a dispor de uma soberana oportunidade para inaugurar o marcador. Após uma defesa incompleta de Samuel, que largou a bola para a frente, o guardião aveirense, na tentativa de a recuperar, embrulha-se com um dianteiro forasteiro, considerando o Sr. Ricardo Pinho, árbitro do encontro, da AF Aveiro, motivo para a marcação de uma grande penalidade. O goleador Pena, encarregado da marcação, faz aquilo que normalmente não costuma e permite a Samuel coleccionar mais uma defesa de um castigo máximo.
Este lance como que libertou os comandados de Aguinaldo Melo, que começaram a aparecer mais, a não ter medo de ter a bola, trocando-a com maior frequência, na medida em que o Feirense ia perdendo o seu "gás" inicial. Aos 23', na sequência de um livre apontado por Marc, Danny aparece perigosamente na zona da finalização, falhando por pouco e, aos 25', num lance dividido na área do Feirense, Ricardo Tavares ganha a posição ao defesa, é derrubado, mas o árbitro marca falta ao contrário. E a primeira parte viria mesmo a terminar com duas flagrantes oportunidades de golo para o Beira-Mar, aos 37' e 38', ambas com Ricardo Tavares nas assistências, ele que realizou uma exibição de grande nível, a atacar e, na parte final do jogo, substituindo João Rui como defesa direito. No primeiro lance, o cruzamento é da esquerda, ao segundo poste, onde surgiu muito bem Marc a cabecear rente ao poste esquerdo; de seguida, o jogador auri-negro, oriundo de Oliveira de Azeméis, ganha na luta pelo lado direito e cruza rasteiro, para a boca da baliza, onde Danny, a meio metro da linha de golo, falha incrivelmente a finalização.
Esta boa ponta final da primeira parte do Beira-Mar teria continuidade no início do período complementar e, aos 42', os aveirenses colocar-se-iam mesmo em vantagem, após uma excelente jogada de Marc, pela esquerda, fugindo para a linha final  e cruzando rasteiro, para a entrada fulminante de Ricardo Tavares, que faz o 1-0 mesmo à boca da baliza. A equipa de Aguinaldo Melo entrava da melhor maneira na segunda parte, podendo mesmo, aos 47', ter chegado ao segundo golo. Marc consegue um roubo de bola na intermediária feirense e lança de imediato Pité, que se isola, mas opta pelo remate à entrada da área, proporcionando boa e vistosa defesa ao guardião contrário, ficando a ideia que, se tivesse progredido mais, as hipóteses de êxito teriam sido maiores.
Tudo parecia correr de feição para os donos da casa, já que o Feirense, nesta segunda parte, não criava perigo absolutamente nenhum e só uma brincadeira de Samuel, aos 61', criou alguma aflição. Mas os jogadores auri-negros iam sendo sucessivamente carregados com cartões amarelos (André, Rúben, João Rui) e o lateral direito viria mesmo a ser admoestado por duas vezes, sendo obrigado a abandonar mais cedo o terreno de jogo. O Feirense, em superioridade numérica, fez um pressing final, denotando, no entanto, muitas dificuldades, face à boa organização do Beira-Mar, que segurava bem a vantagem. O empate surgiria, todavia, fruto de um bom golo, indefensável, consequência de um cabeceamento feliz, no meio de um cacho de jogadores, que fez a bola entrar no ângulo superior direito da baliza de Samuel. Já o 1-2, em período de compensação, resulta do abanão psicológico que a equipa sofreu com o golo do empate, tendo o avançado feirense aproveitado um erro defensivo (corte falhado, de frente para a bola) para se isolar e pôr toda a nação auri-negra à beira de um ataque de nervos.
Custa perder assim, mas quem anda no futebol tem de estar preparado para tudo, e se umas vezes se ganha sem merecer, outras, como é o caso, perde-se, tendo tudo dado para que outro resultado tivesse sido possível. Enquanto há vida, há esperança e, que eu saiba, estamos ainda todos bem vivos. É preciso reagir, rápido!
Uma última palavra para o árbitro do encontro, que realizou um trabalho "habilidoso", tendo dado, sempre que foi necessário, um "empurrãozinho" para a vitória do Feirense, que, diga-se, tem uma belíssima equipa. Mas o penalti assinalado a favor do Feirense, o não assinalado a favor do Beira-Mar, a expulsão de João Rui em momento crucial, foram decisões que penderam sempre para o mesmo lado, fazendo pensar que a "balança" estaria desequilibrada. É o que temos...
No Estádio Mário Duarte, o SC Beira-Mar apresentou-se com:
Samuel (gr); João Rui, João Rafael, Miguel e Rúben Marques (Bruno Filipe, 79'); André Silva (cap), Diogo M. Carvalho e Pité (Henrique, 64'); Ricardo Tavares, Marc (Tiago Azevedo, 55') e Danny.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), Diogo H. Carvalho, Balacó e João Valente.

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