segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

JUNIORES A: Mais três pontos desperdiçados

SC Beira-Mar, 1 - GD Tourizense, 2
(0-1, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar, ao sofrer nova derrota caseira contra o Tourizense, em jogo disputado no passado sábado, hipotecou, praticamente em definitivo, as hipóteses de disputar a subida de escalão na 2ª fase do campeonato nacional da 2ª divisão. Quando tudo parecia bem encaminhado (11 jogos consecutivos sem perder), a equipa de António Luís entrou numa inexplicável crise de resultados, tendo conquistado apenas 2 dos 15 pontos que estavam em disputa nos últimos 5 jogos. Com esta série negativa, os auri-negros caíram do ambicionado 3º lugar para uma indesejável 7ª posição, o que, a 3 jornadas do final, os deve obrigar a reformular os objectivos iniciais.
No estádio Mário Duarte, sob a arbitragem polémica do Sr. Luís Ramos, da AF Viseu, a equipa do Beira-Mar apresentou-se com:
Diogo Lopes (gr); Berna, Lobo, Renato e Bryan; Granja (Filipe Vieira, 51'), Ricardo Castro e André Aranha; Sílvio (Cassamá, int), André Vaz (cap) e Nélson (Ricardo Figueiredo, 61').
Suplentes não utilizados: Cirineu (gr), Leandro, Mika e Ibrahima.
Num jogo em que era "obrigatório" ganhar para manter acesa a luz da esperança quanto à qualificação para a 2ª fase, a equipa sub-19 do SC Beira-Mar não esteve à altura das exigências e foi surpreendida, em casa, por um adversário que está pontualmente muito abaixo dos auri-negros, mas que se organizou bem defensivamente, aproveitando a boa compleição física de alguns dos seus jogadores e não enjeitando nunca a oportunidade para desferir contra-golpes. A primeira parte não foi muito bem jogada, as coisas raramente saíram bem e o tempo ia passando sem que fosse criado perigo junto da baliza do Tourizense. Apenas na sequência da marcação de um canto, aos 14', Lobo abanou um pouco com a monotonia reinante. Foi preciso esperar pelo minuto 29 para se assistir a uma verdadeira oportunidade de golo, que bem poderia ter dado preciosa vantagem ao Beira-Mar. A jogada foi de Nélson, que se escapou pela esquerda e deu atrasado para André Aranha, que, em posição frontal, bem dentro da área, teve tempo para dominar e rematar à vontade, gorando-se a ocasião nas pernas do guardião de Touriz. Pouco depois, aos 32', numa transição rápida, com os aveirenses em manifesta superioridade numérica (3 contra 1), o Beira-Mar desperdiça nova oportunidade para se colocar na frente do marcador.
E como, normalmente, em futebol, se cumpre sempre a história do "quem não marca sofre", aos 37', num lance atípico, o Tourizense faz o 0-1, com um ressalto a trair Diogo, que vê a bola entrar vagarosamente na sua baliza. Balde de água fria no "Mário Duarte", que viu agitados os fantasmas do último jogo em casa contra o Gouveia. E as coisas até se poderiam ter complicado mais para o Beira-Mar, quando, aos 39', viu o Sr. Luís Ramos assinalar, inexplicavelmente, uma grande penalidade contra, por hipotética falta cometida por Granja sobre um adversário, que estava de costas para a baliza, junto ao vértice esquerdo da grande área aveirense. Deus escreveu direito por linhas tortas e o jogador de Touriz, encarregado da marcação, disparou ao lado do poste esquerdo da baliza de Diogo, regressando as equipas aos balneários pouco depois.
Logo no primeiro minuto da segunda parte, a marcação rápida de um livre liberta Nélson, na direita, que cruza rasteiro, com muito perigo, para uma fraca finalização do recém-entrado Cassamá. Parecia que as coisas iriam ser diferentes nos segundos 45 minutos, mas a verdade é que o Tourizense soube gerir, durante bastante tempo, a vantagem que tinha no marcador, defendendo sempre longe da sua baliza, perante um Beira-Mar que se mostrava demasiado desinspirado e incapaz de inverter a situação.
O tempo ia passando e os auri-negros aumentaram, então, um pouco a intensidade do jogo, mas começava a notar-se falta de discernimento para tomar as melhores decisões e executar bem. Até que, aos 70', aconteceu um momento que poderia ter sido decisivo no desfecho do jogo. Cassamá é derrubado na grande área por uma das "torres" que actuavam no centro da defesa do Tourizense, o árbitro assinala grande penalidade e expulsa o nº 3 visitante por acumulação de cartões amarelos. O "capitão" André Vaz restabelece a igualdade na marcação do castigo máximo e relança a partida, que agora se mostrava mais favorável ao Beira-Mar, que tinha 20 minutos pela frente para jogar em superioridade numérica.
Galvanizados pelo 1-1, a equipa da casa, dois minutos depois, numa boa jogada de Ricardo Figueiredo pela direita, poderia ter dado a volta ao marcador, mas, mais uma vez, desaproveitou a superioridade numérica e desperdiçou flagrante oportunidade de golo. Pior do que isso, na sequência do lance, após fora-de-jogo mal assinalado a Figueiredo, que recuperava a bola para criar de novo perigo, Filipe Vieira reclama da decisão e vê cartão amarelo. Não satisfeito com a cor do cartão, continua os seus protestos e vê o árbitro dar-lhe ordem de expulsão, deixando a sua equipa amputada de um elemento fresco e criativo e entregando ao adversário a vantagem de dispor de mais um elemento em campo que a sua equipa tinha.
O Beira-Mar abanou momentaneamente e viu Lobo, aos 77', evitar o segundo golo forasteiro, safando sobre a linha de baliza uma bola que tinha sobrevoado o guardião Diogo Lopes, num lance em que o avançado de Touriz lhe executou um "chapéu" quase perfeito após hesitação de Bryan.
Parecia que o empate se iria manter até final, mas a equipa do Beira-Mar, num último assomo dos seus jogadores, aproveitou os 7 minutos dados pelo árbitro, em compensação pelas perdas por anti-jogo do Tourizense, para tentar chegar ao único resultado que lhe interessava e que era a vitória. E foi neste período que Cassamá, aos 90+2', a um metro do guarda-redes, consegue acertar na sua figura, desperdiçando um golo que todos já gritavam, após um bom cruzamento da direita de Ricardo Figueiredo. Inacreditável! No minuto seguinte, o mesmo Cassamá volta a falhar o remate, à boca da baliza, no seguimento da marcação de um livre, do lado direito, para Bryan, pouco depois, num pontapé de ressaca, de fora da área, fazer a bola rasar o poste esquerdo da baliza contrária.
Se o empate já era mau para as pretensões auri-negras, o pior estava ainda para vir, no último minuto do jogo. Procurava o Beira-Mar, num livre a seu favor do lado direito do seu ataque, "queimar" a última chance para chegar à vitória, mas viu a bola não entrar e ser aproveitada pelo Tourizense para uma transição rapidíssima, que apanhou os aveirenses em contra-pé e originou uma superioridade numérica, que os visitantes aproveitaram na perfeição para fazer o 1-2 final e deixar um rasto de desolação entre todos os jogadores auri-negros.
E pronto, o jogo terminava com os festejos da equipa que menos tinha procurado a vitória, mas que soube esperar o seu momento para desferir o golpe fatal. Quanto ao Beira-Mar, terá de melhorar bastante os seus índices de finalização, factor do jogo que tem sido responsável por muitos pontos perdidos.

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