domingo, 15 de maio de 2011

JUNIORES B: Houve "ópera" outra vez!

SC Beira-Mar, 6 - GD Milheiroense, 0
(4-0, ao intervalo)

Na verdade a "orquestra" continua bem afinada e não se cansa de dar maravilhosos "recitais" a quem se desloca aos campos de futebol para a ver actuar. No sábado passado, o relvado principal do estádio Mário Duarte foi palco de mais uma brilhante actuação do conjunto orientado pelo "maestro" António Luís, que deliciou os presentes com mais um belo espectáculo que, é evidente, não foi de ópera mas sim de futebol, já que a orquestra a que metaforicamente nos referimos não é mais do que a nossa equipa de juniores, que disputa o campeonato distrital da 1ª divisão e conseguiu o oitavo jogo consecutivo sem perder. Mas este grupo não se limita a ganhar, fá-lo goleando e acrescenta aos triunfos e aos golos muita qualidade no futebol que pratica.
No jogo disputado com o Milheiroense, os "solistas" (perdão, os jogadores) foram os seguintes:
Cirineu (gr); Greno (Wilson Campos, 72'), Rui Santos, Lobo (cap) e Leandro; Mika, Ricardo Castro, Balacó (Francisco, int) e Ricardo Figueiredo; Cassamá (João Valente, 65') e Marc.
Suplentes não utilizados: Samuel (gr) e João Rui.
A primeira parte foi mais um período de grande nível exibido pela formação auri-negra, que se colocou em vantagem logo nos minutos iniciais do jogo, por Cassamá, que deu o melhor seguimento a um cruzamento de Ricardo Figueiredo. Os protagonistas do 1-0 voltaram a estar em evidência, aos 14', mas desta vez tiveram companhia, o guardião contrário, que evitou o segundo golo com uma excelente defesa, cuja qualidade não ficou nada atrás do lance que esteve na sua origem (grande jogada de Figueiredo pela direita e cruzamento para uma soberba elevação e remate de cabeça de Cassamá).
O futebol apoiado da equipa do Beira-Mar causava imensos problemas à equipa visitante, que se desgastava imenso a correr atrás da bola e só em lance bola parada (canto, aos 16') provocou algum perigo para a baliza de Cirineu. Pelo contrário, os auri-negros justificavam já uma vantagem maior, que poderia ter sido conseguida, aos 24', no seguimento de uma boa iniciativa de Ricardo Castro, com a bola a sobrar na área para Marc, que rodopia, tira o adversário do caminho e remata na cara do guardião forasteiro para mais uma boa defesa deste.
Tanto domínio, tanta qualidade no jogo exibido teriam, forçosamente, de dar os seus frutos. O 2-0 surgiu, naturalmente, aos 27', consequência de uma brilhante jogada de combinação do ataque do Beira-Mar em que tudo foi bem feito, desde a troca de bola em progressão entre vários jogadores, à recepção de Marc na meia-lua, à preparação do remate, tirando um adversário do caminho e, finalmente, ao disparo de pé esquerdo fora do alcance do guarda-redes.
Com o segundo golo o jogo ganhou mais emotividade e, antes de uma reacção do Milheiroense, que poderia ter marcado em dois lances ocorridos aos 30' (contra -ataque rápido com o nº 9 a rematar, solto na direita, rente ao poste mais distante e disparo do nº 11, à entrada da área, também a rasar o poste) o Beira-Mar, aos 29', teve oportunidade de ampliar a vantagem, com Cassamá a rematar de cabeça à barra, após uma boa combinação entre Ricardo Figueiredo e Ricardo Castro, que cruzou para a área, da direita.
Aos 32', surge o 3-0, por Marc, que se encontra a atravessar um excelente momento de forma. O goleador aveirense, servido por uma boa abertura de Cassamá, recebe a bola à entrada da área, na zona da meia-lua e remata rasteiro, não dando, mais uma vez, qualquer hipótese de defesa ao guarda-redes de Milheirós.
Jogava-se realmente bem no "Mário Duarte", na linha daquilo que os auri-negros vêm fazendo de há muitos jogos a esta parte e foi, por isso, sem surpresas que, aos 37', o marcador subiu para 4-0. O golo nasce de mais uma bonita jogada de envolvimento do ataque do Beira-Mar, com a bola a chegar a Ricardo Figueiredo, na esquerda, de onde cruza para a boca da baliza, acabando por se verificar auto-golo, já que o defesa (nº 4) do Milheiroense, na tentativa desesperada de evitar a finalização dos adversários que o pressionavam, acabou por introduzir o esférico na própria baliza.
Antes do intervalo, nota ainda para uma boa iniciativa individual de Cassamá, aos 42', culminada com um remate de fora da área, que proporcionou uma boa estirada e defesa para canto ao guarda-redes visitante.
Com uma vantagem tão dilatada, o vencedor do jogo estava encontrado, mas nem por isso, na segunda parte, os atletas auri-negros deixaram de procurar dar espectáculo e proporcionar mais golos. Cassamá, aos 53', falhou à boca da baliza o quinto, num remate de cabeça que saiu por cima da barra, após boa incursão e cruzamento do lado esquerdo de Leandro. Verdade que, na resposta, o Milheiroense também poderia ter reduzido, através do jogador nº 9, lançado pelo corredor esquerdo, valendo a saída da baliza de Cirineu para desviar para canto, com o pé, aquele que seria o primeiro golo dos forasteiros. Mas era o Beira-Mar que continuava a dominar, pressionando o adversário em todo o campo e dando-lhes, deste modo, poucas hipóteses de construção de jogo. O resultado desta manifesta superioridade auri-negra traduziu-se, aos 56', em mais um golo. O 5-0 resulta de um livre apontado por Castro, ao segundo poste, onde Francisco ganhou um ressalto, preparou o remate e fuzilou, dentro da pequena área, as redes contrárias. Também Marc, aos 65', com um remate forte, proporciona excelente defesa ao guardião do Milheiroense, em mais uma oportunidade de golo verificada antes de um período em que, fruto do resultado dilatado e também do forte calor que já se fazia sentir, a partida perdeu alguma intensidade e qualidade de jogo.
No entanto, entrados no último quarto de hora do jogo, os lances de bom futebol regressaram e com eles as oportunidades de golo. Marc, aos 77', após excelente trabalho na área contrária, fica à beira de fazer mais um "hat-trick", mas a bola milagrosamente não entra, sendo aliviada por um adversário praticamente em cima da linha de baliza. O mesmo jogador, no minuto seguinte, desta vez lançado por João Valente, fica em boa posição para alvejar as redes opostas, mas vê o guarda-redes desviar o seu remate para canto. E foi já muito perto do final do jogo, aos 88', que o Beira-Mar fechou a contagem. No lance do 6-0 estiveram dois dos maiores protagonistas deste jogo (houve outros e a equipa até valeu mais pelo seu todo), com Marc a isolar Ricardo Figueiredo, que ladeou o guarda-redes e atirou para a baliza deserta.
Com artistas assim é natural que o público fique ansioso pelo próximo "concerto". Viva a "música"!

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