domingo, 11 de novembro de 2012

JUNIORES A: Traídos pelo "vigor" final do adversário

SC Beira-Mar, 2 - GR Vigor Mocidade, 2
(0-1, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar perdeu os primeiros pontos no estádio Mário Duarte, ao ceder um empate a duas bolas frente ao Vigor Mocidade, em jogo da última jornada da 1ª volta do campeonato nacional da 2ª divisão. Salvaguardadas as devidas distâncias, para quem tenha acompanhado a última ronda de jogos da Liga dos Campeões e saiba encontrar as razões do surpreendente resultado do Celtic frente ao poderoso Barça, pode fazer o paralelo entre os jogos de Glasgow e de Aveiro e encontrar a justificação para a perda destes 2 pontos pelos comandados de António Luís.
Num terreno muito pesado e em que não era nada fácil explanar um bom futebol, ainda assim os aurinegros esmagaram em termos de posse de bola e foram os únicos a desperdiçar lances de golo feito. Pelo contrário, a equipa dos arredores de Coimbra limitou-se a aproveitar os únicos ensejos  de que dispôs, privilegiando, sempre, a sua organização defensiva. E pronto, ficou mais uma vez provado que, em futebol, não há vencedores antecipados.
O SC Beira-Mar alinhou com:
Samuel (gr); Rúben Marques (Ricardo Tavares, int), Xavi, Michael dos Santos e Gonçalo; Balacó (cap), Pedro Aparício (Bernardo Subtil, 70'), Gui Matos e Nazmi; Nanu e Diogo Castor.
Suplentes não utilizados: José Vítor (gr) e André Rosa.
Naquele que seria o retrato de toda a partida, a equipa do Vigor Mocidade apresentou-se em Aveiro muito fechada, com um bloco muito baixo e com grande número de jogadores sempre atrás da linha da bola. O seu intuito era sobretudo defender, podendo, caso a oportunidade surgisse, lançar um contra-golpe que apanhasse desprevenidas as linhas mais recuadas dos aveirenses. A sua estratégia não poderia ter surtido melhor resultado já que, logo aos 12', na primeira vez que se abeiraram da baliza de Samuel, num lance de contra-ataque pela esquerda, a bola foi metida na área, ficando à mercê de um jogador do Vigor que, na cara do guardião aurinegro, atirou para o 0-1.
Perante as dificuldades de penetração no "ferrolho" adversário, a equipa do Beira-Mar viria a criar a primeira situação de perigo apenas aos 14', através de um remate desferido à entrada da área por Pedro Aparício que proporcionou uma grande defesa ao guardião contrário.
Até ao intervalo, a avalanche ofensiva da equipa do Beira-Mar traduziu-se em mais 3 boas ocasiões para marcar. Aos 22', Diogo Castor, lançado em profundidade, fica na cara do guarda-redes mas não consegue evitar a defesa deste em lance que ainda provocou um choque entre os 2 jogadores. Aos 36', numa boa jogada de ataque, pela esquerda, Pedro Aparício atrasa para Nanu, que desfere um remate à entrada da pequena área defendido pelo guarda-redes para canto. Na sequência deste, Xavi, completamente sozinho, falha o golo praticamente em cima da linha de baliza.
No segundo tempo, o quadro traçado para os primeiros 45 minutos intensificou-se ainda mais. Domínio constante da equipa do Beira-Mar e defesa em toda a linha por parte do Vigor. As oportunidades de golo iam-se sucedendo para os aurinegros. Aos 55', na sequência da marcação de um canto curto na esquerda, Ricardo Tavares falha o golo à boca da baliza, cabeceando ao lado e, no minuto seguinte, um cruzamento da direita de Pedro Aparício termina num remate acrobático, também falhado, de Diogo Castor.
Os aurinegros não desarmavam e, apesar do "autocarro" adversário e das dificuldades que o terreno também colocava, a procura do golo continuava, num trabalho incessante e que era um misto de uma grande atitude por parte dos atletas e de alguma paciência, a que a passagem dos minutos ainda permitia, em fazer circular a bola. Aos 73', no seguimento de cruzamento da esquerda de Gonçalo, Gui cabeceou ligeiramente ao lado, mas, 5 minutos volvidos, uma bola centrada do mesmo lado sobrou para Ricardo Tavares que fez o 1-1 à segunda tentativa, depois de o guarda-redes lhe ter negado o golo com uma primeira defesa.
Empolgados pelo empate, os aurinegros aceleraram ainda mais e, aos 81', um remate da meia-lua de Gui Matos proporcionou mais uma boa defesa ao guardião do Vigor. Aos 85', numa iniciativa de Balacó, que passou por vários jogadores desde o seu meio-campo, a bola chega a Nazmi, que ficou na cara do guarda-redes conimbricense, descaído sobre a direita, e proporcionou ao nº 1 adversário a defesa da tarde, desviando, por instinto, o forte remate do malaio para canto.
Parecia que a equipa de António Luís estava mesmo condenada à divisão de pontos mas, no minuto seguinte, numa jogada de insistência, Gui Matos devolvia a esperança à sua equipa, recolhendo na área e rodando para o remate cruzado que terminou no 2-1 para o Beira-Mar.
O mais difícil estava feito, a reviravolta no marcador consumava-se mesmo à beira do fim, mas, como no jogo de Marrazes, o adversário respondeu pouco depois e viria a empatar a um minuto do final do tempo regulamentar. O lance do 2-2 resulta da marcação de um livre a castigar uma falta de Ricardo Tavares em que o jogador auri-negro veria o segundo cartão amarelo e a correspondente ordem de expulsão. O artífice do balde de água fria foi o defesa-esquerdo forasteiro, que iniciou a jogada, sofreu a falta e fez o golo, num remate cruzado e rasteiro que Samuel não conseguiu suster.
Trata-se de um resultado de todo injusto mas que mostra, mais uma vez, que num jogo de futebol tudo pode acontecer. Ainda assim, os danos deste empate foram minimizados pelos resultados dos nossos adversários mais directos (empate do segundo e derrota do terceiro).
A arbitragem do Sr. Hélder Ferreira, juiz da AF Aveiro, sofreu, na nossa opinião, do "complexo de culpa" que, em muitas situações que connosco já aconteceram, dão mostras os árbitros das Associações pertencentes ao clube da casa, isto é, querendo mostrar-se imparciais (que o devem sempre ser), acabam por os prejudicar. O rigor da expulsão de Ricardo Tavares e uma grande penalidade por assinalar são disso exemplos.

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