domingo, 24 de fevereiro de 2013

JUNIORES A: Especialistas em recuperações

SC Beira-Mar, 2 - CD Trofense, 1
(0-1, ao intervalo)

Pela 3ª vez nesta fase de subida do campeonato nacional da 2ª divisão, em 3 jogos disputados, a equipa de juniores do SC Beira-Mar fugiu ao resultado negativo depois de recuperar da terceira desvantagem com que chega ao intervalo. Depois do empate em casa com o Vizela (0-2 no descanso) e da vitória na Feira (com desvantagem de 1-0 ao fim dos primeiros 45 minutos), desta vez o triunfo sobre o Trofense, por 2-1, obtido no estádio Mário Duarte, voltou a surgir na etapa complementar, período durante o qual os comandados de António Luís produziram mais uma épica "cambalhota" no marcador. A vitória foi inteiramente justa, mas os auri-negros, que alcançaram o golo da vitória em cima dos 90 regulamentares, poderiam ter evitado tanto sofrimento aos seus seguidores, que viram a esperança renascer quando Ricardo Tavares empatou a partida e vibraram com o golo de Pité, surgido na recarga à grande penalidade que o mesmo apontou e que o guarda-redes ainda defendeu à primeira. Impróprio para cardíacos!
Num relvado muito exigente e em condições algo deficientes, a nossa equipa apresentou-se com:
Samuel (gr); Xavi, Michael dos Santos, Manel (Henrique, 83') e André Rosa (Gonçalo, 67'); Balacó (cap), Diogo Castor e Gui Matos; Pité, Ricardo Tavares e Marc (João Rui, 75').
Suplentes não utilizados: João Paulo (gr) e Bernardo Subtil.
Apesar de uns primeiros minutos algo insípidos por parte de ambas as equipas, quiçá a adaptarem-se às difíceis condições do terreno de jogo, o Beira-Mar viria a assumir o comando das operações e, nos primeiros 20 minutos, produziu situações para golo suficientes para cedo o jogo ficar parcialmente resolvido.Ricardo Tavares, aos 6', isolado por Gui Matos, permite a defesa ao guarda-redes do Trofense e, 2 minutos volvidos, o guardião contrário volta a negar a festa auri-negra, defendendo superiormente um potente remate do mesmo Gui, desferido na sequência da marcação de um pontapé de canto.
Nesta altura o nome Nené (guarda-redes da equipa da Trofa), começava a ser muito falado e cotava-se mesmo como a figura da formação adversária, tendo-se oposto novamente, aos 14', com mais uma grande defesa, a um livre directo de Marc. Pouco depois, aos 16', os trofenses não contaram com o seu guarda-redes, mas o remate de Marc, que se isolou pela esquerda depois de ter recuperado uma bola em zona avançada do terreno, parou nas malhas laterais. Para completar a mão-cheia de ocasiões de golo desperdiçadas pelos aveirenses nesta fase inicial, falta contar a falha na emenda, efectuada à boca da baliza por Ricardo Tavares, após um excelente trabalho e cruzamento  da direita de Pité (18').
O primeiro sinal de perigo do Trofense apenas surgiu aos 21', na sequência de um pontapé de canto, com um jogador a aparecer solto ao segundo poste mas a cabecear sem direcção. Aos 32', num lance em que Samuel andou fora da baliza, ficou novo aviso de perigo para as redes beiramarenses, mas valeu a atenção e marcação de Michael, que nunca deixou o seu adversário alvejar a baliza abandonada.
Mas era o Beira-Mar que continuava por cima e, aos 33', mais uma grande defesa de Nené, que se mostrava, efectivamente, uma barreira intransponível. Desta vez o remate foi de André Rosa, na ressaca de um pontapé de canto. E, quando não era Nené, lá estava um corte in-extremis de um colega, como sucedeu, aos 35', no momento em que Ricardo Tavares ia finalizar facilmente uma assistência de Marc, após uma primorosa jogada em que correu praticamente toda a largura do campo, da esquerda para a direita.
Como uma dádiva do céu, sem que nada o fizesse esperar, o Trofense viria a colocar-se em vantagem a pouco tempo do intervalo (40'), na transformação de uma grande penalidade que o juíz da partida lhes concedeu por alegada mão na bola de Manel. Na verdade, o defesa aveirense, que se encontrava praticamente em cima da linha limite da grande área, foi "alvejado" por um remate fortíssimo de um adversário. Não houve, manifestamente, qualquer intencionalidade ou premeditação de jogar a bola com o braço, sendo um caso nítido de bola no braço. Os forasteiros não enjeitaram o brinde e o seu defesa-esquerdo, Bruno Costa, mandou a sua equipa para o intervalo a vencer, muito injustamente, por 0-1.
O segundo tempo prosseguiu com o Beira-Mar na procura do golo, agora mais necessário do que nunca, mas a verdade é que, com a sofreguidão com que o faziam, nalgumas situações ficavam muito expostos às transições da equipa que agora geria uma vantagem preciosa. E, aos 53', as coisas poderiam ter-se complicado ainda mais para os donos do terreno, com uma jogada de contra-ataque do Trofense a deixar novamente Samuel fora dos postes, valendo a atenção de André Rosa, que safou entre os postes o "chapéu" que daria o segundo da tarde.
Apesar da maior posse de bola, o Beira-Mar não produzia, neste segundo tempo, tantas situações de finalização como fizera antes e foi mesmo Samuel, aos 59', a ter de se aplicar a um cruzamento-remate da direita, desviando a bola para canto com um elástico golpe de rins.
As bolas paradas também não sortiam efeito e disso foi exemplo, aos 67', um duplo falhanço de Xavi e Ricardo Tavares, que perderam o golo de baliza escancarada na sequência de um canto. O tempo passava e jogava a favor dos visitantes, que viam o Beira-Mar baixar a sua produção e permitiam-se agora um pouco mais de posse de bola.
Mas os auri-negros, à entrada para o último quarto-de-hora do jogo, tiveram um novo assomo de forças e poderiam ter igualado aos 77', quando Ricardo Tavares, em esforço, não dá a melhor direcção à finalização proporcionada por um bom cruzamento da esquerda de Pité. Mas a justiça iria fazer-se e, aos 82', o mesmo Ricardo Tavares aproveita um ressalto após a marcação de um canto e iguala a partida. Sentiu-se que os poucos minutos que restavam poderiam ser suficientes para consumar a reviravolta completa e esse prenúncio quase tinha confirmação, aos 87', quando, após uma boa jogada pela esquerda, Castor assiste Gui Matos para uma zona de finalização de onde o nº 80 costuma ser letal. Só que, desta vez, o potente remate saiu a rasar a barra.
Estava escrito que seria sofrer até ao fim, mas também é verdade que tudo está bem quando acaba bem. O lance decisivo foi um penalti claríssimo cometido sobre Gonçalo que, após uma excelente jogada de combinação com Gui Matos, penetrou na área e foi derrubado quando se isolava. Pité, encarregado da marcação da grande penalidade, fê-lo com alguns requintes de sadismo, permitindo primeiro a defesa ao guarda-redes e só finalizando o 2-1, com muita calma, na recarga da nossa alegria.
O árbitro escalabitano, Sr. Hugo Serafim Silva, estava a fazer um magnífico trabalho até ao lance da grande penalidade contra o Beira-Mar, mas esse equívoco perturbou-o e acumulou, durante o segundo tempo, algumas decisões controversas.

Sem comentários: