domingo, 19 de janeiro de 2014

JUNIORES A: O "filme" do costume

FC Porto, 2 - SC Beira-Mar, 1
(1-1, ao intervalo)

Um autogolo e uma bizarria da arbitragem na parte final do encontro derrotaram tangencialmente, no Olival, a equipa de juniores do Beira-Mar, que ainda chegou a estar na frente do marcador. O "dragão" tremeu, mas contou, mais uma vez, com aquele "empurrãozinho" tão característico na parte final dos jogos que se complicam e que a reconhecida superioridade azul-e-branca não consegue, por si só, resolver. E esta geração de jogadores auri-negros (pelo menos parte deles) já o sentiu na pele, neste mesmo local, há duas épocas atrás. Um "déjà-vu"!
O FC Porto entrou na partida com o intuito de o resolver rapidamente e, ainda não se tinha esgotado o primeiro minuto de jogo, já Hugo se opunha, com segurança, a um forte remate de Ruben Alves, muito activo nos primeiros 45 minutos. Naturalmente, a posse de bola era esmagadoramente do FC Porto, mas o Beira-Mar, muito bem organizado defensivamente, não permitia penetrações na sua área. Foi de longe que, aos 12', Ruben Alves, de novo, tentou a sua sorte, mas viu o disparo esbarrar na barra pela parte superior. No minuto seguinte, aproveitando um raro contra-ataque, Tomás Mota ganha espaço na esquerda e cruza para a área, onde estava, mais uma vez, Ruben Alves, que cabeceou sem direcção.
Até que, aos 15', contra a história da supremacia portista neste primeiro quarto-de-hora, os aveirenses conquistaram uma grande penalidade, a sancionar uma "mão" de Tomás Mota, que interceptou um cruzamento de André Silva, soberbamente lançado na direita por Tiago Ramalho. Diogo Castor não vacilou e adiantou a sua equipa contra todas as expectativas.
Não durou muito, porém, a vantagem auri-negra, que viu o FC Porto chegar à igualdade três minutos volvidos. A jogada começa no flanco esquerdo, de onde sai um cruzamento largo para o segundo poste, tendo a bola sido cabeceada para o meio, onde Ruben Alves (quem havia de ser?) faz uma emenda para a baliza. Gui, na tentativa de aliviar, acabou, com alguma dose de infelicidade, por introduzir a bola na sua própria baliza.
Até ao descanso, sempre com o FC Porto no controlo da posse de bola, o Beira-Mar apenas por mais uma vez viu a sua baliza perigar. Foi aos 42', numa boa jogada de Ruben Alves pela esquerda, com solicitação atrasada para o "capitão"Vítor Andrade, que rematou rente ao poste quando tinha tudo para chegar ao segundo.
Este jogo do "gato" e do "rato" continuou no segundo tempo, mostrando um FC Porto dominador em termos de posse de bola, mas falho de imaginação e muito previsível, diante de uma equipa auri-negra que se defendia excelentemente e ia começando a pôs os nervos em franja ao seu adversário. Só perto da meia-hora o recém-entrado Sérgio Ribeiro dispôs de alguma liberdade para finalizar um cruzamento da esquerda de Rui Moreira e, pouco depois, Hugo teve de intervir para suster mais um remate de Ruben Alves.
Até que, ao minuto 83', e após um trabalho sem mácula do juiz transmontano, Sr. Filipe Alves, que já tinha começado a ser pressionado pelos jovens jogadores azuis-e-brancos, o árbitro da AF Vila Real começou por transformar um corte limpo de Tiago Ramalho num perigoso livre à entrada da área, na zona da meia-lua. Mas o pior viria a seguir. Com um jogador do FC Porto a movimentar-se à frente do guardião Hugo e a obstruir-lhe, em clara posição de fora-de-jogo, o seu campo de acção, nomeadamente a visão, Sérgio Ribeiro atirou para a baliza, deixando pregado ao solo o guarda-redes aveirense, preocupado com o adversário infractor. O auxiliar levantou de imediato a bandeira, assinalando a posição irregular do jogador portista, claramente interveniente no lance, mas, para espanto geral, o Sr. Filipe Alves desautorizou-o e validou um golo falso como Judas.
O FC Porto é superior? Incomparavelmente! Merecia vencer? Pela esmagadora posse de bola que teve e pelas melhores oportunidades de golo (não muitas) criadas, sem dúvida! Mas, meus senhores, no futebol, e é por isso que apaixona tanta gente, estes critérios não chegam, às vezes, para ganhar os jogos. É por isso que há surpresas, que só não aconteceram na tarde de sábado no Olival porque os poderosos foram, uma vez mais, favorecidos. E os nossos jovens, lá vão crescendo assistindo a estas injustiças, cuja pior consequência nem são os pontos perdidos, mas a possibilidade de assumirem para si que, na vida, a influência do poder se sobrepõe ao trabalho honesto.
Alinharam, às ordens do técnico António Luís:
Hugo (gr), Bruno Reis, Gui Ramos (André Santos, 90'), Fábio e Filipe Melo; Tiago Ramalho, André Silva, Bernardo Subtil (Lane, 77') e Pedro Aparício; Bento Cortesão (Lucas, 85') e Diogo Castor.
Suplentes não utilizados: João Paulo (gr), Ricardo Pinto e Bruno Lopes.

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