domingo, 23 de março de 2014

JUNIORES A: Adormecimento inicial custou caro aos auri-negros

SC Beira-Mar, 0 - Varzim SC, 3
(0-2, ao intervalo)

Quando uma equipa perde por 3 golos sem resposta, a justiça do vencedor raramente poderá ser posta em causa, mas a sensação com que se ficou no jogo da tarde de sábado entre o Beira-Mar e o Varzim, que contava para o campeonato nacional de juniores da 1ª divisão, é a de que, mais do que por mérito dos poveiros, o resultado se justifica por uma primeira parte nula dos aveirenses, que puramente não existiram em termos competitivos. Esta modorra durante a etapa inicial ditou a quarta derrota dos comandados de António Luís na 2ª fase da prova e tudo se torna cada vez mais difícil, tendo em vista o cumprimento dos objectivos traçados.
Com uma boa arbitragem do Sr. Leonardo Marques, da AF Aveiro e com o relvado do Estádio Mário Duarte como palco, o SC Beira-Mar apresentou:
Hugo (gr); Bruno Reis, Miguel Campos, Fábio e Filipe Melo; Tiago Ramalho, João Neves, Bernardo Subtil (Bruno Filipe, 84') e André Santos (Lane, 30'); Bento Cortesão (Lucas, 74') e Diogo Castor (cap).
Suplentes não utilizados: João Paulo (gr) e Ricardo Pinto.
Na fase inicial do jogo só deu Varzim, que ameaçou logo aos 3' com uma bola no poste, na sequência de um pontapé de canto. O que aconteceu aos 10' (0-1), adivinhava-se desde os primeiros instantes, face ao modo fácil como os varzinistas jogavam, perante uma equipa do Beira-Mar que praticamente se mostrava sem energia e sem chama. O nº 9 aparece isolado, deixando a nu a permeabilidade do eixo defensivo aveirense, e desvia de Hugo, que pouco podia fazer para evitar a inauguração do marcador.
Esta desvantagem mexeu ligeiramente com o brio dos auri-negros, que melhoraram um pouco e, como consequência, quase chegavam ao empate, aos 20'. Na sequência da marcação de um livre na direita, por Diogo Castor, a bola sobra no coração da área para Bento Cortesão, que, em posição frontal, remata para a baliza, à figura do guardião contrário, gorando-se uma excelente ocasião para igualar o jogo.
Mas este "fogacho" não teve continuidade, rapidamente os poveiros voltaram a tomar conta da partida e a mostrar serem uma formação muito mais madura. Aos 25', no seguimento de uma boa jogada pela direita, a bola é cruzada rasteira para a área, onde sobrou para o atleta nº 8, que tinha tudo para visar a baliza, não fosse um corte providencial de Neves. Pouco depois, aos 28', foi o nº 11 do Varzim a proporcionar a defesa do jogo a Hugo, que negou o segundo golo com um desvio em voo para canto a um remate em arco do adversário.
Foi o adiar do 0-2, que surgiu naturalmente, aos 31', ainda que com alguma felicidade do seu autor, o lateral-direito, que introduziu a bola diretamente na baliza, quando cruzou para a área e a viu passar por todos, apanhando ainda o guardião aveirense em contrapé.
Até ao intervalo, nota para um remate de Tiago Ramalho, aos 39', que saiu uma vez mais à figura do guarda-redes, e para uma grande jogada de envolvimento do Varzim, aos 43', com o seu lateral-direito a aparecer a finalizar na zona central da área, rematando, felizmente, por alto e perdendo, deste modo, uma das mais flagrantes oportunidades da primeira parte.
O jogo, que registava um resultado inteiramente justo ao intervalo, mudou literalmente no segundo tempo. Com alterações de ordem táctica e troca de posição de alguns jogadores no xadrez auri-negro, a etapa complementar foi inteiramente do Beira-Mar, que só não pode reclamar outro resultado porque a ineficácia da sua finalização foi impressionante. Lane foi o mais perdulário, podendo ter relançado o jogo aos 47' (isolado rematou contra o corpo do guarda-redes), 53' (novamente no frente-a-frente com o guardião poveiro viu este levar-lhe a melhor) e 63' (lançado na direita, entrou sozinho na área, mas rematou fraco para as mãos do nº 1 da Póvoa), tudo oportunidades gritantes de golo falhado.
Filipe Melo, aos 67', após uma boa combinação com Diogo Castor, também imitou o seu colega, rematando sem direcção, na cara do guardião contrário, perdendo mais uma grande oportunidade para encurtar distâncias.
Era desperdício a mais para uma equipa que se tinha transfigurado, em termos de atitude e empenho, e que tinha reduzido o seu adversário quase à insignificância, mas que precisava de um golo para poder entrar na discussão do resultado. E, depois de isso poder ter acontecido novamente, aos 81', na sequência da marcação de um pontapé de canto, o Varzim viria a desferir o golpe de misericórdia, obtendo, na sequência de um lance do mesmo tipo, o 0-3 definitivo. Injusto, mas legal, nada a dizer.
Resumindo, não se pode dizer que os forasteiros não venceram com justiça, por tudo aquilo que fizeram durante a primeira parte, mas o resultado acaba por ser demasiado pesado, ainda que os aveirenses só se possam queixar de si próprios e do desperdício evidenciado no segundo tempo para não terem determinado outro tipo de desfecho.

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