segunda-feira, 14 de abril de 2014

JUNIORES A: Até ao lavar dos cestos é vindima

SC Beira-Mar, 5 - FC Vizela, 0
(3-0, ao intervalo)

Com a situação muito complicada em termos de garantirem a manutenção no campeonato nacional da 1ª divisão na próxima época, os juniores do Beira-Mar e do Vizela encontraram-se na tarde de sábado no estádio Mário Duarte e, no final dos 90 minutos, após a goleada imposta pelos auri-negros, que bateram o seu adversário por 5 golos sem resposta, algumas ilações se retiraram. Os vizelenses, com este desaire, já estão matematicamente condenados à descida de escalão, enquanto que os aveirenses, apesar de continuarem com uma missão muito difícil, fizeram crer que até ao lavar dos cestos é vindima e que enquanto há vida há esperança.
O jogo começou de uma forma equilibrada em termos da posse de bola e de tentativas de ataque, tendo inclusivamente pertencido aos forasteiros a primeira grande situação para marcar. Foi aos 2' e resultou de uma falha de Miguel Campos que deixou o seu adversário na cara de João Paulo, que se opôs muito bem ao remate e desviou a bola para canto.
Também cedo se percebeu que, apesar das iniciativas de ataque se repartirem, a organização defensiva das duas equipas fazia toda a diferença. Enquanto que os ataques do Vizela eram normalmente condenados ao fracasso, os momentos ofensivos dos comandados de António Luís levavam, por norma, muito perigo à baliza do "gigante" Luís.
Embalados pelo 1-0, que surgiu aos 9' na sequência de um livre na esquerda marcado por Bernardo Subtil e finalizado com um magnífico desvio de cabeça de Miguel Campos, os auri-negros passaram a ser um quebra-cabeças para o último reduto dos minhotos. O segundo golo ameaçou aos 15', numa jogada de contra-ataque pela direita, com Bento Cortesão a servir no meio Diogo Castor, que adiantou em demasia e permitiu a intervenção do guardião contrário. Três minutos volvidos, nova grande oportunidade para ampliar a vantagem, desta feita com Bruno Filipe a isolar Bento Cortesão, que ultrapassa o guarda-redes Luís mas permite que a sua finalização para a baliza deserta seja cortada por um adversário.
Com tantas oportunidades de golo flagrantes criadas pelo Beira-Mar não admirou que, aos 29', acontecesse o 2-0. Bruno Filipe, que esteve muito bem no jogo, recebeu na área um cruzamento da direita e, à meia-volta, surpreendeu tudo e todos com um remate que só parou no fundo das redes do Vizela. Aos 36', o mesmo jogador teve nos pés, após grande passe de André Silva, a possibilidade de bisar, mas o "chapéu" na cara do guarda-redes saiu alto e a possibilidade do 3-0 foi adiada para o minuto 41, momento em que Diogo Castor tirou partido da grande fragilidade defensiva que evidenciava a formação vizelense  para isolar Bernardo Subtil, que teve tempo para correr isolado, esperar pelo adversário para o tirar do caminho e visar com frieza e com êxito a baliza do impotente Luís.
O segundo tempo foi um período penoso para o Vizela, que se mostrou uma equipa descrente, deixou quase de ter bola e assistiu a uma avalanche ofensiva dos donos do terreno que resultaram em mais 2 golos e umas quantas oportunidades perdidas que poderiam ter dado ao marcador números inusitados.
Bruno Filipe continuava endiabrado e, aos 47', após um grande gesto técnico em que tira dois adversários do caminho, fica na cara do guarda-redes mas remata por alto. Foi o aviso para o 4-0, que o próprio alcançaria pouco depois, aos 52', numa recarga de cabeça a uma defesa incompleta de Luís após um primeiro remate de Diogo Castor. E o "hat-trick" de Bruno Filipe só não aconteceu, aos 55', porque o esquerdino aveirense, lançado pela esquerda, viu o seu remate cruzado ser desviado para canto pelo guardião Luís.
O jogo estava decidido, mas sentia-se que outros golos poderiam acontecer, tal era a vontade dos aveirenses em mostrar serviço e a apatia e desnorte dos vizelenses. A goleada poderia ter sido aumentada aos 62' e 65', com Diogo Castor a servir primeiro Bento Cortesão e a isolar depois Pedro Aparício, mas ambas as situações foram salvas pelo guardião minhoto. O próprio Diogo Castor, aos 66', depois de ultrapassar Luís, não tem a pontaria afinada e, sem ninguém entre os postes, atira "escandalosamente" ao lado, voltando a ameaçar, aos 75', com um remate de fora da área, após excelente jogada de envolvimento, que rasou o travessão.
O 5-0 tardava em surgir, só acontecendo mesmo depois de mais uma grande perdida, ocorrida aos 79', quando uma jogada de contra-ataque em superioridade numérica não é aproveitada devido à decisão de Bruno Filipe, que conduzia a bola pela esquerda e preferiu o remate em vez da assistência a dois colegas na zona frontal. A conta só seria "arredondada" aos 81' por André Santos, com um vistoso e largo "chapéu" a que Luís não conseguiu chegar.
Vitória sem qualquer contestação num jogo mais uma vez muito bem dirigido pelo Sr. Renato Gonçalves e sua equipa da AF Guarda e no qual o Beira-Mar se apresentou com:
João Paulo (gr); Bruno Reis (Lane, 57'), Miguel Campos, Ricardo Pinto e João Neves; André Silva e Bernardo Subtil; Bento Cortesão (André Santos, 63'), Pedro Aparício e Bruno Filipe; Diogo Castor.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr) e Gui Ramos.

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