segunda-feira, 20 de setembro de 2010

JUVENIS: Repartição de pontos foi desfecho aceitável

Boavista FC, 1 - SC Beira-Mar, 1
(0-1, ao intervalo)

A equipa de juvenis do SC Beira-Mar conquistou ontem, no Estádio do Bessa, no Porto, o primeiro ponto fora de portas, no terceiro confronto disputado na condição de visitante, desta vez tendo como adversário o Boavista. Mais uma vez, os auri-negros não souberam manter o resultado positivo que detinham ao intervalo, consentindo, desta feita, o empate no período complementar, ainda assim menos gravoso que as derrotas sofridas nas deslocações à Académica e a Viseu. O desfecho acaba, contudo, por ser justo, ainda que qualquer das equipas pudesse ter chegado ao triunfo, ficando na retina a parte final do encontro, melhor período dos auri-negros, em que os aveirenses roçaram, por muito pouco, a conquista dos três pontos.
A partida teve uma parte inicial de equilíbrio, pertencendo o primeiro remate perigoso do jogo a Marc, aos 4', que proporcionou uma defesa muito apertada ao guardião boavisteiro. A toada de equilíbrio de forças não registava muitas situações perigosas junto das balizas e só aos 15' o Boavista pôde responder com uma jogada em que esteve perto do golo. O cruzamento, vindo da direita, é correspondido com um remate de primeira, desferido por um jogador muito bem posicionado, opondo-se Samuel, que hoje capitaneava a equipa, com uma defesa segura.
Este lance deu início a um período em que os "axadrezados" ganharam algum ascendente no jogo e, como consequência disso, aos 20', voltaram a estar perto de marcar. O lance tem início numa boa jogada de entendimento da equipa da casa pelo flanco esquerdo, sendo a bola cruzada para dentro da área, onde surgiu o avançado boavisteiro (nº 8) a rematar por cima da barra.
Quando, já na parte final da primeira parte, aos 37', o Beira-Mar chegou à vantagem, poderia dizer-se que o fazia a equipa que tinha tido menos posse e circulação de bola, mas que era um prémio para a capacidade de luta que os auri-negros sempre revelaram e para o desenho da jogada que esteve na origem do 0-1. O golo surge no seguimento de uma boa jogada pela esquerda, com Marc a conduzir a bola à linha de fundo e a cruzar, tenso, para dentro da área, onde surgiu, na zona do verdadeiro ponta-de-lança e com a atitude deste, Ricardo Tavares a antecipar-se a toda a defesa boavisteira e a atirar sem hipóteses para o guardião da casa. Bom golo!
No segundo tempo, em desvantagem no marcador, o Boavista entrou a todo o gás e, logo no primeiro minuto, no seguimento de um pontapé de canto ao segundo poste, cria uma situação de verdadeira aflição para a defensiva aveirense, resolvida a muito custo. Mas, na resposta, o Beira-Mar também perde a hipótese de "matar" o jogo com a obtenção do segundo golo. A jogada de contra-ataque é conduzida por Ricardo Tavares, pelo lado direito, que colocou a bola na área, na frente de Danny, que, por sua vez, se deslumbrou com a siruação e se atrapalhou na cara do guarda-redes, perdendo a hipótese do golo.
Estes dois lances caracterizam, perfeitamente, o período que se seguiu. O Boavista mais pressionante, exercendo ascendente territorial e o Beira-Mar a procurar sair em situações de transição rápida, com um futebol mais directo. Quando, aos 57', o Boavista chega ao 1-1, poderia dizer-se que o empate, fruto desta pressão exercida sobre o último reduto do Beira-Mar, era justo e esperado. No lance do golo da igualdade houve, contudo, alguma permissividade da defesa auri-negra, que deixou um jogador boavisteiro ganhar uma bola colocada na direita e servir no centro o seu colega, que não perdoou na cara de Samuel, impotente para deter o remate.
Pouco depois de sofrer o empate, o Beira-Mar, curiosamente, equilibrou a partida, coincidindo o melhor período de futebol praticado pelos aveirenses com a entrada de Diogo Carvalho para o meio-campo, substituindo o lesionado Wilson. A equipa de Aguinaldo Melo começou a circular melhor a bola e a sair com ela controlada. Esta situação ainda mais se acentuou nos últimos dez minutos da partida, quando o Boavista ficou reduzido a 10 unidades, devido à saída, por lesão, de um jogador seu. E foi, neste período, que o jogo mais se partiu, podendo qualquer dos contendores ter chegado à vitória. Aos 73', Samuel antecipa-se a um jogador axadrezado que lhe surgia isolado e evita o segundo golo do Baovista. Respondeu o Beira-Mar, aos 77', com João Valente, um ex-boavisteiro entretanto entrado no jogo, a falhar de cabeça, na cara do guarda-redes, uma grande oportunidade de golo que teve origem num bom cruzamento da esquerda, efectuado por Pité. No minuto seguinte, é novamente Samuel a estar em evidência, defendendo com dificuldade, mas com muita eficácia, um forte remate desferido de fora da área. Finalmente, e é este o lance que mais iremos recordar, porque foi quase em cima do tempo regulamentar, aos 79', Ricardo Tavares falha um "chapéu", por milímetros, ao guardião do Boavista, que entretanto abandonara os postes, caindo a bola, caprichosamente, nas redes, mas por cima da baliza. Foi a última e talvez a maior oportunidade de golo do encontro.
Pouco depois, o Sr Duarte Oliveira, árbitro da AF Braga (de má memória para nós, pela polémica decisão no final do jogo de juniores Beira-Mar-Sanjoanense da época passada), que desta feita realizou uma boa arbitragem, deu o jogo por terminado, regressando as duas equipas ao balneário com a sensação de que poderiam ter ido um pouco mais além, mas que o resultado terá sido o mais adequado ao que se passou em campo.
Para a história fica o registo da equipa apresentada por Aguinaldo Melo e que evoluiu no magnífico sintético do Estádio do Bessa Século XXI:
Samuel (gr e cap); Rúben Marques (Nito, int), Miguel, Manel e Iúri; Wilson (Diogo M. Carvalho, 61'), Rafa e Pité; Danny, Ricardo Tavares e Marc (João Valente, 57').
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), Guilherme, Tiago Gomes e Tiago Azevedo.

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