domingo, 17 de outubro de 2010

JUVENIS: Padroense foi adversário muito forte

Padroense FC, 3 - SC Beira-Mar, 0
(2-0, ao intervalo)

Uma parte da equipa de juvenis do SC Beira-Mar reencontrou, hoje de manhã, no jogo que disputou no sintético do Campo de Treinos do Padroense FC, um adversário bem conhecido da época passada, quando a maioria dos seus jogadores representava o FC Porto no escalão de iniciados e nos bateu folgadamente (5-0) por duas vezes. Não eram, pois, muito boas as recordações destes atletas adversários, que na presente época rodam no Padroense, para voltar, na sua maioria, ao clube do Dragão na próxima temporada. A equipa do Padrão da Légua mostrou-se sempre superior, dotada de jogadores de uma riqueza técnica muito acima da média e com processos de jogo bem definidos e por todos muito bem assimilados e postos em prática. O Beira-Mar, pese embora toda a vontade e abnegação postas em campo, nunca mostrou argumentos capazes de contrariar o domínio do nosso adversário, tendo-se Samuel cotado mesmo como o melhor elemento em campo da formação auri-negra, sofrendo dois dos três tentos encaixados pelos auri-negros na marcação de grandes penalidades.
A entrada do Padroense no jogo foi muito forte, com Vítor, o "capitão da casa" a assumir desde cedo as despesas da organização da sua equipa e a proporcionar, logo no primeiro minuto, uma abertura na direita, isolando o extremo do Padroense, que rematou sozinho para a primeira grande intervenção de Samuel. Pouco depois, aos 4', numa nova jogada pelo mesmo flanco, é o ponta-de-lança da casa, André Silva (nº 9), a rematar em boa posição para defesa apertada do guardião aveirense. Os auri-negros estavam confundidos, não acertavam nas marcações e, aos 6', aconteceu o inevitável e o Padroense, através de um remate forte e colocado, desferido de fora da área pelo buliçoso nº 11, inaugura o marcador.
Apesar de estar em desvantagem, a equipa do Beira-Mar não alterou o seu sistema de jogo, até porque o poderio evidenciado pela equipa do Padroense fazia com que o jogo se desenrolasse, quase sempre, mais perto da baliza de Samuel. E, naturalmente, à passagem do primeiro quarto-de-hora, aconteceu o 2-0, na transformação de um grande penalidade, por Vítor, a castigar, no entender do árbitro, derrube de Miguel ao avançado André Silva, que dava sempre imenso trabalho à defensiva auri-negra, como foi exemplo o lance ocorrido, aos 22', quando o nº 9 da casa é solicitado através de um lançamento longo, para a direita, surgindo nas costas dos adversários a rematar cruzado, com muito perigo, fazendo passar a bola rente ao poste contrário, gorando-se, assim, a hipótese do terceiro golo.
O Beira-Mar só aos 25' conseguiu gizar uma jogada que colocou a bola na área do Padroense, mas o cruzamento da direita foi prontamente anulado pelo guardião da casa, socando uma bola que Ricardo Tavares se apressava por cabecear para a baliza. Este lance foi praticamente a excepção a uma regra que levava o perigo quase sempre para junto das redes aveirenses. E, até ao intervalo, o Padroense teve mais três soberanas ocasiões para dilatar o marcador, mas o avançado André Silva falha incrivelmente o golo, aos 31', com Samuel fora da baliza, tendo a sorte voltado a bafejar os beira-marenses, aos 35', quando só por milagre a bola não volta a entrar, valendo um último corte de Miguel para canto. Em cima do apito para o descanso foi Ivo (um autêntico quebra-cabeças este nº 7 do Padroense) a surgir solto na esquerda, valendo a segurança de Samuel para suster o seu remate isolado. Pouco antes desta jogada, o Beira-Mar tinha feito o seu único remate (!) durante os primeiros 40', por Danny, mas o guarda-redes contrário defendeu sem problemas.
O Beira-Mar esteve melhor na segunda parte, ainda que o domínio tivesse continuado a pertencer à equipa do Padroense, que poderia ter ampliado a vantagem, logo aos 43', na sequência da marcação de um livre na esquerda, com a bola metida na área, a ser perigosamente "penteada" pelo seu central de maior estatura (nº 4), que a fez passar ligeiramente ao lado do poste contrário. E se dúvidas houvesse quanto ao desfecho (e elas nunca existiram, valha a verdade), tudo ficou completamente esclarecido, aos 49', no lance do 3-0, uma jogada típica de penalty, expulsão e golo. Vítor, encarregado da marcação do castigo máximo, voltou a não perdoar.
Uma nota para esta expulsão de Ricardo Tavares,  facto que deixou o Beira-Mar a jogar quase toda a segunda parte com 10 elementos. O Sr Luciano Maia, árbitro da AF Braga, interpretou como intencional um corte com a mão do ponta-de-lança aveirense, que, em missão defensiva (extraordinário, campeão!), substituiu o batido Samuel e evitou, com um "carrinho", que a bola entrasse na baliza. Chamamos este lance à discussão porque lemos, recentemente, que o International Board, organismo da FIFA que regulamenta as leis do futebol, está a pensar seriamente na despenalização deste tipo de lances, por ser de um exagero atroz o castigo aplicado ao jogador e à sua equipa: penalty, que normalmente dá golo e expulsão do jogador, que fica privado de actuar no jogo em causa e em mais alguns seguintes. É, efectivamente, exagerada esta regra, acrescendo muitas vezes, que a análise é injusta, porque é julgada uma intenção que o jogador não tem (o Ricardo, no meio da sua tristeza incontida, afirma que a bola lhe foi realmente à mão, mas que ele nada pôde fazer para o evitar, sendo a sua intenção fazer o corte com o pé). É bom que alterem esta regra.
Com um elemento a menos e uma desvantagem grande no marcador, a equipa do Beira-Mar partiu para o seu melhor período, aquele em que conseguiu alguma posse de bola, ligar algumas jogadas, ainda que, tudo isto, sem incomodar muito as redes contrárias. O lance de maior perigo ocorreu, aos 50', numa jogada pela direita entre os dois Tiagos, com o Gomes a abrir na direita no Azevedo, que rematou cruzado para uma defesa apertada do guardião do Padroense. A equipa da casa só respondeu com perigo, aos 58', novamente num lance de bola parada, com o esquerdino nº 11, encarregado da marcação de um livre descaído sobre a direita, a rematar ao poste da baliza de Samuel. Pité, na jogada seguinte, ainda volta a tentar a sorte, mas o seu remate de longe sai sem perigo.
Com o tempo a decorrer, a falta de um elemento em campo começou a acentuar uma quebra física na maioria dos atletas auri-negros, que nunca viraram a cara à luta apesar da desvantagem. E com os níveis físicos em baixo da equipa de Aveiro, os jogadores do Padroense começaram a entrar com maior facilidade no último reduto do Beira-Mar e dispuseram de algumas boas oportunidades para fazer engordar o marcador. Valeu Samuel, que, em todas elas, levou a melhor sobre os seus adversários. Contabilizámos intervenções de vulto do guardião aveirense aos 69' (remate à entrada da área do nº 11, após uma boa incursão pelo meio), 72' (roubo de bola a André Silva, que, isolado, o procurava ladear), 77' (tirou o "pão da boca" ao nº 18, que lhe surgiu isolado), 78' (foi o único jogador aveirense que não foi batido por uma jogada magistral do nº 10) e 79' (intercepção de um passe para o meio, feito da direita, que encontraria um jogador da casa solto para facturar facilmente).
Vitória justa e incontestável de uma equipa com melhores argumentos do que os aveirenses e que rubricou hoje uma exibição que não deu hipóteses algumas aos comandados de Aguinaldo Melo.
Não foi (de modo algum) pelo árbitro da partida que fomos derrotados, mas não gostámos muito do seu trabalho, já que, enquanto o jogo não ficou claramente decidido (leia-se, 3-0 para o Padroense), em caso de dúvida decidiu sempre a favor da casa, utilizando, mais tarde, a chamada lei das compensações, que não fica muito bem a um juiz.
O SC Beira-Mar apresentou-se, para este jogo, com:
Samuel (gr); Nito, Miguel, André Silva (cap) e João Meireles (Tiago Azevedo, int); Rafa, Diogo Carvalho e Pité (Pedro Aparício, 63'); João Valente (Tiago Gomes, int), Ricardo Tavares e Danny.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), Henrique, Bruno Filipe e Guilherme.

Sem comentários: