domingo, 7 de novembro de 2010

JUNIORES A: Pragmatismo aveirense bate Boavista

SC Beira-Mar, 2 - Boavista FC, 0
(0-0, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar deu, na tarde de sábado, sequência à boa série de resultados que vem fazendo no campeonato nacional da 2ª divisão e alcançou a sua 4ª vitória nos últimos 5 jogos realizados, onde conquistou 13 dos 15 pontos em disputa. A formação de António Luís bateu o Boavista por dois golos sem resposta, resultado construído na segunda parte de um jogo que teve uma etapa inicial pautada por algum equilíbrio, que cedo no período complementar viu o Beira-Mar adiantar-se no marcador e que observou uma reacção final do Boavista em busca de um empate que não aconteceu, mérito do bom desempenho da equipa auri-negra em termos de organização defensiva, tendo os aveirenses ainda, já em período de compensação, fixado o resultado final num 2-0 que talvez possa considerar-se um pouco exagerado face aquilo que se passou no terreno de jogo. A verdade é que se o Boavista evidenciou, sobretudo durante a segunda parte e após se encontrar em desvantagem, um maior domínio territorial e praticou, a largos espaços, um futebol mais apoiado, com uma melhor circulação de bola, foi ao Beira-Mar que pertenceram as ocasiões mais soberanas para marcar, que se traduziram em dois golos, tendo ficado outros tantos por marcar.
Sob uma arbitragem tranquila do Sr. Paulo Pinheiro, da AF Coimbra, que beneficiou do "fair-play" e da correcção dos intervenientes no jogo, o SC Beira-Mar apresentou-se com:
Diogo Lopes (gr); Berna, Lobo, Mika e Bryan; Granja, André Aranha e Filipe Vieira (Ibrahima, 88'); Cassamá (Nélson, 51'), André Vaz (cap) e Ricardo Figueiredo (Renato, 76').
Suplentes não utilizados: Samuel (gr), Pedro Ribeiro e Sílvio.
A primeira parte foi pautada pelo equilíbrio, com períodos de jogo de ascendente repartido pelas duas equipas. Começaram melhor os "axadrezados", que, logo aos 4', criaram uma situação de algum perigo, quando, após um cruzamento do lado esquerdo, Diogo, que nos pareceu carregado, largou a bola, que sobrou para a entrada da área, onde surgiu o nº 10 do Bessa a rematar, felizmente por cima do travessão da baliza auri-negra. Aos 6', o guardião auri-negro volta a ser chamado à acção, sendo obrigado a sair a pontapé, fora da sua área de baliza, tendo falhado a intervenção e provocado algum calafrio.
O Beira-Mar, após esta melhor entrada inicial do seu adversário, equilibrou as operações e começou mesmo a tomar conta do jogo. Assim, fruto deste ascendente e após várias jogadas de ataque dos auri-negros, aos 12', Cassamá está perto de inaugurar o marcador, mas vê o seu golpe de cabeça sair sem direcção, quando surgiu solto ao segundo poste a corresponder a um excelente cruzamento do flanco esquerdo feito por Ricardo Figueiredo. André Vaz, pouco depois, aos 14', livre de marcação e em posição frontal, já muito perto da grande área, poderia ter feito muito melhor do que o remate fraco, que o guardião boavisteiro defendeu sem muita dificuldade.
Já numa fase de jogo repartido, seria na marcação de pontapés de canto, aos 16' e 20', que o Boavista voltaria a levar perigo à baliza defendida por Diogo Lopes, que, aos 27', voltou a ver o perigo rondar as suas redes, após uma perda de bola em zona proibitiva, lance não aproveitado pelo contra-ataque "axadrezado", que estava em superioridade numérica.
Até ao final da primeira parte assistiu-se a um período de jogo em que a formação da cidade do Porto mostrava um futebol mais trabalhado, de pé para pé, obra de alguns jogadores bons executantes (números 7, 10, e 8, por exemplo), mas ao qual a organização defensiva do Beira-Mar não deixava criar situações de finalização junto da baliza de Diogo. A este "rendilhado" dos "axadrezados" contrapunha o Beira-Mar com um futebol mais rápido e mais directo e que se revelaria também mais perigoso. Foi assim que, por três vezes, a equipa de António Luís esteve à beira do golo, antes das equipas recolherem aos balneários. Aos 29', uma "explosão" de Ricardo Figueiredo, que pega na bola encostado à linha lateral, do lado esquerdo, e vem para dentro, evitando os adversários que lhe surgiram ao caminho, culmina num forte remate, quase em posição frontal, que fez a bola passar perigosamente rente ao poste esquerdo da baliza do Boavista, estando muito perto de fazer o primeiro golo do jogo. Este poderia de novo ter acontecido, aos 35', na sequência de uma excelente combinação do ataque do Beira-Mar, com Filipe Vieira a dar em André Aranha, que abriu tudo na direita, em Cassamá, completamente solto, para o extremo aveirense rematar torto, na cara do guarda-redes, esbanjando soberana oportunidade. Finalmente, aos 42', uma excelente abertura de Granja permite a André Vaz ganhar a posição ao seu opositor, mas o remate do "capitão" aveirense, desferido bem dentro da área boavisteira com o seu pé esquerdo, sai ao lado do poste direito, gorando-se a última ocasião para a equipa da casa se adiantar no marcador antes do descanso.
Ainda que o nulo ao intervalo não fosse totalmente descabido, uma vantagem auri-negra, sobretudo pelas oportunidades de golo mais flagrantes de que dispôs, também se aceitaria e talvez fosse o resultado mais justo.
Na segunda parte o Boavista voltou a entrar melhor e, logo aos 48', um disparo forte do seu nº 7 fez rasar a barra da baliza de Diogo e criou bastante perigo. Mas o Beira-Mar logo respondeu, através de Cassamá, aos 49', numa jogada pela direita, que culminou num cruzamento muito perigoso para Ricardo Figueiredo, que foi antecipado por uma boa intervenção do guardião do Bessa. Aos 55' é Ricardo Figueiredo, numa jogada de insistência, em que ganhou vários ressaltos, a servir na área André Vaz, mas o "capitão" da casa chegou ligeiramente atrasado. O mesmo Ricardo Figueiredo, no minuto seguinte, voltou a mostrar a sua fibra de lutador e de bom executante, ao ganhar na insistência, em jogada do lado esquerdo, indo à linha e cruzando rasteiro, ao primeiro poste, onde surgiu rapidíssimo Nélson, de rompante, a desviar subtilmente, com o pé, para o muito festejado 1-0.
O Beira-Mar estava finalmente em vantagem, mas nunca pôde descansar, porque o Boavista reagiu muito bem ao golo e começou a empurrar os auri-negros para o seu meio-campo. Assistiu-se, então, a um largo período de jogo em que a iniciativa pertenceu sempre à equipa visitante, com o Beira-Mar a defender-se como podia (quase sempre bem), mas com muita dificuldade para fazer as transições, errando muitos passes e não conseguindo manter a posse de bola. Esta procura do empate por parte dos "axadrezados" resultou, aos 61', numa jogada perigosa pelo flanco direito do seu ataque, através de uma incursão do jogador nº. 8, que, após ganhar um ressalto, ficou em boa posição para atirar à baliza, mas o seu remate forte foi bem encaixado por Diogo. Aos 73', nova tentativa do jogador nº. 7 do Boavista, que ensaiou novo remate de longe, levando o perigo outra vez às redes de Diogo, que viu a bola sobrevoar o travessão.
O Boavista intensificava a pressão e o Beira-Mar defendia com as suas linhas cada vez mais recuadas, dando a iniciativa do jogo ao seu adversário, que continuava a trocar muito bem a bola, mas sem materializar esse maior domínio em oportunidades para marcar. Defender atrás é, muitas vezes, perigoso para quem o faz, mas também permite surpreender o adversário, que, com os olhos postos apenas na baliza contrária, acaba por desguarnecer as suas linhas mais recuadas. E foi assim que, na parte final do jogo, os aveirenses se acercaram com maior perigo da baliza adversária. Aos 86', uma jogada pela direita do ataque do Beira-Mar, Berna cruza para o segundo poste, onde surgiu Filipe Vieira a rematar de pronto, sem deixar cair a bola no chão, com a esta a sair muito por alto. Aos 88', novamente Filipe a tentar, de muito longe, surpreender o guardião forasteiro, que está atento e segura o remate do "Bolacha". O Beira-Mar conseguia sacudir a pressão e, já em fase final da compensação de 4' dada pelo árbitro, num lance que muitos golos tem dado ao Beira-Mar, André Vaz chega ao 2-0, com todo o mérito para o "laboratório" de pontapés de canto da equipa de António Luís.
Vitória justa do Beira-Mar, resultado da boa coesão defensiva de uma equipa que se mostrou muito solidária, que trabalhou bastante e que criou oportunidades de golo suficientes para justificar os 3 pontos conquistados, face a um adversário com muita qualidade, que valorizou o triunfo auri-negro, mas que se revelou pouco prático neste jogo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Juniores de parabéns com uma victória algo suada e sem contestação.
É de salientar a presença de dois Directores (Sr António Cruz e Sr A. Regala) do plantel principal ou seja da Direcção do SC Beira Mar que no final do jogo foram dar os parabéns aos jovens atletas.
Força Beira