domingo, 6 de fevereiro de 2011

INICIADOS A: "Derby" equilibrado acabou pintado em tons auri-negros!

AD Taboeira, 1 - SC Beira-Mar, 2
(0-1, ao intervalo)

Apesar de estarem já definidos, desde há muito, os principais objectivos de ambas as equipas (qualificação para a 2ª fase - sim para o Beira-Mar, não para o Taboeira), os dois emblemas aveirenses, todas as vezes que se encontram, arranjam sempre motivações extra que conferem a estes confrontos algo de especial, que não se verifica na maior parte dos outros jogos. No caso em análise, os auri-negros buscavam a manutenção da invencibilidade no campeonato nacional e uma vitória sobre a única equipa a quem ainda não haviam ganho na presente época. Do lado contrário, o Taboeira procurava fazer história e ser a primeira equipa a vergar os comandados de Alberto Rainho ao peso de uma derrota.
Foram estes os dados que lançaram um jogo muito bem disputado, com o equilíbrio a predominar durante a maior parte do tempo, e em que a entrega de todos os jogadores foi o factor mais relevante. A vitória foi do Beira-Mar, feliz na obtenção do primeiro golo, mas que mostrou mais e melhores argumentos para justificar os 3 pontos conquistados.
No relvado sintético do Parque de jogos José O. Santos, em Frossos, sob uma arbitragem que não teve influência no resultado do juiz aveirense, Sr. Carlos Oliveira, as equipas apresentaram:
AD Taboeira: Rúben (gr); Paulo (Filipe, int), Gonçalves, Dias e Hugo (Alex, 58'); Tiago (cap) (Duarte, 43'), Aidos e Kiko; J. Ribeiro, Dani (Mica, int) e Fábio.
SC Beira-Mar: Pedro Rafael (gr); Yusuf, Ricardo Pinto, Fábio (cap) e Filipe Melo; Nuno Abreu, Lucas (Sousa, 60') e Tiago Ramalho; Aurélio (Tiago Marques, 68'), João Miguel (Steven, int) e Bruno Ribeiro.
Suplentes não utilizados: Canha (gr), Ricardo Esteves, Rui e Bruno Reis.
A primeira parte do jogo teve o equilíbrio como nota dominante e assistiu-se, sobretudo, a um futebol musculado, de muita entrega por parte de todos os jogadores, que lutavam bastante pela posse de bola, que raramente circulava de pé para pé, prevalecendo o futebol directo. A primeira sensação de golo deu-a o Beira-Mar, aos 10', com Bruno Ribeiro a fugir pela esquerda e a cruzar para Aurélio, que falha por muito pouco a finalização, saindo a bola junto ao poste contrário sem que ninguém lhe tocasse, mas, 2 minutos volvidos, J. Ribeiro quase aproveita uma hesitação no centro da defesa auri-negra, acabando por cabecear para as mãos de Rafa.
Os lances de bola parada também eram aproveitados, por ambas as equipas, para criar perigo junto das balizas. Na sequência da marcação de pontapés de canto, o Taboeira, aos 14', coloca Rafa à prova, ao que respondeu o Beira-Mar, aos 17', com Fábio a aproveitar um ressalto e a rematar contra a muralha de pernas que preenchia a grande área adversária.
O jogo começaria a pintar-se com as cores amarelas e pretas, aos 20', com a obtenção do 0-1. A jogada é iniciada em Aurélio, do lado direito, que, com muito perigo, faz a bola passar em frente da baliza para o lado contrário, onde Tiago Ramalho insiste e, flectindo para dentro, desfere um remate que leva a bola a entrar entre o guardião da casa e o poste, não ficando Rúben muito bem nesta fotografia. Acontece aos melhores...
O Taboeira reagiu ao golo, não com futebol bem jogado, mas ainda com mais entrega e fazendo de cada lance de bola parada uma possibilidade de chegar ao empate. Foi o que esteve para acontecer, aos 22', com Dani a ganhar um ressalto na área, mas a falhar o remate para a baliza, que seria potencialmente perigoso.
Sem ter atingido níveis muito elevados, a qualidade melhorou ligeiramente na segunda parte, período onde se assistiu já a algumas jogadas de fino recorte técnico, sempre por parte da equipa orientada por Alberto Raínho, respondendo o Taboeira com muito perigo nos lances de bola parada e nos lançamentos longos para as costas dos nossos defesas.
Em desvantagem no marcador, a AD Taboeira viria a dar, neste segundo tempo, o primeiro sinal de perigo, aos 41', quando, no seguimento de um cruzamento da esquerda, o recém-entrado Mica não chega à bola, de cabeça, por muito pouco. O Beira-Mar responderia, aos 44', através de uma boa jogada de Aurélio pelo lado direito, com o cruzamento a apanhar Steven ao segundo poste, que, em dificuldade, cabeceou fraco. Bruno Ribeiro, aos 46', voltaria a ameaçar, rematando cruzado, rente ao poste, depois de uma bonita iniciativa pelo meio em que, primeiro, passou a bola sobre um defesa.
As situações de perigo sucediam-se, de um lado e doutro e, aos 48', Rafa faz a defesa da manhã, negando o golo do empate ao desviar para canto um pontapé forte de Aidos, que ganhou a posição sobre a direita após várias insistências, sempre com a bola a ser disputado pelo ar. Na sequência do canto, gera-se nova situação de perigo, mas a defensiva auri-negra alivia. Era o prenúncio para o que viria a suceder pouco depois, estavam decorridos 51' de jogo. Na sequência de um livre na direita, no enfiamento da grande área auri-negra, Hugo coloca na área, com a bola a sofrer um desvio e a sobrar para Mica, que de cabeça, ao segundo poste, faz à vontade o empate.
O Beira-Mar reagiu muito bem ao 1-1 e Steven começou a dar nas vistas. Aos 53' é lançado na frente, ganhando em velocidade ao seu opositor, mas rematando fraco para as mãos de Rúben. Foi o ensaio para o lance seguinte, aos 55', talvez a jogada mais bonita de todo o jogo. Bruno Ribeiro, na zona do meio campo, solicita Steven na esquerda, que, mais uma vez, ganha em velocidade, vai à linha e centra rasteiro, oferecendo em bandeja de prata o 1-2 a Aurélio, que, à boca da baliza, se limitou a encostar para o fundo das redes.
Estava de novo na frente a equipa de Alberto Raínho, mas, com uma vantagem mínima, todos os cuidados eram poucos, sobretudo porque, num lance de bola parada, em que o Taboeira já dera mostras de ser perigoso, tudo poderia acontecer. Foi o caso de um pontapé de canto, apontado aos 59', em que uma entrada de rompante de Kiko quase dava o empate. No minuto seguinte, é Mica que quase aproveita mais uma hesitação na zona central, após um despejo de bola na frente.
Este lance foi o canto do cisne para o Taboeira, que viu, a partir daí, o Beira-Mar controlar a partida, jogando, quase sempre, perto da baliza da casa e criando as últimas oportunidades para fazer funcionar de novo o marcador. Aos 65', Ricardo Pinto teve tudo para fazer o terceiro golo, na sequência de uma espécie de canto mais curto apontado por Filipe Melo, do lado direito, mas, ao amortecer com o peito, deixou a bola fugir para as mãos de Rúben. Já em período de compensação, mais uma boa iniciativa de Bruno Ribeiro proporciona ao guardião do Taboeira uma defesa apertada e incompleta, desaproveitada porque não apareceu ninguém para a recarga.
Com esta vitória, a equipa do Beira-Mar fica a um jogo apenas de terminar a primeira fase sem derrotas, tarefa a que só Beira-Mar, Braga, Porto, Académica e Benfica podem ambicionar. Vão conseguir!

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