domingo, 23 de outubro de 2011

JUNIORES A: A magia está de volta

SC Beira-Mar, 5 - FC Infesta, 2
(3-0, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar obteve, na tarde de sábado, a sua segunda vitória no campeonato nacional da 2ª divisão, batendo, por expressivos 5-2, o FC Infesta, num jogo em que os auri-negros terão realizado a sua melhor exibição desta época e onde mostraram, nomeadamente durante a etapa inicial, que a magia exibida na parte final da época passada pode estar de regresso.
O jogo foi uma montanha russa de emoções e sentimentos, passando da euforia que um tranquilo 3-0 conferia ao intervalo, para um estado de preocupação no primeiro quarto de hora do segundo tempo, resultado de uma imprevista recuperação para 3-2 do Infesta e que relançava os matosinhenses na discussão do resultado. Finalmente, tudo acabou em bem, com os auri-negros a selarem uma vitória justíssima com mais 2 golos, ficando a dever a si próprios a construção de um resultado histórico.
Em mais uma tarde de muito calor neste Outono estival, o SC Beira-Mar apresentou-se, no Estádio Mário Duarte, com os seguintes elementos:
Cirineu (gr); André Silva, Manuel Martins, Mika (cap) e Wilson Rubio; Balacó (Cassamá, 51'), Ricardo Castro, Ricardo Figueiredo e Pité (Ricardo Tavares, 81'); Marc e Manuel Guedes (Xavi, 65').
Suplentes não utilizados: Samuel (gr), Miguel Martins e Francisco.
O primeiro tempo foi praticamente de sentido único (o Infesta criou apenas uma situação para golo, aos 27'), com o Beira-Mar a realizar 45 minutos de futebol de boa qualidade, como há muito não se via, para o que muito contribuiu o excelente desempenho do meio campo auri-negro, que teve Pité de regresso à titularidade após a grave lesão contraída no final da época passada.
Foi mesmo Pité que, logo no primeiro minuto da partida, dispôs da primeira grande oportunidade de golo, mas o seu remate cruzado, após boa jogada de ataque dos aveirenses, saiu a rasar o poste mais distante. O início de jogo da equipa de António Luís foi de autêntico sufoco e, aos 3', Ricardo Castro faz a bola esbarrar na barra, na marcação de um livre em posição frontal, na zona da meia-lua.
Não foi surpresa, pois, que Pité abrisse mesmo o marcador, aos 9', fazendo o 1-0 num oportuno golpe de cabeça, dando a melhor sequência a um cruzamento da esquerda de Ricardo Figueiredo.
O caudal ofensivo dos auri-negros produzia sucessivas situações de perigo e o marcador poderia ter sido ampliado por diversas vezes. Marc (13', 20' e 23') e Pité (14') dispuseram de boas oportunidades para o fazer, mas só aos 25' surgiria o 2-0. Marc, que tanto perseguia o golo, surgiu mais uma vez ao segundo poste, solicitado por Ricardo Figueiredo, e mostrou o sangue frio de um verdadeiro "matador", evitando primeiro um adversário para depois fuzilar o guardião do Infesta.
A equipa visitante revelava-se inofensiva e o isolado lance de perigo que criou, aos 27', foi na sequência de um livre a meio campo, que os jogadores do Infesta aproveitaram para despejar a bola na área. Mas o resultado era ainda escasso para tanto domínio e tão bom futebol praticado pelos donos do terreno. Aos 35', Marc, servido por Manuel Guedes, envia a bola ao poste e, na sequência do lance, um defesa atrasa pra o seu guarda-redes, que segurou com as mãos. O árbitro, muito bem, assinalou livre indirecto na pequena área, aproveitando Ricardo Figueiredo, solicitado por Marc, por rematar forte para a baliza, sendo a bola desviada com as mãos por um defesa do Infesta. Mais uma vez, o juiz da partida esteve bem e assinalou prontamente a grande penalidade, que o mesmo Ricardo Figueiredo transformou no merecido 3-0. O intervalo não chegaria sem mais uma boa oportunidade para o Beira-Mar ampliar a diferença, mas o golpe de cabeça de Marc, que acorreu a um bom cruzamento de Pité, rasou o travessão.
Tal como na primeira parte, também no início do período complementar o Beira-Mar poderia ter marcado, mas Manuel Guedes chegou, por muito pouco, atrasado a um cruzamento rasteiro de Marc, e a defesa contrária aliviou para canto. Na sequência deste, Ricardo Castro cabeceia para as mãos do guardião adversário.
Tudo indicava, pois, que o recital auri-negro da primeira parte iria ter continuação, mas o futebol continua a reservar-nos surpresas todos os dias e, num ápice, aos 54' e 58' (pelo meio, aos 56', Marc também poderia ter marcado), o Infesta obtinha 2 golos inesperados ( o primeiro muito consentido e o segundo com um pontapé do meio da rua, que Cirineu não conseguiu interceptar) e entrava, de novo, na discussão do resultado. O golpe de teatro esteve mesmo para acontecer, aos 60', quando o empate esteve à vista, valendo a fraca pontaria do avançado, que rematou para fora depois de ter ultrapassado o guardião Cirineu.
Foram cerca de 10 minutos de "apagão" aveirense, que poderia ter saído bastante caro. A matriz do jogo voltou a ser, no entanto, aquela que foi a dominante em quase todo o encontro e os auri-negros voltaram a produzir situações onde o golo esteve iminente. Cassamá, que havia entrado nos primeiros minutos do segundo tempo, na fase que coincidiu com o atrevimento visitante, rematou ao poste, aos 65', após uma arrancada pela esquerda que o deixou na cara do guarda-redes e, aos 77', falhou a emenda a um cruzamento de Pité, outra vez apenas com o guardião contrário pela frente.
Aos 78', novamente o Beira-Mar muito perto do golo, numa jogada pela direita, com Marc a picar sobre o guarda-redes, à saída deste, valendo o alívio de um defesa face a um Cassamá ligeiramente atrasado. A tranquilidade chegaria aos 81', com Marc a bisar e a obter o 4-2, num lance em que surgiu na frente do guarda-redes do Infesta, a quem mais uma vez fuzilou à sua saída.
Cassamá (85') e Ricardo Castro (87') protagonizaram jogadas individuais que, por pouco, não resultaram em golo, que surgiria já em período de compensação por Cassamá, que ganhou em velocidade e rematou para o 5-2 à saída do guarda-redes. Ricardo Tavares, à beira do fim, teve nos pés a hipótese do sexto golo, mas o poste devoveu-lhe a finalização efectuada à boca da baliza, após centro de André Siva.
A nota negativa do jogo vai para a expulsão de Ricardo Figueiredo e de um jogador do Infesta, já depois de o árbitro ter dado por concluído o encontro. Foi a sombra que ofuscou um dia de sol intenso.
O trabalho do juiz conimbricense, Sr Paulo Pinheiro, praticamente sem falhas no capítulo técnico, oscilou nos critérios usados disciplinarmente, poupando a expulsão a, pelo menos, um jogador visitante. Ainda assim, trabalho globalmente positivo.

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