domingo, 13 de novembro de 2011

INICIADOS A: Displicência castigada com empate

SC Beira-Mar, 2 - AD São Romão, 2
(2-0, ao intervalo)

A equipa de iniciados do SC Beira-Mar cedeu, de uma forma surpreendente, um empate caseiro diante do São Romão, penúltimo classificado da série C do campeonato nacional. Trata-se de um resultado que estava completamente fora de todas as cogitações, mesmo as dos mais pessimistas, tendo-se revelado ainda mais inesperado pelo facto de a formação de João Amaral ter chegado ao intervalo já com uma vantagem de 2 golos. Nestes casos, costuma dizer-se que aconteceu futebol, mas, no jogo em apreço, as razões estão para além desse lugar comum e resultaram de uma atitude displicente dos auri-negros, que, com tantas facilidades verificadas no primeiro tempo, resultantes da diferença de valor entre as equipas em confronto, menosprezaram o adversário e jogaram como se a vitória fosse um dado adquirido e pudesse ser conquistada apenas pelo emblema da camisola. Que este jogo sirva de lição para o futuro, que os atletas tenham aprendido que todos os adversários têm de ser respeitados e que a melhor forma de o fazer é jogar sempre perto dos limites, disputando cada lance como se do último se tratasse.
Sob a arbitragem do Sr. António Alves, da AF Porto, que realizou um bom trabalho, a equipa do Beira-Mar apresentou-se com:
João Pedro (gr); Miguel (Rafa, int), Nuno Silva, Ricardo Mango e Bruno Matos (Rui Ladeiro, 65'); João Neves (cap), Nuno Regêncio e Nuno Aparício (Ramon, 59'); João Gonçalves (Lane, int), André Santos e Manú (Marcos).
Suplentes não utilizados: Diogo (gr) e Gi.
A primeira parte foi um jogo de sentido único e em que o principal adversário dos aveirenses foi o estado do terreno, fortemente ensopado pela chuva forte que caiu durante largos espaços deste período. Logo aos 4' Manú ganhou na insistência, isolou-se mas atirou para uma defesa pouco ortodoxa, feita com a perna, do guardião serrano. Foi o aviso para o primeiro golo, que surgiu no minuto seguinte por João Gonçalves, que aproveitou uma defesa para a frente do guarda-redes do São Romão, após centro da direita de André, para atirar para o 1-0.
A chuva não dava tréguas, mas o mais difícil parecia estar feito, até porque o adversário dos auri-negros dava mostras de uma grande fragilidade. Aos 15', na sequência de uma boa jogada de ataque do Beira-Mar, a bola chega a André, que desvia do guarda-redes, mas vê o golo ser negado pela... lama, que prendeu caprichosamente a bola.
O jogo continuava a ser jogado no meio campo do São Romão, mas o ritmo era demasiado lento e esta aparente falta de ambição, aliada ao mau estado do relvado, proporcionavam um espectáculo pobre de assistir. Só aos 26' voltou a haver alguma emoção, no seguimento de um canto curto na direita, com 3 jogadores auri-negros a aparecerem soltos ao segundo poste sem que qualquer deles tivesse aproveitado a ocasião. No entanto, no minuto imediato, após um bom trabalho na zona da meia-lua, João Gonçalves rematou cruzado, fora do alcance do guarda-redes e elevou para 2-0, fazendo crer que a vitória já não fugiria e que a goleada seria questão de tempo.
Continuando num ritmo pausado, o jogo seguia para o final do primeiro tempo, com João Pedro, aos 29', a sujar o equipamento, arrojando-se ao solo para segurar uma bola lançada em profundidade e André, aos 34', de cabeça, a estar muito perto do terceiro golo após a marcação de um pontapé de canto.
Várias substituições ao intervalo, rotação normal do plantel, num jogo que tinha tudo para ser tranquilo e terminar num resultado robusto. Só que a atitude não era a melhor, apesar de Marcos, aos 42', poder ter aumentado a contagem, ao aproveitar uma bola largada pelo guardião contrário, que, depois, emendou o erro e desviou o remate para canto.
Aos 48', aconteceu o tónico que era necessário dar à débil equipa do São Romão para que eles acreditassem que, afinal, do outro lado estava um gigante com... pés de barro. Uma bola despejada na área auri-negra bate no solo, ganha velocidade e vai ao braço de Bruno, surpreendido com a trajectória da bola. Lance que o árbitro entendeu passível de grande penalidade e cuja decisão temos de aceitar. O jogador do São Romão encarregado da marcação do castigo máximo não vacilou e reduziu para 2-1, lançando uma réstia de esperança numa recuperação que, mesmo assim, estava longe de se poder imaginar.
Este era, de facto, o início do castigo para a displicência com que a equipa auri-negra jogava, sobretudo agora, durante a segunda parte. O golpe de teatro aconteceria pouco depois, aos 51', com os serranos a perderem o respeito pelos donos do terreno e a encetarem uma jogada pela direita, que terminou num remate cruzado que ultrapassou o guardião João Pedro. A bola, novamente presa pela lama à boca da baliza, seria, no entanto, empurrada por outro jogador do São Romão, que confirmou o 2-2 perante uma gritante passividade da defensiva local.
Tocaram as buzinas de alarme, mas, como geralmente acontece nestas situações, passou a ser o coração a comandar a actuação dos aveirenses e a falta de discernimento, agravada pelas dificuldades acrescentadas pelo mau estado do relvado, não permitiram grandes veleidades à formação de João Amaral. Marcos, aos 54', aproveita um ressalto, mas cabeceia ao lado da baliza e o mesmo jogador, aos 60', isolado por André, remata contra o corpo do guarda-redes, naquelas que foram as melhores ocasiões para desempatar a partida a favor dos auri-negros.
O jogo terminaria com este resultado, que foi a surpresa da jornada, castigo merecido para quem tinha tudo para ganhar tranquilamente, mas que achou que os golos apareceriam sem muito trabalho, e um justo prémio para quem soube aproveitar as oportunidades que teve e fez das suas fraquezas forças.
Falta ainda muito campeonato e tempo mais do que suficiente para arrepiar caminho e jogar com a atitude que o emblema do Beira-Mar exige. A resposta vai ser dada já no próximo jogo, estamos em crer. Vamos a isso, rapazes!

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