sábado, 28 de janeiro de 2012

JUNIORES A: Empate com consequências atenuadas

SC Beira-Mar, 2 - SC Sabugal, 2
(0-1, ao intervalo)

A história quase se repetia! O SC Beira-Mar recebia o último classificado da série B do campeonato nacional de juniores da 2ª divisão para um jogo de importância crucial, tendo em vista os objetivos perseguidos pelos auri-negros de qualificação para a fase de subida. A confiança era grande mas, na memória de todos, estava bem presente a derrota da temporada passada sofrida em casa contra o Gouveia, que seguia também na cauda da tabela e que deitou por terra o apuramento desejado pelos aveirenses.
Desta feita foi o Sabugal a complicar a vida à equipa orientada por António Luís e apenas no tempo de compensação Ricardo Figueiredo, na transformação de uma grande penalidade, garantiu para a sua equipa um empate (2-2) que minimizou os estragos, que poderiam ter consequências irreversíveis. Com efeito, esta divisão de pontos com uma equipa claramente inferior mas que defendeu com tudo e que poderia resultar num verdadeiro "tiro" no próprio pé, transformou-se num pecúlio suficiente para guindar o Beira-Mar ao 3º lugar isolado, partindo, por esse facto, para a última jornada da 1ª fase a depender apenas de si mesmo para garantir, em Lourosa, o apuramento direto. Para tanto contribuíram a não menos surpreendente derrota do Tourizense, (0-3) em casa contra o Académico de Viseu, e o nulo entre Paredes e Padroense.
No estádio Mário Duarte, em tarde de um inverno primaveril, o Beira-Mar apresentou-se com:
Samuel (gr); Leandro (Manuel Guedes, 62'), Mika (cap), Rui Santos e Francisco (Pité, int); Balacó, Mathieu, Bruno João e Ricardo Figueiredo; Cassamá (Nanu, int) e Marc.
Suplentes não utilizados: Cirineu (gr), Xavi, Diogo Carvalho e Manuel Martins.
O Beira-Mar começou logo, desde o início do jogo, por sentir as dificuldades que o "autocarro" do Sabugal, constituído por várias linhas de jogadores, todas atrás da bola, lhe iria proporcionar. Remates de longe (Marc, aos 6', à figura) e bolas paradas (cabeça de Mathieu ao lado, aos 12', após canto) eram as armas escolhidas para combater a estratégia do adversário e a falta de inspiração para utilizar outros meios. Ainda assim, aos 20', Bruno João dispõe de uma grande oportunidade de golo, na sequência de cruzamento da esquerda de Marc, surgindo à boca da baliza a rematar contra o guarda-redes, que segurou à segunda.
Perante a muralha formada, que mais parecia o castelo do Sabugal, só mesmo as bolas paradas para causar algum perigo e Marc, por duas vezes, leva novamente o perigo à baliza contrária. Aos 21', após canto, surge solto na área a rematar contra uma floresta de pernas e, aos 25', na marcação de um livre frontal, põe à prova o guardião raiano, que defendeu com dificuldade para a frente, sem que ninguém tivesse aproveitado o ressalto.
Perante esta incapacidade aveirense, o Sabugal, de vez em quando, ia tentando a sua sorte e, aos 31', na sequência da marcação de um pontapé de canto, foi mesmo Cassamá a salvar o golo sobre a linha. Foi o aviso para o imprevisível golo forasteiro, alcançado aos 41' através de um remate seco, cruzado, desferido à entrada da área que mandou as equipas para o intervalo com um improvável, à partida para este jogo, 0-1.
O Beira-Mar tinha um enorme problema para resolver na segunda parte, fez 2 alterações ao intervalo, mas a tarde era de desacerto e alguma desinspiração, patenteada num lance, logo aos 49', em que Mathieu faz um drible a mais na área e perde a oportunidade de remate. No minuto seguinte, na marcação de um livre lateral, Samuel quase é surpreendido e tem de se aplicar para evitar um "escândalo" ainda maior.
Com um jogo quase de sentido único mas que se revelava improfícuo, os auri-negros chegaram ao empate, aos 54', de um modo algo feliz, já que o cruzamento de Ricardo Figueiredo, após jogada pela direita, encontra à boca da baliza as pernas de um adversário que introduz a bola na própria baliza.
Embalados pelo 1-1, os aveirenses quase se adiantavam no marcador pouco depois, aos 57', quando Rui Santos remata às malhas laterais, após marcação de um canto na esquerda.
Aos 59', aconteceu o momento que poderia ter sido a chave deste jogo, quando Mathieu é claramente derrubado na área e a juíza viseense, Sra. Catarina Araújo, manda jogar. Se uma mão na primeira parte, e uma queda de Nanu, já na etapa complementar, ambos os lances na área do Sabugal, tinham tido o nosso benefício da dúvida, aqui não há dúvidas nenhumas para apontar um erro crasso à juíza da partida.
E depois de Manuel Guedes, aos 62', na primeira vez que interveio no jogo, ter falhado à boca da baliza, na sequência de canto na direita, a hipótese de colocar o Beira-Mar em vantagem, foram os forasteiros, aos 67', num contra-ataque pela direita, a adiantarem-se no marcador e a fazerem o 1-2 com a bola a ser desviada para a baliza deixada deserta pela saída de Samuel.
A tarefa complicava-se para os lados da casa, e previa-se muito difícil ultrapassar, em simultâneo, a cerrada defesa do Sabugal, a tarde de desacerto dos nossos criativos e alguma falta de sorte. Esta começou a revelar-se, aos 84', numa bola no poste de Manuel Guedes, num canto quase direto. Este nosso avançado esteve, aliás, em foco na parte final da partida e pertenceram-lhe a ele duas das mais flagrantes ocasiões de golo de toda a partida, não concretizadas porque a "estrelinha" anda arredada da companhia deste jogador. Em cima do tempo regulamentar e no segundo minuto de compensação, dois excelentes golpes de cabeça deste ponta-de-lança só não deram golo por manifesta infelicidade e, também, por algum mérito do guarda-redes do Sabugal. Quando já todos esperavam o desfecho negativo, decorria o penúltimo minuto de compensação, a Sra. Catarina Araújo aponta a marca de grande penalidade por carga pelas costas sobre Manuel Guedes, que Ricardo Figueiredo aproveitou para amenizar os estragos e fixar o resultado final num 2-2 que já poucos esperavam.
Apesar de tudo, esta equipa depende apenas de si e agora resta-lhe vestir o fato-de-macaco e ir ganhar a Lourosa.

Sem comentários: