domingo, 15 de abril de 2012

JUNIORES A: Vitória brilhante não chegou para a subida

FC Paços Ferreira, 0 - SC Beira-Mar, 2
(0-1, ao intervalo)

Com um golo em cada parte do jogo (e que golos!), a equipa de juniores do SC Beira-Mar garantiu ontem, no campo de treinos do estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira, a sua primeira vitória na fase de subida do campeonato nacional da 2ª divisão. Foi um triunfo inteiramente justo, alicerçado numa excelente partida realizada pela formação aurinegra, que se mostrou superior ao seu adversário. Se o segredo para o êxito foi o coletivo, merecem destaque os golos obtidos por Marc e Nanu, que se tornaram as figuras do jogo.
Pese embora a magnífica vitória, obtida sobre um adversário que já tinha garantida a subida de divisão, o resultado registado no outro jogo do grupo (Académica-Tourizense, com vitória dos visitados, por 5-3) inviabilizou o objetivo dos aveirenses de militarem no escalão maior da categoria na próxima temporada. Foi o lado triste de uma vitória alcançada por uma equipa que provou, mais uma vez, ter qualidade de sobra para estar entre os melhores. O sonho ficou adiado.
Sob uma excelente arbitragem do juiz bracarense, Sr. João Costa, António Luís ordenou a seguinte equipa:
Samuel (gr); Nanu, Xavi, Mika (cap) e Leandro; Balacó, Mathieu, Bruno João e Ricardo Figueiredo (Manuel Guedes, 85'); Cassamá (Pité, 58') e Marc (Ricardo Tavares, 74').
Suplentes não utilizados: Cirineu (gr), Rui Santos, Diogo Carvalho e Manuel Martins.
Com o vento, por vezes forte, a favor, o Beira-Mar entrou muito bem no jogo, tomando a iniciativa do mesmo e lançando vários avisos à integridade das redes pacenses. Marc, aos 2', com remate por cima, Bruno João, aos 7', com disparo em posição frontal à figura do guarda-redes e Ricardo Figueiredo, aos 9', com um remate cruzado da direita, desviado por um defesa para as malhas laterais, diziam bem das intenções que traziam os aurinegros até à Mata Real. Os donos da casa apenas aos 13' deram o seu primeiro sinal de perigo, com um disparo feito de fora da área a passar perto do poste esquerdo da baliza de Samuel.
Mas eram os aveirenses que mandavam no jogo e, aos 17', dispuseram mesmo de uma flagrante oportunidade para inaugurar o marcador. A jogada desenrola-se pela esquerda, com um excelente cruzamento de Marc para a área, onde surgiu Ricardo Figueiredo, em posição frontal, a rematar de primeira, sem deixar a bola cair, fazendo-o, contudo, na direção das mãos do guardião pacense.
Foi, pois, com inteira justiça que, aos 19', o Beira-Mar se adiantou no marcador. E que golo, senhores! Um disparo de Marc, a cerca de 35 metros da baliza, na execução de um livre direto, fez entrar a bola ao ângulo superior esquerdo, no cantinho onde as "corujas dormem", como dizem os brasileiros. Um golo digno de figurar nos melhores compêndios dos marcadores de livres.
Com o 0-1 de vantagem, os aurinegros privilegiaram, a partir daí, a posse e gestão de bola, nunca dando qualquer veleidade aos donos do terreno para que as redes de Samuel fossem verdadeiramente postas em perigo, chegando-se ao intervalo com um resultado que, eventualmente, só pecaria por escasso.
No segundo tempo, a jogar contra o vento, os aveirenses estavam à espera de uma natural reação dos pacenses, que estavam em clima de festa pela subida à 1ª divisão e não a quereriam ver estragada. Mas foram do Beira-Mar as duas primeiras grandes oportunidades de golo da etapa complementar e que, a terem sido concretizadas, tornariam muito mais difícil a recuperação dos jovens "castores". Logo aos 46', Cassamá ganha em velocidade pela direita, entra na área e dispara sem a direção desejada. Pouco depois, aos 50', Marc não consegue emendar, por muito pouco, à boca da baliza, um cruzamento rasteiro da direita de Ricardo Figueiredo, perdendo-se mais uma soberana hipótese de ampliar o marcador.
Entrou-se, depois, na fase de maior pendor ofensivo do Paços de Ferreira, cabendo-lhe então a iniciativa do jogo, à qual respondia o Beira-Mar com uma boa organização defensiva, da qual se relevam o espírito de entreajuda e a grande disponibilidade por todos demonstrada. Mas o domínio pacense resumiu-se a muita parra e pouca uva, e só por uma vez, aos 57', o espectro do empate pairou, quando o inconformado "capitão" adversário foi lá à frente para finalizar com um remate devolvido pela barra da baliza defendida por Samuel.
Passada a meia-hora de algum aperto, os últimos 15 minutos foram de autêntica consagração para os aurinegros, que deram mostras de possuir um futebol de grande qualidade e acabaram a mandar no jogo. Aos 79', este poderia ter sido sentenciado, quando, após uma excelente jogada de ataque dos aveirenses, Ricardo Figueiredo recebe na área, fica na cara do guarda-redes, que contorna, rematando, depois, às malhas laterais, quando tinha a baliza desguarnecida. No minuto seguinte, Nanu (que grande jogo realizou este miúdo!), fica na cara do guarda-redes, mas rematou fraco para as suas mãos e continuou a alimentar a incerteza quanto ao vencedor. O mesmo Nanu, com energia para dar e vender, aos 83' volta a estar cara a cara com o guardião da casa, mas depois de o ladear atira fraco e permite que seja um defesa a evitar o golo, que já se festejava.
E foi já no terceiro minuto dos 4 de compensação dados pelo árbitro que, com todo o merecimento, para a equipa e para o jogador, surgiu o 0-2 que confirmou uma vitória justa, numa jogada que Nanu iniciou no nosso meio-campo e finalizou com um "chapéu" ao guarda-redes do Paços de Ferreira, que entrou na baliza junto com a bola.
Embora o objetivo da subida não tenha sido conseguido esta época, a equipa está de parabéns pela época que tem realizado (falta ainda uma jornada) e a qualidade que jogadores desta estirpe demonstram fazem-nos acreditar que o futuro será risonho.

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