sábado, 14 de novembro de 2009

INICIADOS B: Aveirenses perdulários sofrem derrota caseira


SC Beira-Mar, 2 - UD Oliveirense, 3
(1-1, ao intervalo)

Já se sabia, a justiça não existe no futebol! Mandam, única e simplesmente, os golos marcados. Não interessa o ascendente territorial, o domínio do jogo, a maior posse de bola ou o número de oportunidades de golo criadas. Conta a eficácia ofensiva e no final, como diria Monsieur de La Palisse, ganha quem marca mais golos.
A equipa B de iniciados do SC Beira-Mar perdeu hoje de manhã, no campo de treinos do Estádio Mário Duarte, uma oportunidade soberana para somar mais três pontos e subir posições na tabela classificativa, diante de um adversário que luta pelos mesmos objectivos dos aveirenses e que hoje se mostrou perfeitamente ao seu alcance. O resultado, no entanto, foi um castigo excessivo para os jovens auri-negros, que tudo fizeram para vencer este jogo, já que foram superiores em toda a linha ao seu adversário de hoje, falhando apenas na concretização, onde se mostraram bastante perdulários, em contraste com os oliveirenses que mostraram ser muito eficientes e souberam aproveitar bem os erros dos da casa.
João Amaral fez alinhar para este encontro:
Leo (GR); Luís (cap) (Pedro Aparício, int.), Bruno Reis (Vieira, 56'), Samuel (Fábio, int.) e Filipe; Zazu, Sérgio e Tiago Ramalho (Jonnhy, 49'); Tiago Gomes (Joel, int.), Sousa e Jorge.
Suplentes não utilizados: Canha (GR) e Nuno Abreu.

O Beira-Mar entrou claramente melhor no jogo e cedo começou a criar oportunidades para abrir o marcador. Logo no 1º minuto Tiago Gomes ameaçou pelo lado direito mas o centro saiu-lhe mal. Aos 5´é Sousa que oferece o golo a Tiago Gomes mas o avançado auri-negro perde a oportunidade. No minuto seguinte Tiago Gomes liberta-se do seu marcador e centra, do lado esquerdo, para Jorge falhar inexplicavelmente ao 2º poste, com a baliza à sua disposição e o guarda-redes fora da jogada. Faltou convicção ao jovem avançado auri-negro, que se deslumbrou com tamanha facilidade.
Foi claramente contra a corrente do jogo que a equipa de Oliveira de Azeméis se adiantou no marcador, aos 11' de jogo, através de Marcelo que, em jogada de contra-ataque, foi mais forte que o seu marcador e atirou para o 0-1, à saída de Leo, com a bola a bater ainda no poste antes de entrar. Falava-se em injustiça no marcador, mas também houve quem lembrasse que quem não marca arrisca-se a sofrer. E os forasteiros até poderiam ter ampliado a vantagem, pouco tempo depois, aos 16', quando na sequência da marcação de um livre a bola é cabeceada à barra da baliza de Leo.
O Beira-Mar tinha acusado um pouco o golo, mostrava-se ainda mais ansioso e a prova disso foi uma jogada, aos 18', com Tiago Gomes a cair após se ter isolado, perdendo a oportunidade de igualar a partida. Aos 21', o mesmo Tiago Gomes protagoniza uma fuga pela direita, que termina num cruzamento não aproveitado por Sousa que, em excelente posição, rematou fraco para defesa do guarda-redes visitante em cima da linha fatal. Aos 25', Jorge bate um pontapé livre e, no meio da confusão, na pequena área, não aparece ninguém capaz de empurrar para dentro da baliza. Até que, finalmente, aos 34' o Beira-Mar chegou ao mais que merecido empate. A jogada é toda de Tiago Gomes que pega a bola na intermediária e, pela esquerda, liberta-se da marcação de vários adversários para rematar cruzado à saída do guardião forasteiro e fazer entrar a bola na baliza. Já em período de compensação, a Oliveirense viu-se reduzida a 10 unidades por expulsão de um jogador que viu o cartão vermelho directo, após protestos à amostragem de um cartão amarelo pelo árbitro da partida que, mais uma vez, quis ser o protagonista do espectáculo. Com o 1-1 chegava o intervalo, resultado que não ilustrava a superioridade auri-negra durante os primeiros 35' e se mostrava demasiado lisonjeiro para os oliveirenses.
A 2ª parte começou, praticamente, com mais uma jogada de grande perigo para a baliza da Oliveirense. Logo no 1º minuto Pedro Aparício cruza para a baliza e Sousa não corresponde da melhor maneira. Mas estava escrito que, neste jogo, seria o Beira-Mar a correr sempre atrás do prejuízo. Aos 5', a Oliveirense adianta-se de novo no marcador, um golo saído do nada, apenas da decisão de Teixeira, em posição frontal mas muito longe da baliza, que rematou forte, fazendo a bola entrar rente à barra, por cima da cabeça do nosso pequeno Leo, que nada podia fazer para evitar o 1-2.
Ainda que, passados 2 minutos, Sérgio pudesse ter empatado (falhou golo fácil, ao 2º poste, após boa jogada colectiva que terminou com cruzamento de Jorge), os aveirenses acusaram este segundo golo, seguindo-se um período de futebol incaracterístico, onde predominou mais o lance individual e a equipa parecia falhar. E faltava, também, um pouquinho de sorte. Aos 18', Sousa marca um livre e Pedro Aparício, oportuno, desvia a bola para a baliza, mas vê-a devolvida pelo poste. O domínio continuava a ser da equipa da casa que, beneficiando também da vantagem numérica nesta 2ª parte, empurrava a equipa de Oliveira de Azeméis para o seu último reduto, de onde só saía, de quando em vez, espreitando o contra-pé aveirense. Este porfiar aveirense deu resultados, aos 22', numa jogada começada em Pedro Aparício, que abriu na esquerda em Filipe, com este a devolver a bola ao pequeno médio ofensivo de Aveiro, que se isolou, ladeou o guarda-redes e atirou para a baliza deserta. O 2-2 era um justo prémio, mas ainda insuficiente para os objectivos da equipa para este jogo e para tudo aquilo que até aí se tinha passado em campo. Empolgados com o empate os auri-negros tiveram, no minuto seguinte, por Joel, soberana hipótese de se adiantarem pela 1ª vez no marcador, mas o avançado beiramarense, no um contra um com o guarda-redes deixou-se bater por este. Igual oportunidade teria Sousa, por duas vezes, em lances a papel químico, aos 27' e 31'. Em ambas as jogadas o avançado do Beira-Mar aparece isolado, descaído um pouco sobre a direita, e atira ao lado da baliza contrária. O sentimento era já de frustração pelo resultado que o marcador registava face a tantas oportunidades perdidas mas, para que as coisas piorassem, só faltou mesmo o 3º golo da Oliveirense, obtido quando passavam já 2 minutos para lá dos 70 regulamentares. A jogada, claro, foi de contra-ataque, após uma perda de bola (em falta?) em zona proibitiva, com o cruzamento largo da direita a ir ao encontro da cabeça do pequeno e rápido Rena que apanhou Leo em contra-pé e fez o imerecido 2-3.
A equipa perdeu com algum sabor àquela injustiça em que o futebol é fértil e, por isso mesmo, não pode desanimar, nem deixar-se abater por este resultado inglório. Têm que saber dar a volta e esperar que, da próxima vez, a felicidade esteja do nosso lado. Temos é de a procurar, com alegria, vontade de jogar, empenho e sem amuos ou frustrações.
O árbitro da partida, velho conhecido destas andanças, esteve ao seu melhor nível, isto é, conseguiu ser o protagonista do jogo e complicar aquilo que os atletas, de ambas as equipas, sempre facilitaram. Mas não foi por ele que o Beira-Mar perdeu o jogo...

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