segunda-feira, 29 de março de 2010

INICIADOS A: Esperanças ruíram em 5 minutos!

SC Beira-Mar, 1 - FC Porto, 5
(1-3, ao intervalo)

Ponto prévio: a vitória do FC Porto não sofre nenhuma espécie de contestação, foi justa e premeia a melhor equipa em campo. Os "azuis-e-brancos", já se sabia, constituem uma equipa fortíssima, candidata ao título de campeão nacional e têm argumentos técnicos e físicos difíceis de ultrapassar por adversários que lutam por objectivos condizentes com com as limitações próprias dos mais "pequenos". Mas a diferença verificada no marcador custa a aceitar-se, é mesmo um castigo exagerado para uma equipa que tem feito uma época excelente e, se é certo que esse desnível resultou de incidências próprias de um jogo de futebol, não deixa de ser verdade que não é muito comum a conjugação tão desfavorável que se verificou. "Oferecer" 3 golos em 5 minutos (!) apenas, durante o primeiro tempo e jogar (outra vez) com 10 elementos praticamente toda a segunda parte (expulsão de Pedro Salgado aos 44'), são vantagens que uma equipa como o FC Porto não necessitava e que deitaram por terra qualquer veleidade por parte dos aveirenses. A equipa sabia, desde o início, que teria de estar ao seu melhor nível, sem falhas, para poder aspirar a um brilharete diante dos jovens "dragões". Mas, quando não podia falhar, foi quando os erros mais aconteceram. Foi pena, já que oportunidades como estas não acontecem muitas vezes nas carreiras da maioria destes jovens, mas a vida continua e ninguém pode tirar o mérito ao que os nossos brilhantes atletas fizeram esta época. E faltam, ainda, disputar 4 jogos. Nota para o magnífico golo obtido por Tiago Gomes (o melhor do encontro) e, pela negativa, para a expulsão (duplo amarelo) de Pedro Salgado, que estará privado do próximo jogo em Braga.
Sob uma boa arbitragem do Sr. Luís Ramos, da AF Viseu, as equipas apresentaram-se, no Estádio Mário Duarte, com as seguintes formações:
SC Beira-Mar: Hugo (gr); Diogo H. Carvalho, Pedro Salgado, André Silva e Ruben Marques; João António (Pedro Aparício, int), Diogo M. Carvalho e Rafa (cap); Tiago Gomes (Duílio, 67'), Henrique e Ricardo Tavares (Gui, 44').
Suplentes não utilizados: André Fernandes (gr), Tiaguinho, Joel e Zazu.
FC Porto: José Carlos (gr); João Oliveira, Tomás, Marcelo e Rafael (Rui André, 34'); Vítor (cap), Francisco Ramos (João Santos, 57') e Graça; Raul (Caminata, 47'), Cardoso e Francisco Costa.
O Beira-Mar entrou bem no jogo, sem medo, embora cedo se começasse a ver que, do outro lado, se encontrava uma senhora equipa, recheada de jogadores de elevada capacidade técnica e de um colectivo onde a circulação de bola se fazia de modo quase automático, revelador de que os processos do jogo devem ser treinados até à exaustão. Mas a primeira e grande oportunidade de golo pertenceu mesmo ao Beira-Mar, consequência da sua boa entrada em jogo. Estavam decorridos 5' de jogo, quando uma boa triangulação a meio-campo, permite a Ricardo Tavares um passe rasgado, pelo meio, a isolar Rafa, que, com José Carlos pela frente, se precipitou no remate, atirando ao lado. Servem de atenuantes o facto de levar um adversário no seu encalço e de o disparo ter sido feito com o pé esquerdo. O FC Porto passou a ter, naturalmente, maior posse de bola, mas a equipa auri-negra lá ia dando conta do recado, tendo cedido, apenas, dois pontapés de canto, mas sem que se tivesse verificado nenhuma oportunidade para concretizar por parte dos portistas.
Até que se chegou ao momento "fatídico" do encontro e que se viria a revelar decisivo, entre os 15' e 20', com três desatenções defensivas que resultaram em outros tantos golos para os visitantes. O 0-1 resulta de um cruzamento a meia altura, do lado esquerdo do ataque do Porto, tendo a bola passado toda a frente da baliza, aparecendo ao segundo poste Raul, que se antecipou a Ruben, a encostar, de cabeça, para o fundo das redes. Passados dois minutos, na sequência da marcação de um pontapé de canto, a bola ressalta na área aveirense, a nossa defesa não foi lesta a aliviar, tendo colocado a bola no pé direito de Francisco Ramos, que, mesmo rematando fraco, conseguiu fazer o 0-2. A equipa acusou em demasia a desvantagem no marcador e cometia erros sucessivos. Aos 20', em mais uma desatenção, que permitiu um cruzamento, à vontade, desta vez do lado direito, Cardoso eleva-se na área e, de cabeça, atira para o 0-3. Com todos estes contratempos, devastadores do ponto de vista anímico, a equipa aveirense ainda foi capaz de reduzir para 1-3, aos 27', numa excelente jogada individual de Tiago Gomes, que passou por vários adversários e rematou rasteiro, fora do alcance do guardião José Carlos, alcançando aquele que foi, sem dúvida, o melhor golo da partida.
A primeira parte terminaria sem que o FC Porto tivesse perdido uma oportunidade de golo que fosse. A vantagem no marcador, apesar do bom futebol que apresentou, em termos de posse e circulação de bola, resultava das desatenções defensivas da equipa auri-negra e de uma eficácia completa ao nível da finalização.
A segunda parte fica marcada pelo lance ocorrido logo aos 44' de jogo. Pedro Salgado, que já vira (justamente) um primeiro cartão amarelo dois minutos antes, voltou a ser admoestado pelo Sr. Luís Ramos e abandona o terreno de jogo. Do livre, que esteve na origem da expulsão do nosso seguro defesa central, haveria de resultar o 1-4, com Hugo a ficar mal na fotografia, já que o remate fraco e rasteiro de Vítor era perfeitamente defensável. Os "azuis-e-brancos", que nesta fase do jogo já faziam notar também elevados índices físicos, colocando imensas dificuldades aos nossos atletas, que iam no sentido inverso, agradeceram mais esta "dádiva" e ficaram como peixe na água. Em vantagem numérica, com o desfecho do jogo resolvido e fazendo alarde da sua superioridade (agora sobretudo física), a equipa do FC Porto passou a criar mais perigo, construindo algumas jogadas que poderiam ter dado golo, mas que foram desperdiçadas (51' e 62'). O marcador só voltaria a funcionar, aos 53', da marca de grande penalidade, castigando derrube de Gui a um adversário, que Vítor transformou no definitivo 1-5, não dando quaisquer hipóteses de defesa a Hugo.
O Beira-Mar, nesta 2ª parte, apenas no início deu alguns indícios de reacção, mas com tantas contrariedades que aconteceram, à medida que o tempo avançava, mais descansado foi deixando o guarda-redes do Porto, José Carlos.
Resta agora à equipa recuperar a sua auto-estima (afinal perdeu apenas 3 pontos e em circunstâncias que dificilmente se repetirão), continuar a treinar seriamente, para enfrentar os 4 jogos que faltam e onde coisas bonitas poderão ainda acontecer. Lembram-se de Belém? E da 1ª fase? Então, vamos lá!

1 comentário:

Anónimo disse...

E foi assim iniciados do beira-mar. Toda a gente esperava umpouco mais, mas não percam a esperança que ainda vão fazer história. Não se esqueçam, a palavra sucesso só vem antes so trabalho no dicionário.
Força!!