Foi com um sentimento de alguma frustração para a comitiva aveirense, que terminou empatado o jogo de abertura da 2ª fase do campeonato nacional de iniciados, disputado ontem de manhã no campo nº 3 do Estádio do Restelo, em Lisboa. À partida, empatar no terreno da equipa que, na sua série, apenas fora batida por Benfica e Sporting, tendo mesmo averbado uma vitória frente aos encarnados, poderia ser considerado um resultado positivo, mas as incidências da partida mostraram que a vitória assentaria que nem uma luva à formação auri-negra, que tudo fez por merecer os três pontos da vitória, que muito injustamente lhe fugiu. A jogar praticamente toda a partida reduzida a 10 unidades (João Rafael foi expulso aos 5 minutos de jogo), a formação de Alberto Raínho realizou uma exibição plena de personalidade e vulgarizou, com o futebol apresentado no Restelo, a equipa da Cruz de Cristo. O Beira-Mar, à excepção dos primeiros 10 minutos da 2ª parte, controlou sempre as operações, impondo o respeito ao seu adversário, realizando uma exibição onde o bom futebol praticado andou de mão dada com a raça, o querer, a vontade de lutar e vencer, a solidariedade e o espírito de sacrifício. A equipa funcionou como um todo e lutou até à exaustão para vencer o encontro e só por manifesta falta de sorte (2 bolas no poste e outras boas oportunidades perdidas) não o conseguiu. Foi pena, mas a sorte que nos faltou ontem, haverá de nos acompanhar noutros jogos. Assim estes heróis lutem com a mesma vontade e façam, como fizeram neste jogo, do colectivo a sua principal arma.
Sob a direcção do Sr. Nuno Campos, da AF Setúbal, que realizou, no geral, um bom trabalho (no lance da expulsão de João Rafael poderia ter-se ficado pelo cartão amarelo), as equipas apresentaram:CF Belenenses: Patrick Costa (gr); Tomás Silva, Bruno Sales, Nuno Tomás e Rui Casanova; Francisco Duarte, Miguel Mesquita e Meirinhos; Gonçalo Gregório (Wesley Alves, int), João Silva (Paulo Antunes, 57') e André Giorgi (Bruno Dias, int).
SC Beira-Mar: Hugo (gr); Ruben Marques, Pedro Salgado, João Rafael e João António; André Silva, Diogo M. Carvalho e Rafa (cap); Ricardo Tavares (Pedro Aparício, 69'), Henrique (Joel, 59') e Tiago Gomes.
Suplentes não utilizados: André Fernandes (gr), Diogo H. Carvalho, Bruno Filipe, Duílio e Gui.
O Beira-Mar foi a equipa que melhor entrou no jogo, impondo grande intensidade ao mesmo e encostou o Belenenses às suas linhas mais recuadas. O primeiro remate do jogo pertenceu ao Beira-Mar e a Tiago Gomes, mas o disparo do extremo auri-negro, aos 3', saiu ao lado da baliza de Patrick. Foi, pois, contra a corrente do jogo, que, aos 5', a equipa da casa viria a beneficiar da marcação de uma grande penalidade. A equipa de Belém, encostada à sua baliza, era obrigada a despejar as bolas para a frente e, num desses lances, a bola é "penteada" por um defesa auri-negro, isolando o avançado Gonçalo Gregório, que, já dentro da área, é desarmado em falta por João Rafael. O Sr. Nuno Campos ordenou de imediato a marcação do castigo máximo e, muito severamente, mostrou o cartão vermelho ao central aveirense. Encarregado da marcação do penalti, o mesmo Gonçalo Gregório rematou para uma boa estirada e defesa de Hugo, que negou a vantagem aos "azuis". Com um jogador a menos e feitas as necessárias adaptações no xadrez aveirense, o Beira-Mar continuou a mandar no jogo, mostrando-se também uma equipa muito solidária, compensando, deste modo, a falta do colega expulso. O jogo foi sempre muito intenso, lutou-se imenso, mas quer neste capítulo, quer, sobretudo, na qualidade do futebol jogado, o Beira-Mar levou sempre vantagem. Aos 21', após iniciativa individual, Tiago Gomes desfere um bom remate, que é desviado para canto. A diferença numérica não se notava, os aveirenses apresentavam uma melhor dinâmica de jogo e dispuseram, aos 29', de uma grande oportunidade para abrir o marcador. Henrique faz uma abertura longa, na direita, em Tiago Gomes, que depois de dominar a bola, solicita, com passe atrasado, a entrada de Rafa, que disparou forte, a rasar a barra da baliza do Belenenses. Para além do lance do penalti, a equipa de Luiz Filgueira só voltaria a chegar perto da baliza de Hugo a terminar o primeiro tempo. Na marcação de um livre longo, aos 34', a bola cai nas costas da defesa do Beira-Mar, onde apareceu solto o central Bruno Sales a rematar com o pé direito, por cima da baliza aveirense.
Com duas substituições operadas ao intervalo, o Belenenses entrou melhor na 2ª parte e, os primeiros 10', foram o único período do jogo onde a bola andou mais tempo perto da baliza auri-negra. Ainda assim, não se registou nenhuma oportunidade de golo para os "azuis". As coisas rapidamente voltaram à normalidade, com o Beira-Mar a impor o seu futebol e a sua vontade de vencer, obrigando a equipa do Belenenses a um futebol directo, de pontapé para a frente. Aos 10', Tiago Gomes está muito perto do golo, mas o seu remate, efectuado em muito boa posição, dentro da área, mas com oposição de um adversário, sai ao lado do poste direito da baliza de Patrick. Este foi o primeiro lance, de uma série de oportunidades para o Beira-Mar, que poderiam ter ditado outro resultado e onde foi manifesta a falta de sorte dos rapazes de Aveiro. Senão, vejamos. Aos 11', novamente Tiago Gomes, faz uma diagonal da esquerda para o meio e desfere violento remate cruzado, que faz a bola passar muito perto do poste mais distante, com Patrick completamente batido. Aos 16' e aos 17', João António (o rei do Azar), envia a bola ao poste. No primeiro lance, na marcação de um pontapé de canto, na direita e, depois, na superior marcação de um livre directo, descaído para o mesmo lado. Só por milagre a bola não entrou. Como se ainda não bastasse, aos 18', Tiago Gomes, em esforço, ganha uma bola na direita, sobre a linha de fundo e, à saída do guardião contrário, solicita, atrasado, o remate de Ricardo Tavares, que, com Patrick fora dos postes, vê a bola ser desviada por um defesa "azul".
Não se decidiu o jogo neste período brilhante do Beira-Mar e, com as forças a faltar, o jogo foi-se desenrolando até final, sempre com grande intensidade, mas já a lutar-se mais do que a jogar e sem que se registassem mais oportunidades para fazer funcionar o marcador. Sabe, por tudo isto, a muito pouco o ponto trazido de Belém, mas ganhou-se uma equipa a jogar como nunca o tinha feito esta época ( e lembrem-se do que foi a superioridade demonstrada pelos auri-negros na 1ª fase) e, daqui para a frente, com o mesmo espírito demonstrado em Belém, tudo é possível. Parabéns rapazes!
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