domingo, 28 de março de 2010

JUNIORES A: Falsa partida!

AD Sanjoanense, 4 - SC Beira-Mar, 3
(2-2, ao intervalo)

A equipa de juniores do SC Beira-Mar não iniciou da melhor maneira a 2ª fase do campeonato nacional da 2ª divisão, tendo sido batida na sua deslocação a São João da Madeira por um tangencial, mas pouco normal, 4-3. É certo que estamos no início e nada está comprometido, mas, numa prova tão curta, de apenas 6 jornadas, este não era o resultado que todos ambicionavam para atacar a subida à 1ª divisão. O amargo de boca é ainda maior, quando se faz a análise do jogo e se conclui que foi perdida uma boa oportunidade para amealhar pontos fora de portas, já que os auri-negros foram, sobretudo na primeira parte, superiores ao seu adversário. O resultado assenta, sobretudo, na eficácia da equipa da Sanjoanense, que converteu em golos praticamente todas as oportunidades de que dispôs.
António Luís fez alinhar a seguinte equipa:
Samuel (gr); Berna, Renato, Beato e Bryan; Granja, Ricardo Frenandes (Filipe Vieira, 61') e Nuno Silva; Nilson (Nelson, 54'), Hugo Seixas (cap) e Mathieu (Igor, 81').
Suplentes não utilizados: Diogo Lopes (gr), Ibrahima, Lobo e Mika.
Após alguma indecisão inicial, a equipa do Beira-Mar foi a primeira a aparecer e a mostrar-se mais perigosa do que o seu adversário. Porém, sem que nada o pudesse prever, a Sanjoanense adiantou-se no marcador, estavam decorridos 9' de jogo. O lance tem origem num livre assinalado a meio campo, tendo a bola sido colocada na área, resultando daí um ressalto, bem aproveitado pelo nº 8 da casa, que desferiu um remate forte, a meia altura, deixando Samuel pregado ao chão. Na primeira vez que a Sanjoanense chegou à baliza, fez o 1-0, mas a desvantagem para os auri-negros ainda fez acentuar mais o seu controlo do jogo e as situações para poder chegar ao empate começaram a suceder-se. Depois de Nuno, aos 13', ter tentado a sua sorte com um remate de longe, que saiu ao lado, no minuto seguinte foi a vez de Mathieu ser desarmado no último momento, quando, isolado, se preparava para rematar. Os aveirenses insistiam e, aos 16', Nilson, numa excelente elevação, envia a bola à barra, correspondendo, com um bom golpe de cabeça, a um cruzamento de Seixas. A bola só não entrou por manifesta infelicidade, tendo, no ressalto caprichoso, dentro da pequena área, o mesmo Nilson voltado a cabecear, desta vez ligeiramente por cima da barra. Mas a justiça chegaria ao marcador pouco tempo depois, premiando a insistência do Beira-Mar e o melhor futebol que apresentava. Na sequência de um canto conquistado, aos 20', e em lance estudado, Beato faz o 1-1 com um remate forte e rasteiro, que tornou infrutífera a estirada do guardião sanjoanense. Aos 24', dando continuidade à supremacia que evidenciavam, os aveirenses, novamente na sequência da marcação de um canto, estiveram à beira de se adiantarem no marcador. Nuno bate o "corner" ao primeiro poste, solicitando uma entrada de cabeça de Mathieu, que faz a bola passar um pouco por cima da barra. O domínio auri-negro daria os seus frutos à passagem do minuto 26, momento em que o árbitro do encontro considera que um defesa da casa corta intencionalmente, com a mão, um lance em que a bola é cruzada a curta distância do infractor (fica sempre a dúvida relativamente à intencionalidade), e assinala a marca de grande penalidade. Beato é chamado à marcação, não vacila e dá a vantagem ao Beira-Mar, fazendo o 1-2 com um remate forte.
Estava dada a volta ao marcador e colocada alguma verdade nos seus números. Sentiu-se, a seguir à vantagem alcançada, que pela forma como o jogo estava a decorrer, seria mais previsível acontecer o terceiro golo para o Beira-Mar do que o golo do empate para a Sanjoanense. Mas, aos 33', aconteceu novo golpe de teatro. Num lance aparentemente inofensivo, o "capitão" e nº 7 da Sanjoanense sofre um pequeno toque no pé, dentro da área, e deixa-se cair. O árbitro do encontro, quiçá em jeito de compensação, assinalou penalti, que o mesmo jogador que sofreu a falta (?) transformou no 2-2, colocando novamente igualdade no marcador. Dois remates, dois golos, a eficácia da Sanjoanense, começava a fazer a história do jogo. O Beira-Mar, ainda assim, não se desuniu e, antes do descanso, aos 44', Hugo Seixas consegue escapar-se pela direita, faz um cruzamento rasteiro, mas quando Nilson se preparava para finalizar, a bola é aliviada por um defesa.
Era injusto o resultado verificado ao intervalo, pois o Beira-Mar dominou toda a 1ª parte, praticou melhor futebol e teve, para além dos golos obtidos, outras boas situações para concretizar. A Sanjoanense, que só fez a bola entrar na área dos visitantes através de bola parada, não criou uma única situação de golo e fez dois golos nos dois remates que desferiu à baliza de Samuel, que não fez uma única defesa.
A segunda parte foi de maior equilíbrio, resultado também de uma actuação menos conseguida pelos auri-negros, que permitiram ao seu adversário alguma posse de bola ,que não haviam tido no primeiro tempo. E, aos 9', perante a enorme passividade da equipa do Beira-Mar, o rapidíssimo nº 11 da Sanjoanense, em jogada individual, entrou como quis pelo meio da defesa aveirense e rematou para o 3-2, perante um indefeso Samuel. A equipa auri-negra sentiu esta nova desvantagem e o seu futebol deixou de ter a fluidez que se tinha verificado na primeira parte. Mesmo assim, haveria de chegar a nova igualdade, aos 16', na sequência de um pontapé de canto marcado por Nuno, na esquerda, aparecendo Mathieu, ao primeiro poste, a desviar de cabeça para o 3-3. O Beira-Mar, com este golo, subiu novamente de rendimento, voltou, por alguns momentos, a jogar outra vez bem, mas isso não evitou novo golpe, aos 28', com a obtenção, por parte da Sanjoanense, do 4-3. O golo resulta de um cruzamento da esquerda para um desvio, à boca da baliza, para o fundo das redes, perante alguma passividade do nosso sector mais recuado. O Beira-Mar ainda dispôs, pouco tempo depois, aos 32', de uma soberana ocasião para igualar de novo, mas o cruzamento de Mathieu, servido na esquerda, apenas permite a Hugo Seixas, em boa posição, cabecear para uma defesa "impossível" do guardião da casa, que detém a bola quase em cima da linha de golo. Foi o canto do cisne para a turma auri-negra, que via na frente do marcador uma equipa que tinha uma eficácia de finalização nos 100 por cento e que tinha no seu guarda-redes um elemento que praticamente não interveio no jogo (ingrata tarefa a de Samuel). A partir daqui, não mais a equipa de António Luís conseguiu chegar com perigo à baliza contrária, fosse pela perda de algum discernimento, fosse pela anulação sistemática, por parte da equipa de arbitragem, de todos os seus lances de ataque, assinalando foras de jogo que deixaram muitas dúvidas (para não dizer certezas...). O último lance de golo da partida pertenceu mesmo à Sanjoanense, aos 33', através de uma jogada de contra-ataque, pelo nº 11 da casa, que ganhou em velocidade e rematou cruzado, com imenso perigo. Nada se alterou, apenas a estatística da eficácia sanjoanense, que, com este lance, deixou de ser total.
Pelo que foi dito no texto, não gostámos do trabalho do árbitro da partida, o Sr. Daniel Cardoso, da AF Aveiro.

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