segunda-feira, 22 de novembro de 2010

JUNIORES A: Prémio e castigo

SC Beira-Mar, 1 - CD Candal, 1
(0-1, ao intervalo)

As equipas de juniores do Beira-Mar e do Candal, candidatas a um lugar na 2ª fase do campeonato nacional da 2ª divisão, para disputa da subida de escalão, irmanadas à partida para este jogo no 4º lugar da classificação da série B, defrontaram-se na tarde do último sábado, no Estádio Mário Duarte, terminando a partida com uma divisão de pontos que acaba por ser, ao mesmo tempo, um prémio e um castigo para as duas formações. O prémio é o ponto conquistado por ambos, fruto do labor desenvolvido durante o jogo pelos dois conjuntos, que procuraram sempre, sobretudo depois do resultado estar no 1-1 que seria final, chegar à vitória e aos 3 pontos. O castigo resulta dos 2 pontos perdidos, que penalizam a ineficácia demonstrada na hora da finalização, contabilizando ambas as equipas (mais a aveirense) ocasiões suficientes para chegar à vitória. Por tudo isto, o resultado acaba por se aceitar, ainda que, se um vencedor tivesse que haver, ele seria a formação treinada pelo professor António Luís.
O SC Beira-Mar apresentou-se com:
Diogo Lopes (gr); Berna (Paulo Sousa, 86'), Lobo, Renato e Bryan; Ricardo Castro, André Aranha e Filipe Vieira; Ibrahima (Cassamá, 70'), André Vaz (cap) e Sérgio Chipelo (Sílvio, 40').
Suplentes não utilizados: Cirineu (gr) e Granja.
O jogo mostrou, desde logo, estar-se em presença de duas boas equipas, mas foi o Beira-Mar que começou melhor e que deu os primeiros avisos, tendo o primeiro remate perigoso surgido, aos 11', através de Filipe Vieira, que atirou forte, mas por alto, aproveitando uma bola que sobrou para o lado esquerdo, após uma jogada de ataque aveirense, pelo lado contrário, que culminou num cruzamento de Berna para a área. Os auri-negros continuaram por cima e, aos 13', mais uma jogada pelo corredor direito, muito activo neste início de jogo, com um centro atrasado para Aranha, que remata sem deixar cair, mas pega mal na bola, que sobe em demasia. Ainda neste período de ascendente auri-negro, aos 15', Filipe Vieira está muito perto do golo, mas o seu pontapé de ressaca, desferido de fora da área, passa muito perto do poste.
E foi contra todas as expectativas, contra aquilo a que se costuma designar "corrente" do jogo, que os forasteiros chegaram à vantagem. A jogada é de contra-ataque puro, com uma abertura a rasgar na direita, muito bem aproveitada pelo jogador nº. 9 do Candal (excelente executante), que se isolou e, de ângulo fechado, "picou" a bola sobre Diogo Lopes, que lhe saiu ao caminho, anichando-a nas redes, num golo de belo efeito que colocou o marcador num imerecido 0-1.
O Beira-Mar sentiu o golo e abanou um pouco, como prova um lance, aos 20', em que se verificou uma hesitação na saída da baliza de Diogo Lopes, após um lançamento em profundidade, quase se deixando antecipar pelo jogador 11 do Candal que, por pouco, não conseguiu executar o "chapéu". Os auri-negros tinham caído, efectivamente, de produção e, nesta fase do jogo, era o Candal a equipa mais perigosa e a que melhor ligava o jogo, mostrando a tranquilidade que o golo de vantagem lhe conferira. Como corolário do que acabámos de escrever, aos 23', os gaienses estão muito perto do segundo, desta feita com o jogador nº.10 como protagonista desta boa oportunidade de golo, que resulta de uma bola ganha já dentro da grande área aveirense e termina com um remate desferido com o pé esquerdo, após evitar um adversário, que passa não muito longe do travessão da baliza defendida por Diogo.
Só aos 33' e através de uma iniciativa individual de Chipelo, o Beira-Mar conseguiu responder, quebrando a hegemonia temporária da equipa do Candal, no entanto, o extremo aveirense, após ter evitado dois adversários, em jogada pela esquerda, faz o remate já de ângulo muito fechado, proporcionando uma defesa para canto do guardião forasteiro. A primeira parte terminaria já com o Beira-Mar instalado na área do Candal, numa procura afincada do empate, que poderia ter acontecido em dois lances, já na ponta final deste período. Em cima do minuto 45 e a culminar uma boa jogada de envolvimento da equipa auri-negra, que circula a bola desde a direita até à esquerda, acabando por chegar a Ibrahima, que falha a finalização. Ainda mais flagrante foi a ocasião já em período de compensação, com o guarda-redes do Candal a negar o golo do empate com uma defesa "in-extremis" para canto, após um pontapé de ressaca desferido mesmo à entrada da área. Na sequência do canto, a bola só por milagre volta a não a entrar, com os "deuses" a protegerem o último reduto gaiense.
Se o Beira-Mar tinha acabado o primeiro tempo sufocando a extrema defesa do Candal, o período complementar principiou com um lance que poderia ter marcado o resto do desafio. Ainda não se tinha esgotado o primeiro minuto da segunda parte, quando uma falha clamorosa de Renato (acontece aos melhores) no eixo da defesa, permite ao perigoso nº. 9 do Candal isolar-se, mas, de uma forma incrível, o jogador da equipa de Vila Nova de Gaia perde o segundo golo, fazendo passar a bola milagrosamente rente ao poste direito da baliza do guardião Diogo, que nada poderia fazer.
Refeitos deste susto, os auri-negros tentavam o que tinham de fazer, isto é, chegar ao golo do empate. E, aos 52', foi a vez dos aveirenses falharem, inacreditavelmente, esse desiderato. O lance é todo construído por André Aranha, pelo lado esquerdo, numa soberba iniciativa individual em que passa por todos os adversários que lhe surgiram ao caminho, acabando por dar atrasado para a boca da baliza, para uma finalização que se adivinhava simples, mas nem Ibrahima (meu Deus!), nem Filipe Vieira conseguiram fazer o mais fácil.
O Candal já se tinha revelado uma equipa muito perigosa nas transições rápidas e, aos 63', mostraram mais uma vez isso mesmo, com o nº. 9, sempre ele, a ser servido na esquerda, de onde desfere um remate cruzado, que causa alguns arrepios, tão perto a bola passou do poste mais distante. Mas a perdida mais escandalosa aconteceria no minuto seguinte, aos 64', sendo Ibrahima, de novo, o seu protagonista. O lance começa na marcação de um pontapé de canto e de uma segunda bola centrada por André Aranha para a boca da baliza, onde o perdulário-mor deste jogo não consegue acertar na bola de modo a colocá-la para lá da linha, entre os postes. Mas estava escrito que o Beira-Mar chegaria ao empate. Na sequência do lance, a bola vai de novo para canto e André Vaz, na sua marcação, do lado esquerdo, faz o 1-1 num pontapé directo, que contou com alguma colaboração do infeliz guardião do Candal.
O Candal reagiu ao golo do empate e o jogo tornou-se mais movimentado, passando as equipas a terem mais espaços para chegar às balizas, com ambas a mostrarem vontade de lutar pela vitória. E não foi por falta de oportunidades de golo até final que qualquer delas não o conseguiu, ainda que as mais flagrantes tivessem pertencido aos jogadores da casa. Mas foram os visitantes, aos 76', que primeiro estiveram à beira de quebrar a igualdade, quando um cruzamento da direita encontra o omnipresente nº. 9 ao segundo poste, correspondendo com um cabeceamento que passa por cima da baliza de Diogo. Respondeu o Beira-Mar, aos 79', numa jogada de contra-ataque, por Cassamá, que se isola, mas perde tempo na preparação e acaba por rematar ao lado, já com oposição.
O jogo estava louco, a vitória poderia pender para qualquer dos lados e a oportunidade seguinte pertenceu ao Candal. Estavam decorridos 81', os gaienses desenvolveram uma boa jogada pelo corredor direito, de onde cruzaram para a área, para uma boa recepção, desta vez do nº. 10 que, bem enquadrado com a baliza e sem oposição, remata para as mãos de Diogo. Aos 85', o mesmo jogador, volta a causar calafrios à equipa da casa, depois de ser lançado na esquerda e ficar isolado, na sequência de um contra-ataque da sua equipa, mas o seu remate felizmente é interceptado no último momento e não chega à baliza de Diogo Lopes. A estas oportunidades responderam os comandados de António Luís com uma jogada de Sílvio, aos 88', em que o veloz extremo aveirense fica isolado, embrulhando-se inexplicavelmente com a bola e não aproveitando a soberana ocasião, que teve sequência, também enjeitada pelo recém-entrado Paulo Sousa. No minuto seguinte, aos 89', Filipe Vieira coloca a bola milimetricamente na área, solicitando outra vez Paulinho, que domina e remata de pronto, à meia-volta, fazendo passar a bola muito perto do poste. A última oportunidade pertenceria ao Candal, já em período de compensação, no seguimento de nova jogada pela direita, com o cruzamento atrasado, que trazia muito "veneno" a não ter ninguém enquadrado com a bola para a finalização.
O jogo chegaria ao final e se o resultado não pode ser considerado muito bom, na perspectiva do Beira-Mar, até porque poderia muito bem ter chegado à vitória, acaba por ter de se aceitar, também porque o adversário, com um pouco mais de felicidade, poderia ter causado mal maior.
A arbitragem do Sr. Luís Coelho, da AF Coimbra, não pode ter nota positiva apenas porque foi desastradamente (des) auxiliado pelo seu assistente do lado da bancada poente, que cortou 3 jogadas de perigo iminente ao ataque auri-negro, por alegadas situações de fora-de-jogo, que só ele conseguiu descortinar.

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