segunda-feira, 15 de novembro de 2010

JUVENIS: Ganhava quem marcasse

SC Beira-Mar, 0 - A Académica Coimbra, 1
(0-0, ao intervalo)

Num jogo pautado por grande equilíbrio, disputado de forma muito intensa, quase sempre longe das zonas de decisão e em que rarearam as oportunidades de golo, a equipa da Associação Académica de Coimbra acabou por ser a mais afortunada e levou de vencida, com um golo solitário obtido por Nuno Rodrigues, aos 59' de jogo, uma equipa do Beira-Mar que se viu, mais uma vez, castigada por uma derrota caseira, que verdadeiramente não merecia.
Sob a arbitragem do Sr. Nuno Vaz, da AF Viseu, as equipas apresentaram-se com:
SC Beira-Mar: Samuel (gr); João Rui, Manuel e Miguel; André Silva (cap), Rafa, Pité e Nito; Tiago Gomes (Marc, 51'), Henrique (Balacó, 70') e Tiago Azevedo (Bruno Filipe, 73').
Suplentes não utilizados: Hugo (gr), João Rafael, Rúben Marques e Diogo M. Carvalho.
A Académica C: Leonel (gr e cap); Patrick Leitão, Raphael, Miguel Rodrigues e João Neves; Samuel, Luís Borges, Patrick Ferreira e André Jorge (Fábio Gomes, int); Nuno Rodrigues (Rolente, 78') e Diogo Reverendo (Jorge Correia, 51').
Suplentes não utilizados: Miguel Rodrigues (gr), João Ferrão, João Neves e Xavier.
A primeira parte não teve golos e, quando o lance mais perigoso dos primeiros 40' foi um remate de Miguel Rodrigues, aos 13', na marcação de um livre directo, em posição frontal e já muito perto da linha limite da grande área aveirense, em que o central coimbrão proporcionou ao guardião Samuel uma atenta defesa para canto, sobram razões para justificar o nulo que se verificava ao intervalo. Com os meios-campos muito povoados, o jogo disputou-se essencialmente nessa zona do terreno e as equipas acabaram por se anular mutuamente, ficando desde logo a ideia que este seria um jogo que se decidiria com a marcação de um golo.
Já o segundo tempo começou mais movimentado, com um melhor início da equipa do Beira-Mar, que, logo aos 43', criou uma soberba oportunidade para abrir o marcador e, quiçá, dar um rumo diferente aos acontecimentos finais. Pité "inventa" espaço numa nesga de terreno, dentro da grande área e assiste, com um curto passe atrasado, o pé direito de Henrique, livre de marcação, com o avançado auri-negro a aplicar um pontapé de primeira que embate no corpo de um defesa estudante, quando tinha tudo para fazer golo. Pouco depois, aos 45', foi André Silva, em posição frontal, de fora da área, após mais uma boa jogada da equipa da casa, a tentar a sua sorte, mas também não foi feliz.
A Académica respondeu, aos 53', na sequência de uma reposição da bola em jogo pelo seu guarda-redes e após uma imperdoável falha no centro da defesa, surgindo o recém-entrado Jorge Correia na cara de Samuel, que saiu ao seu encontro e fez gorar a soberana ocasião para os forasteiros chegarem à vantagem.
Nesta fase do jogo sentia-se, cada vez mais, que quem fizesse um golo sairia vencedor. E a Académica, depois de ter ameaçado, aos 57', novamente num livre em posição privilegiada, que Miguel Rodrigues rematou para fora, viria mesmo a marcar, aos 59', por intermédio do seu avançado Nuno Rodrigues, que foi servido na zona frontal, apareceu na cara de Samuel e desviou com êxito, à saída do guardião aveirense, para o fundo das redes.
Os auri-negros acusaram muito este golpe e desconcentraram-se do jogo momentaneamente, dirigindo mais as suas atenções para o árbitro da partida, pondo em causa a regularidade do golo obtido. Isto valeu, para além de um cartão amarelo a Nito a expulsão directa de Pité, que só ele e o Sr. Nuno Vaz saberão explicar os motivos.
Reduzidos a 10 e ultrapassado este momento menos bom, só "deu" Beira-Mar até ao final. Os atletas auri-negros, mesmo em inferioridade numérica, lutaram até à exaustão na tentativa de chegarem à igualdade, mas o melhor que conseguiram foi um lance, aos 65', em que Tiago Azevedo, após jogada de insistência, vê a bola sobrar para aplicar o seu remate, que parou nas mãos de Leonel. Com o jogo agora mais perto da área estudantil, estes souberam gerir a vantagem e só voltariam a ser incomodados já em período de compensação, quando Rafa remata de cabeça, ao lado, após livre de Marc.
Com o campeonato nacional a aproximar-se de uma fase decisiva, é importante que a equipa não se desuna e que se concentre verdadeiramente nos seus objectivos globais. Cada jogo disputado é o mais importante, sem dúvida, mas os atletas devem obrigatoriamente pensar e saber, que atrás desse virá outro ainda mais decisivo. E, no futebol, há saber ganhar e saber perder. Ainda que as vitórias morais não interessem a ninguém, é bem melhor chegar ao fim de um jogo com a sensação do dever cumprido, mesmo perdendo, do que o desaire acontecer por desleixo ou irresponsabilidade. E, outra coisa, tal como quando se ganha a vitória deve ser repartida por todos, também na hora da derrota devemos ser solidários e não apontar o dedo a ninguém. E, meus amigos, no jogo com a Académica, tendo em conta todas as contrariedades surgidas durante a semana e mesmo antes do início desta partida, a equipa esteve à altura das suas responsabilidades e perdeu como poderia ter ganho. O empate era, aliás, o resultado mais justo.
Quanto ao árbitro da partida, pela nossa parte não lhe apontamos responsabilidades pela derrota e damos-lhe o benefício da dúvida no golo da Académica. Mas se, no capítulo técnico, esteve a um nível aceitável, já os seus critérios disciplinares se mostraram demasiado rigorosos para com jovens de 16 anos, a quem uma atitude mais pedagógica serviria muito melhor.

Sem comentários: