quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

JUNIORES A: Desperdício adiou vitória auri-negra para a segunda parte

SC Beira-Mar, 3 - CD Cinfães, 1
(1-1, ao intervalo)

Na jornada intercalar disputada esta quarta-feira, dia da Restauração da Indepedência e feriado nacional, a equipa de juniores do SC Beira-Mar levou de vencida o Cinfães, no Estádio Mário Duarte, batendo o seu adversário por irrefutáveis 3-1. Com esta vitória, a equipa de António Luís elevou o seu impressionante registo para 9 jogos consecutivos sem perder (6 vitórias e 3 empates) e ainda que mantenha o 4º lugar da classificação da série B do campeonato nacional da 2ª divisão, ultrapassou o Padroense e está agora em igualdade pontual com o 3º classificado - Candal.
O jogo foi inteiramente dominado pelos aveirenses, que são manifestamente superiores ao seu adversário desta tarde, parecendo inacreditável que este jogo, que poderia ter acabado numa goleada, registasse uma igualdade (1-1) ao intervalo, apenas desfeita com a obtenção de mais dois golos no período complementar.
Sob uma arbitragem globalmente positiva do Sr. Pedro Nascimento, da AF Coimbra, a equipa do SC Beira-Mar apresentou-se com:
Diogo Lopes (gr); Berna; Lobo, Mika e Bryan (Wilson Rubio, int); Granja, André Aranha e Filipe Vieira; Nélson, André Vaz (cap) (Rui Santos, 84') e Sílvio (Cassamá, 65').
Suplentes não utilizados: Cirineu (gr), Sérgio Chipelo, Ibrahima e Waly.
O Beira-Mar entrou muito bem no jogo e realizou uns primeiros 20 minutos de elevado nível, do melhor que já apresentou esta época, apenas pecando pela fraca finalização que mostrou, e se nos primeiros 10 minutos já goleasse, isso só poderia constituir surpresa para quem não estivesse a assistir à partida. Com efeito, a equipa auri-negra aliou ao futebol de elevado recorte técnico uma capacidade de construção de oportunidades de golo, que dariam para decidir o vencedor do jogo antes de esgotado o primeiro quarto de hora. André Vaz, aos 3' e 4', em lances que resultaram de cruzamentos de Nélson ( o primeiro após um passe rasgado de Granja e o segundo muito tenso), está muito perto de abrir o activo, mas um defesa e o guarda-redes adversários e a barra impediram que o remate feito ao primeiro poste e o seu golpe de cabeça resultassem em golo. Aos 5', foi Sílvio o perdulário, quando uma magnífica abertura de André Aranha o coloca na cara do guardião Caixa, não conseguindo o avançado aveirense evitar a intercepção deste.
Três soberanas ocasiões perdidas em 5 minutos são de fazer desesperar qualquer treinador, mas António Luís ainda não tinha visto tudo, valendo-lhe o regalo para os olhos que era a qualidade do futebol praticado pela sua equipa. Aos 10', o festival de golos perdidos continuou, no seguimento de mais uma boa jogada desenvolvida pelo corredor direito, com uma abertura em Nélson, que faz um cruzamento atrasado, para uma simulação de André Vaz, que deixa passar a bola, surgindo de trás André Aranha, bem enquadrado com a baliza, livre de oposição, a rematar com muito perigo, mas ao lado do poste direito da baliza adversária. No minuto seguinte, então, a perdida foi de fazer desesperar qualquer um, com Filipe Vieira e André Vaz, na pequena área, a fazerem muita cerimónia, acabando por não finalizar, nem um nem outro, um golo certo.
Também de bola parada surgia perigo e, aos 18', na sequência da marcação, na direita, de um pontapé de canto, André Vaz, ao segundo poste, remata em arco para o lado contrário, valendo a intervenção de cabeça de um defesa do Cinfães, sobre a linha de baliza, para evitar o primeiro golo da partida. Este haveria de chegar, finalmente, no minuto seguinte, com um passe de Filipe Vieira a isolar o "capitão" André Vaz, que desta vez não perdoou e fez o 1-0 à saída do guardião Caixa.
Inexplicavelmente, a partir da obtenção da vantagem, a equipa do Beira-Mar deixou de ser a mesma e a qualidade do seu futebol transfigurou-se, vindo a cair a pique. O Cinfães, totalmente dominado na primeira metade da primeira parte, tendo estado sempre remetido ao seu meio-campo e não conseguindo sair a jogar, timidamente começou a chegar-se junto da área do Beira-Mar, registando-se o primeiro remate dos forasteiros, aos 31', ainda que desferido de fora da área e sem perigo. No minuto seguinte a graça repetiu-se, agora para uma defesa fácil, a dois tempos, de Diogo.
Ainda assim, aos 33', André Vaz poderia ter dado outra tranquilidade à sua equipa, quando se isolou, após uma fífia dos centrais do Cinfães, e correu para a baliza, gorando-se a hipótese de golo por ter adiantado em demasia a bola, permitindo a antecipação do guarda-redes. Até que chegou o minuto 36 e o Cinfães ganha um livre a meio do meio-campo do Beira-Mar, em zona quase central. Telinha bateu para a zona de grande penalidade, surgindo um jogador do Cinfães a cabecear para a baliza, com muito perigo, valendo uma excelente intervenção de Diogo Lopes, que negou o empate, desviando a bola para canto. Negar, neste caso, é sinónimo de adiar, já que na sequência do mesmo, um dos centrais do Cinfães (nº. 15) eleva-se bem na área e, com um bom golpe de cabeça, coloca a bola indefensavelmente dentro da baliza do Beira-Mar, estabelecendo o 1-1.
Este seria o resultado com que as equipas regressariam aos balneários, mas isso só aconteceu porque Nélson, aos 39', perdeu inexplicavelmente mais um golo, quando ficou sozinho na frente do guarda-redes, com tempo para fazer tudo, inclusivamente para perder a bola para o seu adversário.
O Beira-Mar já só tinha 45 minutos para ganhar o jogo, único objectivo que hoje lhe interessava e logo à entrada da segunda parte, aos 48', após troca sucessiva de bola, André Vaz, solicitado na zona central, lateraliza ligeiramente para Filipe Vieira, que dispara pronto, mas um pouco por cima da barra. Apesar deste lance, a qualidade do futebol exibido neste início de segunda parte não estava ao nível do atingido na etapa inicial, mostrando-se os auri-negros uma equipa algo ansiosa. Valeu que a eficácia melhorou bastante e, à segunda oportunidade, aos 56', o Beira-Mar chega ao 1-2. A jogada nasce em Sílvio, que arranca pela direita, ganha em velocidade e faz um cruzamento rasteiro para a pequena área, onde surge sorrateiramente Nélson a finalizar com êxito.
Novamente em vantagem, os auri-negros poderiam ter decidido o jogo logo de seguida, aos 60', mas Nélson voltou às perdidas da primeira parte e falhou de novo, incrivelmente, a hipótese do golo tranquilizador, não dando o melhor seguimento a uma boa jogada de Sílvio, pela esquerda, cujo cruzamento o colocou na cara do guarda-redes, contra o corpo do qual desferiu o remate. Aos 68', novamente Nélson a ser lançado pelo corredor esquerdo, numa jogada em que o Beira-Mar tinha superioridade numérica, mas o extremo aveirense decidiu-se por um remate de ângulo muito fechado, que o guarda-redes defendeu para canto, quando tinha André Vaz e o recém-entrado Cassamá em melhor posição para finalizar vitoriosamente.
O jogo continuava a ser dominado pela equipa do Beira-Mar, mas o seu futebol não se mostrava tão fluido como fora nos primeiros 20' da primeira parte e o não aparecimento do terceiro golo era motivo de alguma preocupação face à diferença tangencial exibida pelo marcador. O 1-3 só surgiria aos 83', após uma excelente jogada de ataque da equipa da casa, com André Aranha a abrir na esquerda em Nélson, que faz um cruzamento de "trivela" para a boca da baliza, onde surgiu Cassamá, oportuno, a encostar para o golo.
Finalmente a equipa pôde serenar nesta segunda parte e o período final do jogo voltou a ser de bom nível, em termos de futebol jogado e a equipa de António Luís ainda conseguiu criar oportunidades suficientes para ter chegado à goleada. Aos 85', bom cruzamento de Berna e cabeça de Filipe Vieira, na pequena área, para uma defesa de recurso do guarda-redes do Cinfães; no minuto seguinte, Mika rompe pelo meio e decide-se por um pontapé, à entrada da área, que faz passar a bola rente ao poste; aos 89', Berna isola-se e deixa-se desarmar no último instante, quando se preparava para desferir o remate fatal; finalmente, no segundo minuto de compensação, foi André Aranha que esteve perto do golo, fazendo um remate em esforço, ao segundo poste, solicitado por um cruzamento em balão de Lobo, do lado esquerdo, com a bola a sair caprichosamente rente ao poste direito.
Os números da vitória são extremamente escassos face à quantidade de oportunidades de golo criadas, mas o essencial foi conseguido e estes três pontos conquistados correspondem essencialmente aquilo que hoje se pretendia.

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