domingo, 6 de novembro de 2011

JUNIORES A: "Maldição" academista

SC Beira-Mar, 2 - Académico Viseu FC, 2
(1-2, ao intervalo)

Num jogo em que grande parte dos protagonistas eram velhos conhecidos de épocas anteriores, o SC Beira-Mar, à semelhança do sucedido na época transacta no escalão sub-17, voltou a ceder um empate caseiro frente ao Académico de Viseu, desta feita no campeonato nacional de juniores da 2ª divisão, mostrando que não se dá bem com este adversário.
O consentimento de 2 golos na parte inicial da partida (2' e 6') por parte dos aveirenses, condicionou o desenrolar do jogo, que se viria a caracterizar, depois, por um porfiar constante dos comandados de António Luís e Flávio Almeida na procura da reviravolta, tarefa que se mostrou muito difícil, acabando por se ficar por um empate, conseguido com golos de Pité, ainda na primeira parte e de Marc, já no último quarto de hora do jogo. Como nota negativa, a segunda parte dos academistas, que deixaram de querer jogar futebol, apostando nas quebras constantes do ritmo de jogo, através de demoras enervantes a repor a bola em jogo e em paragens para assistência a jogadores que... já tinham o substituto à espera de entrar.
Sob a arbitragem do Sr. Tiago Antunes, da AF Coimbra, o SC Beira-Mar apresentou-se, no exigente relvado do estádio Mário Duarte, com os seguintes jogadores:
Samuel (gr); Miguel (Bruno João, 38'), Manuel Martins, Mika (cap) e Wilson Rubio; Balacó (Cassamá, 55'), Xavi, Ricardo Castro e Pité; Manuel Guedes e Marc.
Suplentes não utilizados: Hugo (gr) e Rui Santos.
Tendo até entrado melhor no jogo, a verdade é que o Beira-Mar, sem que o seu adversário o tivesse justificado, se viu a perder por 0-2, logo aos 6'. O primeiro golo, aos 2', resulta de uma jogada simples pela esquerda, com o cruzamento rasteiro a solicitar a antecipação do nº 7 academista (João Ricardo), que não perdoou na pequena área, tendo Mauro (nº 8) elevado a contagem na sequência da marcação de um pontapé de canto.
O Beira-Mar acusou a desvantagem madrugadora e já algo pesada e o seu futebol, naturalmente, ressentiu-se, seguindo-se um período em que eram por demais evidentes as dificuldades que os auri-negros demonstravam para ultrapassar a bem organizada equipa do Académico. Foi precisa muita paciência e uma jogada muito bem gizada para conseguir chegar ao golo e relançar de novo a partida. Estavam decorridos 19' quando, numa boa circulação de bola, que passou, na parte final da jogada pela esquerda, por Ricardo Castro e por Marc, este cruzou para a área, onde surgiu Pité, de primeira, a desviar para o 1-2. Excelente jogada e excelente golo!
O Académico de Viseu recuou mais as linhas e passou a apostar no erro do adversário para desferir o contra-golpe. Esta postura quase que lhe viria a render frutos, aos 31', numa perda de bola em zona proibida que deixou um avançado academista na cara de Samuel, que evitou o terceiro com uma saída temerosa. Ainda em jogada de contra-ataque, aos 34', depois de um canto a favor dos da casa, João Ricardo, pela direita, solicita a entrada de Lucas (nº 10) que, em posição frontal e bem enquadrado com a baliza, falhou o remate e perdeu a oportunidade.
Mostrava-se mais objectivo o Académico de Viseu que, depois de ter marcado numa fase "neutra" do jogo, justificava agora essa vantagem. Aos 31', no seguimento de um cruzamento da direita, Samuel divide a bola com um adversário (nº 9), que, no ressalto, acaba por cabecear ao lado. Mas o Beira-Mar melhorou na parte final da primeira parte e, com esta subida de rendimento, as ocasiões de perigo passaram para a baliza do guardião viseense Rui Pedro. Aos 35', uma magnífica combinação na esquerda entre Castro e Marc culmina com um cruzamento tenso para um desvio primoroso de cabeça de Manuel Guedes, que fez a bola rasar o travessão. Antes do intervalo, aos 40', foi Pité que dominou na área e rematou cruzado, não muito longe do poste mais distante, deixando a ideia que o empate andava por perto.
A segunda parte mostrou apenas uma equipa interessada em jogar futebol, a do Beira-Mar, enquanto o Académico apenas se preocupou em deixar andar o cronómetro. Disso de ressentiu a qualidade e o ritmo do jogo, constantemente parado pelas astúcias dos viseenses. Os auri-negros entraram decididos a virar o jogo, mas apenas aos 64', Manuel Martins, depois de dominar no peito um lançamento de Mica e ficar na cara de Rui Pedro, esteve perto de empatar, valendo a intervenção decidida do guardião forasteiro. Depois, aos 78', Marc, na marcação de um livre directo, volta a colocar Rui Pedro à prova e, no minuto seguinte, foi Cassamá que, solto na área, após a marcação de um canto, teve tudo para chegar ao golo, desperdiçado com um cabeceamento por alto. E foi com todo o mérito e apenas pecando por tardio que, aos 82', Marc faz o 2-2 através de um remate forte, desferido de fora da área, com um ressalto da bola no terreno a trair o guarda-redes academista.
Empolgados com o empate, os auri-negros apostaram na reviravolta completa, que poderia ter acontecido, aos 86', por Pité, que, da zona da meia-lua, rematou um pouco por cima. Também Marc, em cima dos 90' regulamentares, dispôs de uma flagrante oportunidade, disparando da direita, depois de ter deixado o opositor para trás, fazendo a bola tirar tinta ao poste mais distante. Já em período de compensação, foi Manuel Guedes a mostrar, mais uma vez, o seu bom futebol aéreo, desviando de cabeça, a rasar a barra, um excelente cruzamento de Marc.
Curiosamente, depois de todos estes lances e sem que tivessem incomodado o guarda-redes Samuel durante toda a segunda parte (pura e simplesmente não quiseram jogar), pertenceram aos academistas os últimos lances de perigo, com Samuel, primeiro, a defender para a frente e a ver a recarga sair ao lado, para depois se opor muito bem a um livre marcado directamente à sua baliza.
Se a vantagem do Académico, ao intervalo, se justificava de alguma maneira, a verdade é que no cômputo geral e pelo anti-jogo evidenciado pelos viseenses nos segundos 45 minutos (apenas o Beira-Mar quis jogar), o empate acabou por ser lisonjeiro para os visitantes e um castigo imerecido para a postura que os auri-negros mostraram na ponta final da etapa inicial e em todo o segundo período.
O juiz da partida esteve muito bem no capítulo técnico, mas foi incapaz de combater o anti-jogo visitante. Mesmo tendo mostrado 6 cartões amarelos aos viseenses (que não olharam a meios para parar o jogo), acabou por perdoar a expulsão ao seu "capitão", tardiamente admoestado.

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