domingo, 6 de novembro de 2011

JUVENIS A: Do oito para o oitenta

SC Beira-Mar, 5 - CD Candal, 1
(1-1, ao intervalo)

Depois de uma primeira parte descolorida, sem chama, em que se limitou a ver o adversário jogar, a equipa de juvenis do SC Beira-Mar transfigurou-se ao intervalo e arrancou para um segundo período de grande categoria, acabando não só por ganhar o jogo mas também por golear o Candal, por expressivos 5-1, com um "hat-trick" de Ricardo Tavares. Tratou-se de uma vitória muito importante, sobre um adversário directo na luta pela manutenção no campeonato nacional, que ficou agora a uma distância de 5 pontos. Pela primeira vez nesta época, os comandados de Aguinaldo Melo encontram-se numa posição (7º lugar) que os livra também dos jogos do "play-off" final, já que ultrapassaram o Gondomar na tabela classificativa.
Numa manhã cheia de sol, os auri-negros apresentaram-se com:
Hugo (gr); Diogo M. Carvalho, Ricardo Pinto, Pedro Salgado e Filipe Melo; André Silva, Miguel Campos (João Rafael, 60') e Pedro Aparício (Bruno Filipe, 70'); Henrique, Ricardo Tavares e Junior (Duílio, 76').
Suplentes não utilizados: Canha (gr), Sousa, Gui e Rúben Oliveira.
A primeira parte do Beira-Mar foi de uma pobreza incompreensível, tendo o Candal controlado quase por completo as operações e apresentado o melhor futebol de todas as equipas que, nesta época, já passaram pelo Mário Duarte. Tudo isto, também, fruto de uma gritante falta de agressividade dos auri-negros, que viam o Candal circular a bola a seu bel-prazer.
E as coisas até nem começaram mal para a equipa da casa que, depois de ter sofrido um aviso logo aos 2' (nº 9 penetrou na área, mas rematou para as mãos de Hugo), acabaram por se colocar em vantagem, aos 5', através de Ricardo Tavares, que aproveitou da melhor maneira uma bola largada pelo guarda-redes, para inaugurar o marcador. O 0-1, no entanto, não duraria muito, pois o Candal depressa (9') chegou ao empate, na transformação de um livre assinalado perto da linha limite da grande área. O remate do nº 6 do Candal, executado com o pé esquerdo, ultrapassou a barreira, que abriu, e estava feito o 1-1.
Daqui até ao final da primeira parte, o Beira-Mar deixou de existir como equipa, não pressionava e deixava o Candal fazer uma circulação de bola como temos visto a poucas equipas. Os auri-negros demoravam a recuperar a posse de bola e, quando o faziam, não conseguiam combinar mais do que 2 ou 3 passes consecutivos. Verdade que, à excepção de um lance ocorrido aos 17', em que os forasteiros voltaram a levar muito perigo à baliza de Hugo, que viu o nº 9 chegar um pouco atrasado à bola, não se registaram flagrantes oportunidades de golo. Mas também não deixa de ser verdade que, a acontecer um golo, só poderia ser para o Candal, que detinha uma esmagadora percentagem de posse de bola, enquanto que os auri-negros nunca chegaram a incomodar a baliza do guardião gaiense, que até se tinha revelado o ponto mais débil da sua equipa, recheada de bons executantes.
A segunda parte foi completamente diferente e, como os jogadores eram os mesmos, a diferença esteve na atitude posta em campo pelos nossos atletas, que, finalmente, resolveram também ser parte activa do espectáculo. Logo aos 43', Henrique não aproveita mais um "brinde" do guarda-redes do Candal, que voltou a largar a bola após cruzamento da direita e, no minuto seguinte, Pedro Aparício, em jogada de insistência por si começada e concluída, coloca de novo a sua equipa em vantagem, fazendo o 2-1 à segunda tentativa, numa recarga a uma primeira defesa do guardião contrário.
À semelhança do sucedido no primeiro tempo, também agora a vantagem voltou a ser madrugadora, mas desta vez os auri-negros não se deixaram adormecer e, aos 47', numa boa jogada de contra-ataque pela direita, com Junior a combinar com Ricardo Tavares, este coloca na área, onde surge Henrique a finalizar na zona do ponta-de-lança. Bonito desenho este, o do golo que colocava o marcador num mais confortável 3-1.
O Candal tinha desaparecido do jogo, nem parecia a mesma equipa da primeira parte. Mérito para os aveirenses, que continuaram a carregar e chegaram ao 4-1, aos 55' de jogo, na transformação de uma indiscutível grande penalidade, sofrida e friamente convertida por Ricardo Tavares. O jogo estava decidido e, a partir de então, o Beira-Mar passou a gerir a vantagem, mas sempre com a bola longe da sua área. Hugo foi um guarda-redes tranquilo neste segundo tempo e apenas aos 72' foi chamado a intervir, para parar um remate fraco do avançado nº 9.
A produção aveirense tinha baixado também, mas o quinto golo dos auri-negros ganhava nas apostas relativamente a novo golo visitante. E Bruno, aos 79', numa situação de vantagem numérica (3x1) bem que podia ter decidido melhor, num lance em que as facilidades foram demasiadas. No fundo, adiou o que viria a suceder já em período de compensação, a obtenção do 5-1 final. A jogada é, mais uma vez, de contra-ataque, e Ricardo Tavares, que iniciou e concluiu o lance, chegou ao sempre desejado "hat-trick", obtendo mais um belo golo.
Esta era a vitória que todos queriam e que foi conseguida por via de uma mudança radical de atitude da primeira para a segunda parte. Pelos números alcançados, pode também vir a revelar-se mais valiosa do que os 3 pontos que estavam em disputa, para além de ser um tónico excelente para a segunda volta do campeonato, que principiará na próxima jornada.
A arbitragem do nosso bem conhecido árbitro viseense, Sr. Luís Ramos, situou-se em bom plano.

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