INICIADOS B: "Por morrer uma andorinha não acaba a primavera"

SC Beira-Mar, 0 - CD Paços de Brandão, 1
(0-0, ao intervalo)

À 5ª jornada, da 2ª fase, do campeonato distrital da 1ª divisão (série dos primeiros), a equipa de iniciados do SC Beira-Mar foi derrotada pela primeira vez, após as 4 vitórias alcançadas nos 4 primeiros jogos. O desaire sofrido pela turma orientada por Hugo Gonçalves e Tiago Pereira não deslustra em nada a excelente carreira que tem vindo a fazer esta época, pois encontrou pela frente um adversário de valor, o Paços de Brandão, que a par do Avanca se perfilam como os principais candidatos a subir ao campeonato nacional.
Foi um excelente jogo de futebol, entre duas boas equipas, mas onde prevaleceu a maior maturidade dos pacences que, para além da valia técnica, apresentavam também fortes argumentos físicos. De nada valeu a atitude guerreira dos nossos "baixinhos", que proporcionaram uma boa réplica e poderiam mesmo ter chegado à igualdade, resultado que teria sido um prémio para o labor despendido. A vitória dos forasteiros, contudo, é um resultado que teremos igualmente de aceitar, já que no cômputo geral foram deles as mais flagrantes oportunidades de golo.
Numa manhã de alguma chuva, a que não estávamos já habituados, os aveirenses apresentaram-se, no sintético do campo do Agro, em São João de Loure, da seguinte forma:
Paulo Pouseiro (gr); João Gonçalo, Rafa (Xavi, 59'), Guga e Miguel Morgado; Leo, Diogo António e Fábio Marques (Evandro, 48'); Didi, Tiago Goulart e Ricardo Lima.

Suplentes não utilizados: Henrique (gr), Portugal, Pedro Xavier, Amaral e Jorge.
Entrou melhor o Paços de Brandão, diríamos mesmo que teve um arranque demolidor e, até aos 5' de jogo, poderia ter marcado por 3 ocasiões. Ainda decorria o primeiro minuto e já Pouseiro evitava o golo como uma difícil defesa com o pé. O guardião aveirense, aos 3', voltou a agarrar, mas agora aproveitando a indecisão do avançado pacence, que se isolou depois de uma boa tabela com um colega. A cereja em cima do bolo para o nº 1 aveirense, neste início de partida em que foi o principal obstáculo às intenções adversárias, aconteceu aos 5', quando defendeu superiormente uma grande penalidade assinalada pela juíza da partida, castigando uma mão dentro da área de Fábio Marques.
Depois desta entrada de rompante do Paços de Brandão, o Beira-Mar equilibrou as operações mas foram sempre e ainda os forasteiros que estiveram mais perto de concretizar. Por volta do quarto-de-hora, um passe a rasgar na direita do ataque contrário isola um jogador do Paços de Brandão, que vê mais uma vez Paulo Pouseiro negar-lhes o golo com mais uma boa defesa para canto. Já na parte final do primeiro tempo, aos 29', na sequência de uma boa jogada pela direita culminada com um centro atrasado, os pacences estiveram novamente à beira do golo, mas o remate efetuado pelo nº 9 visitante, da zona da grande penalidade, saiu por cima do travessão.

Chegava o intervalo e o nulo era algo lisonjeiro para os aveirenses, que enfrentavam a melhor equipa de todas as que vimos atuar até agora.
A segunda parte continuou a revelar uma partida muito bem disputada, com ambas as equipas a demonstrarem ter princípios de jogo bem assimilados a que se juntava uma vontade recíproca de lutarem para vencer.
A primeira oportunidade de golo do segundo tempo pertenceu ao Beira-Mar, estavam decorridos 39', mas o remate de Tiago Goulart, após uma boa jogada de ataque da sua equipa, passou a rasar o poste. Seria o Paços de Brandão a adiantar-se no marcador, num lance de insistência ocorrido aos 43'. Depois de um remate de cabeça à barra, após cruzamento tenso da esquerda, com a bola caprichosamente a não entrar, os aveirenses não foram lestos a limpar o lance, acabando a bola por ficar à mercê de um jogador pacence, na pequena área, que fuzilou Paulo Pouseiro, que nada pôde fazer para evitar o 0-1.
O Beira-Mar reagiu muito bem à desvantagem e partiu para a sua melhor fase no jogo, durante a qual teve ensejos para chegar à igualdade. Passou a ser a equipa com mais posse de bola, superiorizou-se ao seu adversário e Evandro, aos 62', solicitado por cruzamento de Leo, deixou um aviso, mas o remate saiu fraco. Depois, no minuto seguinte, foi uma pena que o remate de Ricardo Lima, desferido bem dentro da área, descaído para a direita, não tivesse resultado em golo. Valeu a excelente intervenção do guardião contrário, que revelou, tal como o colega de posto do outro lado, que neste jogo atuavam dois belíssimos guarda-redes.

Os aveirenses expunham-se agora mais e, aos 66', numa jogada de contra-ataque, Paulo Pouseiro nega o segundo golo ao jogador nº 10 pacense, que lhe surgiu isolado pela frente. Os últimos lances de perigo pertenceriam ao Beira-Mar, sendo o primeiro, aos 69', num cabeceamento efetuado no meio de um cacho de jogadores, após canto de Lima na direita e que o guarda-redes defendeu com alguma facilidade. De grande grau de dificuldade foi a defesa efetuada já em período de compensação (diríamos mesmo que foi a defesa da manhã), que negou literalmente o empate a Leo, que rematou forte para um desvio acrobático do guardião pacense para canto.
Num jogo que teve uma boa arbitragem, as outras duas equipas em confronto só têm, também, de estar orgulhosas do espetáculo que proporcionaram. Parabéns a todos!